Os Magalhães foram uma aposta do Governo de José Sócrates, em parceria com a JP Sá Couto, em informatizar o processo educativo, e levar a tecnologia mais perto dos mais pequenos durante o seu período de aulas.
Com a promessa de ser distribuído um exemplar de cada um destes pequenos portáteis a cada aluno, o projecto alargou horizontes e os computadores foram também postos ao serviço de crianças doutros países.
Recentemente foi noticiado que os Magalhães, destinados à educação dos mais pequenos, equipam agora os carros da polícia da Inglaterra e já se encontram em cerca de 1.500 veículos.
Inicialmente com foco na escola e no processo educativo dos mais pequenos, os computadores Magalhães encontram-se agora ao serviço da polícia inglesa.
São já cerca de 1.500 veículos de várias forças policiais inglesas que se encontram equipados com os portáteis fabricados pela empresa portuguesa JP Sá Couto, que conta ainda vender mais 20.000 unidades até ao final deste ano.
Em entrevista à agência Lusa, João Paulo Sá Couto, administrador da empresa, afirmou que o negócio resulta de uma parceria de 18 meses com os ingleses Tetratab, e que “depois de terem visto um Magalhães, com as suas características principais de robustez e ergonomia, acharam que era um produto que podiam aplicar nos carros da polícia de Inglaterra”
Sá Couto indica que a empresa esteve a criar algumas características técnicas necessárias para se poder trabalhar neste sistema. “O primeiro a ser testado em Londres foi em Março de 2012 e, neste momento, já temos 1.500 carros equipados com este sistema. Para os primeiros seis meses de 2013 temos um ‘business plan’ de mais 10.000 unidades, num total de 20.000 unidades até final de 2013”.
o administrador da empresa adianta ainda “Todas as alterações técnicas na plataforma inicial do Magalhães foram feitos no nosso gabinete de inovação & desenvolvimento”, salientando que as as principais mudanças passaram por uma maior definição do ecrã, maior capacidade da bateria e questões técnicas relacionadas com a ligação do computador a uma ‘docking station’ no automóvel.
Sá Couto refere que a qualidade de construção da máquina foi muito valorizada em Inglaterra, assim como o facto de se tratar de uma solução bastante mais económica: “Mediante a crise que estamos a passar, este é um projeto ‘low cost’, há soluções idênticas três vezes mais caras que esta […] a solução completa [incluindo ‘docking station’, computador, ‘software’, teclado e assistência] poderá rondar os 2.000 euros”
Este negócio parece estar assim fundamentado, e tudo indica que não vai ficar por aqui, pois Jão Paulo Sá Couto afirma que para além das várias forças policiais em Inglaterra, existem já negociações para que os Magalhães entrem “noutros países da Europa […], nomeadamente Bélgica, Alemanha e Suiça.“,
Por sua vez, Roger Marsden, agente comercial exclusivo da empresa inglesa Tetratab, e ex-polícia, justifica que a empresa procurava “um dispositivo ‘tablet’ que fosse robusto, compacto, portável, mas, também, económico”
Marsden explica ainda que “Em 2007/8 as forças policiais [no Reino Unido] usavam PDA, mas perceberam que eram demasiado pequenos e não permitiam que se fizesse trabalho administrativo, como relatórios e autos, por isso todos procuravam um dispositivo maior. A única opção era muito dispendiosa e, então, reparámos neste equipamento da JP Sá Couto e pensámos que, se era suficiente resistente para ser usado por crianças, então também era bom para os polícias, que são como as crianças e atiram as coisas para o chão”.
Para Marsden, as principais características dos Magalhães são a capacidade de produção de pequenas quantidades, à medida do cliente e em curto espaço de tempo.
A Vodafone realizou uma parceria com a empresa inglesa, e o mecanismo poderá der adaptado a outras áreas diversas. Marsden explica que “Eles depressa perceberam que esta solução é muito boa para mecânicos, engenheiros, serviços de água, gás e electricidade onde os trabalhadores precisam de um equipamento robusto, mas simples e económico. E, a esse nível, este equipamento é absolutamente perfeito“.
Robert Lovelace, CEO da Tetratab, conclui dizendo que pretendem expandir esta solução de várias formas, “No Reino Unido será para os serviços de bombeiros, pessoal de manutenção e outros trabalhadores móveis. Já o vendemos a 11 países diferentes da União Europeia e estamos em constante expansão”