Depois de meses de especulação, os cientistas descobriram finalmente a fonte provável do som estranho gravado nas profundezas do Oceano.
De acordo com um novo estudo, os 3,5 segundos gravados por um veículo autónomo, nas profundezas da fossa das Marianas, pertencem a um chamamento de um novo tipo de baleia.
Os Mares e Oceanos são vasculhados por diversas entidades. Estas fazem um rastreio de vários sinais existentes nas suas entranhas. Os sons são cuidadosamente analisados, havendo vários sons (estranhos) captados e ainda por descobrir quem é o seu emissor. Aconteceu, por exemplo, com um misterioso som que no Verão passado foi identificado finalmente no mar das Caraíbas.
Som metálico captado na fossa das Marianas
Depois de meses de especulação, de vários cenários escrutinados, os cientistas identificaram o misterioso som metálico captado na fossa das Marianas, em pleno Oceano Pacífico.
É muito distinto, com todas estas peças loucas. A parte de gemidos de baixa frequência é típica das baleias, e é esse tipo de som que o torna realmente único. Não encontramos muitas chamadas novas de baleias.
Sharon Nieukirk da Oregon State University, membro da equipa que analisa este assunto
Podemos ouvir o som gravado, no video que disponibilizamos a seguir, que parece algo metálico e não tanto biológico, por isso foi designado como “Western Pacific Biotwang”:
Este som abrange frequências tão baixas, na ordem dos 38 hertz e frequências altas na ordem dos 8.000 hertz. Os seres humanos podem ouvir entre os 20 e 20.000 Hz . Nieukirk, com a sua equipa, não foram capazes de encontrar qualquer origem humana ou geológica.
Os sons relatados aqui não são semelhantes às fontes antropogênicas conhecidas, como o ruído produzido por navios ou armas de ar sísmicas. Estes sons também não se assemelham a fontes geofísicas, como os sons de baixa frequência produzidos por terremotos e gelo, nem os sons produzidos pelo vento ou chuva… [Nós] levantamos a hipótese de que esses sons complexos foram produzidos por uma fonte biológica.
O mistério intriga a classe científica há mais de dois anos
Este mesmo som foi gravado múltiplas vezes desde o Outono de 2014 até à Primavera de 2015 na Fossa das Marianas – a 246,000 km2, parte da Fossa das Mariana a leste de Guam, onde existe uma das maiores áreas marinhas protegidas do mundo.
Embora esses sons sejam inteiramente únicos no registo científico, a melhor pista que a equipa de Nieukirk tinha para identificá-los era uma recodificação igualmente bizarra de 2001, feita na Grande Barreira de Corais da Austrália:
Conhecida como a baleia minke, chamada ‘Star Wars’, soa tão estranha quanto esta gravação mais recente e os investigadores dizem que, com base em semelhanças de frequência e estrutura, o Pacífico Ocidental Biotwang provavelmente vem do mesmo tipo de animal.
A estrutura complexa do som Pacífico Ocidental Biotwang, a análise de frequência, bem como a natureza metálica da parte final do som mais recente, parece em muito às características de baleia minke anã chamada de Star Wars
Concluiu a equipa
A Baleia Anã
As Baleias minke anãs, também conhecidas como baleias anãs, baleia-minke e finbeque (na região dos Açores), é o rorqual de menor porte pertencente à subordem Mysticeti. São membros da família Balaenopteridae. Estes mamíferos marinhos caracterizam-se por possuírem barbas em vez de dentes (230-360 barbas por cada lado da maxila superior), para filtrar o krill e pequenos peixes da água do mar. Tem uma forma corporal elegante e uma série de pregas (50-70) que se localizam na zona ventral da cabeça.
Estas baleias são conhecidas também por fazerem “boings” – um tipo diferente de som estranho mas que tem parecenças com o chamar ao estilo Star Wars. Este chamamento integra um repositório que vem acrescentar complexidade ao que os cientistas conheciam.
Mesmo havendo já uma ideia mais clara sobre este som estranho, o mistério continua. Porque enquanto este chamamento de baleias de barbatanas estão frequentemente relacionadas com o acasalamento, o que acontece principalmente no Inverno, estes sons têm sido gravados ao longo do ano.
A equipa quer agora determinar com exactidão quando são gravados estes sons, para perceber melhor o fenómeno do som de chamamento estranho vindo da fossa das Marianas.
Via: Science Alert