Os dispositivos auditivos são mantidos, tradicionalmente, caros por uma indústria que fabrica e distribui este tipo de equipamentos a quem dele precisa por deficiência auditiva.
Esta política de preços tem criado dificuldades em países em desenvolvimento, onde as pessoas com menos recursos não os conseguem adquirir para resolver os seus problemas de audição.
Mas a tecnologia ao serviço de todos pode ser uma porta a novas soluções, mais baratas e com alta qualidade.
Dispositivo para ajudar nos problemas auditivos não pode ser um luxo
Mukund Venkatakrishnan, um jovem de 16 anos que vive nos Estados Unidos foi visitar o avô de 81 anos à Índia onde o ajudou a conseguir um destes dispositivos, contudo, percebeu da dificuldade em adquirir um equipamento que é quase um bem de luxo. Percebeu que esta indústria precisava de novas alternativas.
A ideia deste jovem estudante foi, inicialmente, perceber como as pessoas podem ter acesso a rastreios da sua qualidade de audição. A sua solução para avaliar o nível de audição de uma pessoa passa por uma série de sinais sonoros, um esquema que Venkatakrishnan tem vindo a desenvolver há dois anos para cá. Este sistema tem a particularidade de poder ser usado recorrendo a uns auscultadores convencionais.
Todo o trabalho de calibrar frequências e perceber como poderia programar o seu dispositivo leva já muitas horas de estudo a este jovem.
Um dispositivo que custa apenas 50 dólares
Venkatakrishnan criou uma forma dos utilizadores conseguirem calibrar o dispositivo pelos seus meios. Cada dispositivo tem um ficheiro de áudio com o som de um esfregar de mãos. Para calibrar, a pessoa necessita apenas de esfregar as suas mãos até o som das suas mãos combinar com o volume do ficheiro de áudio. Engenhoso de facto!
Se a pessoa não puder usar as suas mãos, uma outra pessoa pode ajudar, esfregando as mãos até os sons estarem ao mesmo nível.
Dois anos de profunda aprendizagem
O jovem Venkatakrishnan, tem apenas 16 anos e passou os últimos dois anos a aprender, pelos seus próprios meios, código que lhe permitisse programar e desenvolver o programa de áudio do dispositivo. Ele desenvolveu-o sozinho mas recebeu várias orientações de engenheiros, como por exemplo, do seu pai que é audiologista.
Levou o seu trabalho de tal forma a sério que manteve a sua investigação acompanhada por médicos da área, conduziu testes em pacientes com perda auditiva e certificou-se da precisão do seu aparelho.
Depois do sucesso operacional, falta o sucesso financeiro
Enquanto Venkatakrishnan consegue saltar de sucesso em sucesso com os resultados do seu dispositivo, não se preocupa, contudo, com a forma como poderá realizar dinheiro com o mesmo. Ele refere que o software áudio se mantém open source para que outros programadores possam modificar o mesmo e melhorar até o que foi conseguido.
Em termos de financiamento, ele tem a esperança de conseguir suscitar a curiosidade de algumas organizações no país, algumas com quem já fez alguns contactos. A ideia seria angariar suporte para a produção em massa e a sua distribuição. Uma das organizações com que já estabeleceu conversações foi com a prestigiada Bill & Melinda Gates Foundation, fundação do homem forte da Microsoft e da sua esposa.
A sua invenção poderá ajudar cerca de 360 milhões de pessoas em todo o mundo que sofrem de perda de audição. E nos EUA, apenas cerca de 2% a 3% das pessoas com perda leve de audição auditiva usa um aparelho auditivo. O seu dispositivo é dedicado a pessoas com perde auditiva leve a moderada.