É certo que as condições de emprego se têm vindo a deteriorar ao longo dos últimos anos, em determinados sectores. Será por culpa da crise, das políticas, ou simplesmente por culpa dos empregadores? Os dois primeiros motivos seriam mais que suficientes para explicar as condições laborais mas alguns dos empregadores tendem a “aproveitar-se” deles para as piorar ainda mais.
Foi por causa de empregadores que abusam dos empregados, dos estagiários e dos anúncios de emprego fraudulentos, que foi criada um site, bem como uma página no Facebook, denominadas de “Ganhem Vergonha!”, que pretendem denunciar todos esses casos.
Os anúncios de empregos para comerciais porta-a-porta, para call centers ou comerciais de qualquer coisa que nem se sabe bem o que é, repetem-se diariamente nos sites de anúncios de empregos. Os estágios não remunerados, os salários mínimos para mestres e licenciados, os recibos verdes, o “trabalhar por objectivos”, são todas expressões que quem procura emprego já viu vezes sem conta.
A verdade é que o desespero por ganhar algum dinheiro ou mesmo a ideia de adquirir alguma experiência para depois conseguir um emprego melhor, levam a que muita gente se submeta a condições de precariedade ou mesmo a cair em fraudes.
Para ajudar a combater este crescente problema que são as condições de trabalho e os “empregadores sem vergonha”, foi criado um blog que ajuda a denunciar estes casos. Ganhem Vergonha! é o site onde podem ler-se testemunhos de quem passou por estas situações, ter acesso a anúncios fraudulentos, ver as empresas que o praticam e muita outra informação, nomeadamente a legislação associada.
O objectivo principal da criação deste blog é conseguir requisitos obrigatórios na divulgação dos anúncios de emprego, para minimizar os casos de fraude e abuso, defendendo que todos os anúncios deveriam conter alguma informação obrigatória, nomeadamente o nome do empregador, o tipo de contrato e a sua duração, o salário associado ao cargo e o horário a cumprir.
As denúncias são por e-mail, mas apenas são divulgadas aquelas que acharem merecedoras de exposição pública, tanto no site como na página do Facebook, página essa que conta já com mais de 11 mil seguidores e onde é possível confrontar histórias e experiências pessoais.
Considera importante este tipo de divulgação?