O futuro precipita-se e a energia solar é cada vez mais a alternativa aos combustíveis fósseis. Os grandes projectos que os países estão a lançar, tornam esta energia imparável e nos últimos 16 meses, o preço de produção está a cair significativamente.
Como demos a conhecer, os Emirados Árabes estão a construir um dos maiores projectos do mundo de energia solar, tendo já concluído uma importante fase. Nesta fase o preço por kWh ronda os 6 cêntimos, contudo, os responsáveis anunciaram que para a próxima fase do projecto já receberam ofertas de 2,99 cêntimos, o que confere uma redução de 50% num único ano.
O que significam estes valores?
Estes valores significam que o mundo está a mudar de uma forma fantástica, do ponto de vista da dependência energética. Estamos com o preço mais barato da energia solar alguma vez registada, atingiu-se um valor 15% menor do que o recorde anterior, estabelecido no México no mês passado. Será que estamos no limiar de energia (quase) livre?
Mas como se chega ao preço da energia solar?
Não é fácil calcular o preço da energia. Este cálculo envolve muitas variáveis, tais como o investimento, a manutenção, o custo das matérias-primas utilizadas na produção, condições climáticas, etc. Além disso, estes dados não são geralmente acessíveis. Por isso, é interessante acompanhar os contratos internacionais de energia. Neles, as empresas estimam o custo da energia a longo prazo e sabemos que a evolução dos custos é bastante confiável.
Mas neste caso há algumas dúvidas. A falência da Sun Edison, uma das principais empresas de energia solar do mundo, tem levantado suspeitas. Como referiu Jenny Chase, analista da Bloomberg, “esta oferta diz-nos que muitas empresas estão dispostas a apostar fortemente em serem o produtor mais barato”, diz ele. Mas ninguém está certo de que essas operações se vão tornar rentáveis.
Está claro que pelo que vemos no índice dos preços, dos últimos anos, há uma tendência clara para uma queda consecutiva.
Nos EUA, o preço médio da energia solar caiu para cinco cêntimo por kWh em 2014. Pouco tempo depois, o Dubai decretou uma taxa fixa de 5,84 cêntimos para o kWh num prazo de 25 anos.
No verão de 2015, o Texas recebeu uma ofertas de 4 cêntimos e o Nevada 3,87 cêntimos. De facto, no último mês, a Enel (eletricidade italiana) assinou contratos para 3,6 cêntimos com o México e 3 cêntimos com Marrocos.
Revolução energética
As notícias e os dados são fantásticos. Há um grande investimento tecnológico e estrutural que vai para lá da vontade das organizações que protegem os combustíveis fósseis. A própria eficiência das células fotovoltaicas não parou de crescer, as taxas de cobertura estão a tornar-se mais amplas e as barreiras institucionais estão a desaparecer, havendo mesmo incentivos governamentais e fiscais para a colocação desta tecnologia.
Pode não parecer, até porque ainda é relativamente cedo, mas estamos perante uma revolução total, uma das maiores da história do homem.