Um relatório reúne opiniões de 13 especialistas em teletrabalho: eles têm a certeza de que o regresso ao escritório diminuirá, quando os CEO reconhecerem que isso não melhora a produtividade.
Impulsionado pela pandemia, o teletrabalho é, hoje, tema de debate. Conforme já testemunhámos, as águas dividem-se entre aqueles que o veem como um modelo mais produtivo e saudável e aqueles que o veem como uma afronta à produtividade.
De facto, estudos conduzidos em empresas do mundo real têm tentado perceber se este é o caminho a seguir, mas os resultados ainda não são robustos.
O Flex Report 2024 da empresa de software Scoop deu à luz um documento, onde se encontram várias análises sobre como se prevê o trabalho flexível para 2024. As previsões são apontadas por especialistas do setor.
Pedimos a 13 altos executivos, investigadores e académicos as suas principais previsões.
Especialistas acreditam que o teletrabalho não prejudica a produtividade
Segundo Annie Dean, especialista em trabalho flexível e diretora do Team Anywhere na empresa de software Atlassian, os CEO irão finalmente desistir de forçar o regresso ao escritório, pois “os executivos terão de admitir que as suas ordens para regressar não melhoraram a produtividade”.
Dean foi contratada pela Meta, aquando do início da pandemia, para orientar a política de teletrabalho da empresa.
O relatório refere que dezembro é um momento pertinente para fazer um balanço do ano e prever o que acontecerá no próximo.
2023 foi um ano emocionante no que diz respeito ao trabalho flexível. Embora muitos previssem uma recessão e um retorno significativo ao escritório em 2023, as taxas de ocupação permaneceram estáveis, até agora, este ano.
Para os especialistas como Dean, embora muitos executivos insistam no regresso ao escritório, a flexibilidade é fundamental. Segundo referiu a ex-Meta, “apenas um em cada três executivos está convencido de que as suas políticas internas tiveram um efeito positivo na produtividade”.
O CEO e cofundador da Scoop, Robert Sadow, partilhou que considera curioso que sejam as pequenas e médias empresas, com menos de 500 funcionários, a permitir “de forma esmagadora” que eles escolham se querem ou não regressar ao escritório. Por outro lado, empresas maiores, com mais de 25 mil funcionários, têm insistido no regresso.
Também Cara Allamano, que lidera operações na empresa de software de gestão Lattice, afirma que “ordens de regresso ao escritório não fornecerão uma solução rápida para problemas de produtividade e compromisso”, apesar de os executivos quererem que assim seja.
O relatório destaca que “os líderes que procuram ativamente uma tecnologia mais eficaz atrairão e reterão, sem dúvida, os melhores talentos” e que a verdadeira atração para os trabalhadores serão as empresas que priorizam claramente a flexibilidade.