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Fármaco abortivo mata em Portugal!

A utilização do medicamento para o estômago misoprostol, com efeitos abortivos, sem supervisão médica é «muito perigosa», pois estes fármacos podem ser fatais, existindo já alguns casos mortais em Portugal, disse à Lusa um especialista. Luís Graça, presidente do colégio da especialidade de ginecologia e obstetrícia da Ordem dos Médicos, falava à Lusa a propósito da detenção, quarta-feira, de duas pessoas em Madrid por venda do misoprostol através da Internet.

De acordo com o Ministério da Administração Interna espanhol, os detidos venderam doses deste medicamento para várias cidades espanholas e para outros países, incluindo Portugal. Em Portugal, este medicamento só pode ser vendido em farmácias e mediante receita médica. O fármaco em questão é indicado para o tratamento da úlcera péptica e prevenção de lesões gastroduodenais, embora seja usado na indução do trabalho de parto ou no aborto terapêutico.

Uma das reacções adversas deste medicamento é o risco de provocar aborto, sendo, por isso, utilizado para a interrupção voluntária da gravidez. Luís Graça alertou para os perigos deste medicamento que, quando utilizado de uma forma errada e sem supervisão médica, pode causar graves prejuízos para a mulher e até a sua morte.

A este propósito, o especialista lembrou um caso recente em que uma jovem de 14 anos foi hospitalizada e acabou por morrer, depois de ingerir, sem qualquer acompanhamento médico, 60 comprimidos de misoprostol. «Este é um medicamento muito activo, que tem de ser ingerido consoante a prescrição e o acompanhamento médicos», disse Luís Graça.

Os efeitos secundários podem variar consoante a dose e as características da mulher que os consome, mas pode incluir vómitos, diarreia intensa e o rompimento do útero. Os casos mais graves podem resultar na morte da mulher.

Em 2004, durante a agitada presença do barco «Borndiep», da associação holandesa «Woman on Waves» em águas perto de Portugal, a activista Rebecca Gomperts assumiu num programa de televisão que adquiriu uma embalagem deste medicamento numa farmácia portuguesa.

Por ser de prescrição médica obrigatória, e Rebecca Gomperts ter reconhecido que o adquiriu sem receita, a Ordem dos Farmacêuticos classificou o caso de «uma ilegalidade» que precisava de ser investigada.

Na altura, em declarações à Lusa, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Aranda da Silva, afirmou que esta não era uma prática corrente e que «devia ser investigada», mas, um ano depois, o bastonário revelou que não foi possível apurar responsabilidades.

«Contactámos várias entidades a solicitar esclarecimentos e questionámos a activista sobre o local onde terá adquirido o medicamento de uma forma ilegal [sem receita médica, apesar desta ser obrigatória], mas não recebemos qualquer resposta», disse.

Fonte: Portugal Diário

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