Este não foi um ano famoso nem próspero para a Mozilla, mas isso era de esperar. Além de ter perdido o segundo lugar no ranking mundial de utilização de browsers, deixando o Firefox o segundo lugar para o Google Chrome, também está a perder aquilo que é a sua mais valiosa riqueza: a lealdade dos seus utilizadores.
Para agravar a situação, a Google tinha estipulado que 84% da sua receita seria entregue para suportar o desenvolvimento do Firefox, mas esse suporte terminou, supostamente, no final de Novembro passado. Poderá o Firefox evitar a queda total?
O Firefox continua a perder terreno para o Google Chrome, aliás eu num artigo de 2009, como podem ver aqui, dizia claramente que a Google estaria já a talhar o caminho para desenvolver um browser seu, trazendo para si tudo o que um navegador pode recolher de dividendos. Na altura, como também estão lá bem patentes nos comentários, as opiniões eram de desacerto total em relação à minha opinião acertada, e na verdade hoje com a evolução natural já esperada e programada vemos as estatisticas apontarem um declínio, com o Firefox a mergulhar de 25% para 22% e o Chrome que cresceu dos seus tenros 5% mais de 20% nos últimos dois anos, estando agora com cerca de 25.69% de quota de mercado.
Claro que temos visto o Firefox num acelerado desenvolvimento, tentando recuperar os seus utilizadores que foi perdendo pelo caminho e em pouco tempo fomos testemunhas das várias versões que a Mozilla foi lançando.
Uma das pessoas chave do desenvolvimento do Firefox era Mike Shaver, este saiu da Mozilla em Setembro.
Mas qual era a importância deste elemento?
A actual versão do Firefox tem no seu mapa desenvolvido um importante TODO “como navegar mais rápido” e tinha algumas linhas mestre importantes e estas estavam a cargo de Shaver.
Mas o problema agrava-se mesmo pela questão financeira, pelo modelo de negócio. O financiador da Mozilla e é uma relação histórica já, sempre foi a Google, é o suporte mais forte é a maior renda que a Mozilla arrecada para o seu sustento e suporte ao desenvolvimento. Como podem ver nesta declaração financeira mais recente, a Fundação Mozilla, já nem menciona o nome da Googl., estes valores foram recentemente apresentados ao publico e datam de Agosto deste ano.
A empresa tinha um contrato com o gigante das pesquisas que aprovisionavam receitas derivadas de royalties mas que este terminou no final de Novembro passado. É uma fatia importante, estão em causa 84% e 86% das receitas recebidas dos anos 2010 e 2009 respectivamente e foram distribuidas ao abrigo deste contrato. Há uma questão, na verdade, que nunca se conseguiu responder:
Qual é a posição da Google nesta parceria?
A Mozilla é vaga e refere que a Google é uma das muitas empresas com quem têm parcerias e contratos e que de facto terminou em Novembro o último, no entanto a empresa responsável pelo Firefox refere que está no mercado a procurar novas parcerias para gerar a receita necessária ao suporte dos projectos existentes assim como os futuros que a empresa tem em carteira. Mas não refere que a Google não tenha renovado, poderá a Google ter já renovado mas numa situação diferente.
Não será fácil e poderá estar em causa a própria Mozilla tal como a conhecemos hoje, se tivermos em consideração que em 2010 84% das receitas da Mozilla, cerca de 123 milhões de dólares , vieram directamente dos cofres da Google, estamos a falar num valor que na conjuntura actual do mercado não será angariar quem suporte tal verba. Este cenário não deixa a Mozilla numa posição confortável passando mesmo para a Google todos os créditos da perseguição ao lider Internet Explorer. [via]
Será que 2012 significará o fim do Firefox tal como o conhecemos?