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Estudo mostra que alguns objectos impressos em 3D são tóxicos

Investigadores da Universidade da Califórnia, Riverside descobriram que algumas peças impressas nas impressoras 3D comerciais, são tóxicas para certos embriões de peixes.

Estes resultados podem levantar algumas questões sobre a segurança destas peças quando utilizadas no quotidiano das pessoas, nas salas de aula e em ambientes domésticos.

Sem dúvida que cada vez mais as impressoras 3D são como “fábricas” dentro de uma caixa. Mas as fábricas convencionais industriais, tais como as de produção e transformação que conhecemos, têm certas particularidades no que toca ao ambiente que se respira, à higiene e à saúde dos materiais que são usados.

Como refere o professor de bioengenharia da Faculdade de Engenharia Bourns, William Grover, “as fábricas são reguladas, têm um ambiente próprio, controlado, e não queríamos ter esse ambiente nas nossas casas, mas agora estamos a trazer para nossas casas essas fábricas”.

 

Fábricas de impressão nas nossas casas

Os investigadores estudaram dois tipos comuns de impressoras 3D: uma que derrete o plástico para construir a peça e uma outra que usa a luz para transformar um líquido numa parte sólida.

Eles descobriram que os dois tipos de processos das impressoras 3D foram tóxicos para os embriões dos peixe-zebra, referindo que o processo da impressora com a base líquida foi o mais tóxico dos dois.

 

Os investigadores desenvolveram, contudo, um simples tratamento pós-impressão, colocaram as peças impressas expostas à luz ultravioleta. Este tratamento reduziu a toxicidade das peças da impressora à base de líquido.

 

Mas qual a razão deste estudo?

O mercado das impressoras 3D está a crescer de uma forma gigante e há pouquíssimos estudos em volta dos vários factores de produção. Já no que toca aos valores que envolvem este mercado, o relatório da Canalys dá conta que a popularidade das impressoras 3D é cada vez maior.

O valor do mercado destas impressoras cresceu dos 288 milhões de dólares para 2,5 mil milhões de dólares em 2013 e estima-se que vá alcançar os 16,2 mil milhões de dólares em 2018.

Já o preço das impressoras 3D continua a cair. As impressoras que derretem plástico já podem ser encontradas no mercado abaixo dos 200 dólares e as que usam líquido para imprimir 3D podem já ser adquiridas abaixo dos 3 mil dólares. Estes equipamentos estão a sair do mercado industrial, do mercado de investigação para o pequeno comércio e para o segmento doméstico e, de uma forma muito rápida, é o que tem levantado questões importantes no capítulo da segurança.

 

Será que sabemos se é tóxico ou não o processo de impressão 3D?

As substâncias usadas para serem derretidas e convertidas em peças 3D devem serem regulamentadas e ter o controlo de toxicidade, embora, como referem os investigadores, seja ainda um processo complexo pois há muitos fabricantes destas impressoras e componentes. Ainda não se conseguem identificar tudo o que é colocado no mercado, principalmente porque ainda é um mercado novo e sem um rumo bem definido. Há contudo urgência em perceber se a segurança está assegurada.

 

UCR Today

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