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Caneta Digital pode ajudar a diagnosticar Alzheimer

As doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer ou o Parkinson, obrigam os médicos, e outros técnicos de saúde, a procurar sinais nos hábitos e nas funções dos pacientes que ajudem a diagnosticar as condições do cérebro.

Os desenhos, por exemplo, permitem que as irregularidades neurológicas de doenças como as referidas dêem pistas sobre o desempenho do sistema nervoso central e periférico. Também aqui é possível que a tecnologia mais simples, de acesso comum, possa dar uma ajuda.

Os médicos frequentemente procuram sinais da condição do cérebro em doentes com determinados tipos de doenças. Entre elas estão, por exemplo, o Alzheimer e o Parkinson. Utilizando algumas técnicas e exemplos do dia-a-dia, os pacientes vão deliberadamente expondo os danos cerebrais. Contudo, estas avaliações baseiam-se largamente na opinião do próprio clínico.

Desta forma, muitas das vezes, os sinais mais concretos aparecem quando a doença já está num estado avançado, em que o paciente já foi totalmente derrotado pelos próprios sintomas degenerativos. Está provado que os danos só são muitas vezes perceptíveis 10 anos após comprometimento cognitivo derivado da doença de Alzheimer.

 

Desenhar para detectar doenças precocemente

Investigadores do MIT poderão ter encontrado um caminho efectivo para detectar, de forma precoce, estes sinais. Utilizando software convencional de monitorização como o de uma Caneta Digital que verifica a entrada de dados e a sua correspondência, os médicos acreditam que podem prever com muita precisão o estado actual das condições neurológicas não só sobre o que desenhamos mas também como desenhamos.

As pessoas saudáveis gastam ligeiramente mais tempo a pensar do que a riscar, as pessoas com problemas de memória (como as que sofrem de Alzheimer) gastam muito mais tempo a pensar, enquanto os doentes de Parkinson perdem muito mais tempo na luta pelo controlo, a nível motor, do próprio desenho.

 

O que tem de especial uma Caneta Digital?

O software que foi testado com a Caneta Digital tem envolvido um algoritmo que ainda não está disponível para entrar em acção no que toca à imediata avaliação dos casos de problemas neurológicos.

Com tanta tecnologia ao serviço da medicina, neste campo há duas ferramentas muito usadas: papel e caneta.

São feitos os chamados testes Assessment Montreal Cognitive (MoCA) e teste do Desenho do Relógio (TDR). Estes testes são utilizados ​​para detectar as mudanças cognitivas decorrentes de uma vasta gama de causas, de acidentes vasculares cerebrais e contusões de demência, como a doença de Alzheimer.

Assim, partindo com base neste tipo de testes, investigadores de Ciências da Computação do MIT e Laboratório de Inteligência Artificial (CSAIL) mostraram um modelo de previsão que, juntamente com o hardware existente, abre a possibilidade de detectar precocemente doenças como a demência.

Aqui a Caneta Digital, usada nos testes TDR, permite medir a posição do desenho sobre o papel e fazem-no 80 vezes por segundo, recorrendo a uma câmara embutida na caneta. Esses dados recolhidos são muito precisos e formam um padrão. Os movimentos de cada pessoa permitem ao sistema estudar a forma como é feito o desenho, as hesitações o tempo decorrente, etc…

 

Nasceu um novo método, o DCDT

Assim nasceu um novo teste apelidado pela equipa responsável por Digital Clock Drawing Test (DCDT).

Este projecto está sustentado numa colecção de 2.600 testes levados a cabo ao longo dos últimos nove anos. Com estes dados a equipa desenvolveu modelos computacionais que mostram já uma promessa de como uma Caneta Digital com o software para testes DCDT permite detectar se alguém tem um déficit cognitivo e até mesmo determinar, precisamente, o que eles podem ter.

Será relevante um diagnóstico precoce destas doenças?

MIT News

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