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As Virtudes do iPad

We want kickoff 2010 by introducing a truly magical and revolutionary product today.

Foi assim que Steve Jobs começou a Keynote deste ano… ele queria e conseguiu, o iPad é sem sombra de dúvida um produto revolucionário e mágico. Mas temos de saber interpretar esta magia e enquadrar o equipamento no segmento correcto. Para isso nada melhor que ouvir as palavras do criador da Apple e perceber qual é o caminho que a Apple, uma companhia que nasceu em 1976 e que vale 15,6 mil milhões de dólares, apostou em seguir. Com esse conhecimento e com essa informação, percebemos o quanto é revolucionário o gadget iPad.



Vale a pena ouvir as palavras de Steve Job, isto porque ele explica com pormenorizada relevância qual é o caminho que a Apple traçou e que será detalhe importante para perceber que tipo de produtos lançarão no futuro.

Portabilidade

A Apple, seguindo palavras de Steve Jobs, está vocacionada para vender produtos móveis. Na verdade, a grande percentagem de vendas da marca está relacionada com mobilidade: são 250 milhões de iPods desde 2001, ano que a Apple lançou este também novo conceito de dispositivo.  Segundo alguns analistas de mercado, serão mais de 8 milhões de iPhones vendidos desde 2007, data do lançamento do melhor telefone alguma vez criado.

Estes números dão-nos uma ideia muito clara sobre o enquadramento de mercado da Apple. Esta viragem comportamental, que começou em 1991 com o lançamento do primeiro portátil, na altura o PowerBook, faz-nos perceber que todos os produtos têm um mercado maior se forem portáteis.

Ora no mundo dos portáteis, a Apple deu um salto evolutivo relevante, desde o PowerBook até ao Macbook Pro. A era da mobilidade, da Internet em qualquer sitio e a capacidade multimédia dos equipamentos fez surgir novas ideias e acima de tudo, novas necessidades. Nesse sentido muita gente usa o iPhone como o seu browser principal, o seu cliente de mail, a sua consola de jogos e a sua agenda de contactos e de gestão do dia a dia.

Acima do iPhone, a Apple vende os portáteis com segmentos de mercado mais exigentes em termos de poder de execução. A Apple percebe que hoje em dia, não podemos limitar-nos a um espaço físico. Há que soltar amarras e vaguear por qualquer lado sem termos de nos desprender dos equipamentos que nos ligam ao mundo.

De um lado o iPhone e de outro os Macbooks… mas haverá espaço para um equipamento intermédio?

Haverão utilizadores que necessitem mais do que um iPhone e menos que um Macbook?

No meu entender foram as duas grandes questões que amadureceram na mente dos criadores da Apple. Se pensarmos um pouco com clareza, veremos que muita gente apenas usa o computador para visitar a Internet, para pesquisar na web, para enviar e receber mail, para conversar online, gerir os seus espaços sociais e para aproveitar os conteúdos multimédia (música, jogos e vídeo).

Devem hoje em dia ser a grande maioria dos utilizadores com estes requisitos. Quantos de vós precisam de algo mais?

Mas um iPhone é algo limitado para estes conceitos todos, eu próprio, utilizador intensivo de um iPhone, percebo que falta ali espaço de apresentação, falta mais poder de processador… isto para aproveitar mais o mundo que se apresenta aos nossos olhos.

iPad – O mágico produto para 2010

Neste ritmo de ideia, que acompanha o desenvolvimento e a ânsia da nossa sociedade, faz todo o sentido que a Apple tenha lançado o iPad.

Este gadget foi talhado para a maioria dos utilizadores que usa a máquina para relaxar. Que usa a máquina para estar ligado ao mundo e para usufruir dos momentos de prazer que os componentes multimédia trazem à vida das pessoas.

Então o iPad é um gadget para a maioria das pessoas?

Sem dúvida. A maior parte das pessoas não precisa mais do que o que este dispositivo oferece. Depois e falando um pouco nos pecados, muitas funções ficaram de fora para tornar este dispositivo seguro e permanentemente optimizado. Mas é isso que as pessoas querem. Não querem ter preocupações se ele ligará ou não, se tem vírus ou não se hoje mostra as páginas e amanhã não as mostra porque falta um plugin… e elas estão amarradas pois não percebem como isso se resolve, não têm tempo para pedinchar aos amigos pseudo entendidos ou não têm mesmo dinheiro para pagar para limparem, formatarem e instalarem os componentes nestes dispositivos… não faz sentido e por isso a Apple procura esse caminho… o da estabilidade do prazer.


Navegar na Internet e navegar nos conteúdos

Quem como eu, que tem um iPhone e um Smartphone com WM, sabe que navegar do Safari ou no Opera ou no Internet Explorer obtém uma experiência completamente diferente dentro de um smartphone, nenhum se chega à rapidez e qualidade de navegação do Safari para iPhone OS… nenhum. E porque? Porque a Apple dedicou-se exclusivamente a trabalhar os aspectos que o utilizador quer e precisa para navegar. Eu quero abrir uma página de forma rápida, quero usar os dedos para fazer zoom, quero adicionar aos favoritos com dois cliques e quero navegar com o dedo sem arrasto, sem espaços de espera que enervam…. o Safari deu-me isso.

Não é perfeito e faltam algumas funções que outros têm… sim isso é verdade, mas os outros não têm o principal, estabilidade de navegação, e neste mundo não se pode ter tudo, há que optar e a Apple optou por ter aquilo que faz mais falta.

Então o iPad deverá ter o mesmo cuidado com esses aspectos de utilização mas num ecrã maior, mais generoso que permite teclar e permite uma visualização mais confortável das páginas que estamos a ler… é uma melhoria em relação ao iPhone.

Ler, ouvir música, visualizar e mostrar as nossas fotografias, ler o correio electrónico e gerir o mesmo… fantástico tamanho com um cliente de mail super intuitivo.

Para quem gosta de um jogo com gráficos fantásticos, a Apple disponibiliza alguns de muito boa qualidade a preços perfeitamente “pagáveis”. Imagino o que será jogar AceCombat neste ecrã… ou mesmo usar o acelerómetro para controlar o bólide no Real Racing. O FIFA 10 deve fazer deste ecrã um relvado fantástico… tudo isto perfeitamente e confortavelmente sentado no meu sofá.

O caso muito falado, dos ebooks, pode não ser ainda um exemplo feliz para o nosso mercado, mas a Apple cá chegará e então imaginem o que será ler um bom livro e eu tenho uma preferência por livros técnicos, mais ligados à informática, em qualquer lugar, onde podemos ler aumentando ou diminuindo o tipo de letra, podemos seleccionar o que precisamos para colocar num destaque no nosso site, podemos usar a tecnologia wireless para imprimir um fragmento de um livro ou mesmo mais do que isso.

Bom… chega a altura de perguntar: Mas precisaremos de um portátil para fazer isso?

Netbooks

Não claro que não, por isso apareceram os netbooks!

Os netbooks são computadores mais baratos (alguns) que os portáteis tal como os conhecemos – sim isso é verdade, têm ecrãs medíocres… sim também é verdade. Correm software talhado para portáteis com outras capacidades… sim também é verdade – são interessantes mas não fazem a diferença que se pretende para um portátil de 15 polegadas que custa 500 euros, pois não?

Pois não, bem que poderiam ter ecrãs multi-toque, software menos pesado e maior espaço de ecrã: 10 polegadas com o software desenhado para 15 e 17 polegadas não ajuda muito.

Além destas características existem outras que afastam os netbooks da tal terceira opção entre os smartphones e os notebooks.

O iPad é uma ferramenta que agrega os mais modernos conceitos de utilização da Internet. As pessoas querem comunicar em qualquer lugar. As pessoas querem ver onde tiraram as suas fotos, querem navegar pelo mapa, querem usar as redes sociais, querem teclar e querem estar ligadas ao seu correio electrónico. O mundo, mesmo o mundo fiscal, gira em torno da acção que a Internet pode ter na nossa vida, até o IRS podemos entregar pela net. Podemos usar o netbanco para consultar e para pagar serviços, podemos usar as lojas online para comprar a alimentação ou mesmo o jantar de logo à noite.

Podemos requisitar muitas das nossas necessidades como serem humanos e não precisamos de um computador. Um tablet… ou um iPad chega e sobra pois dá-nos mobilidade e conforto de utilização.


App Store

A Apple tem uma loja de aplicações onde pode encontrar mais de 140 mil aplicações. entre elas tem aplicações para edição de imagem, edição de vídeo, ferramentas lúdicas, aplicações úteis para o dia a dia… quase todas pode aplicar no iPad.

iTunes Store.

Ver um bom filme ou comprar um tema musical é tão simples que se torna um vício. Sem complicações, cartões ou filas de trânsito. Não pode ouvir o seu programa de rádio favorito? Não há problema, descarregue o podcast e ouça enquanto lê o seu correio electrónico.

O Futuro

Muitas das aplicações não foram modificadas, então como foram talhadas para o ecrã do iPhone poderão sofrer alterações colossais aproveitando os novos gráficos disponíveis no iPad. Foi o que a Apple fez, desenvolveu actualizações para todas as suas aplicações adaptando-as ao novo ecrã de 9.7″, panorâmico, brilhante com tecnologia LED-backlit, Multi-Touch e IPS. Tudo numa resolução 1024×768-pixels… ali nas nossas mãos sem esforço, porque apenas pesa 680 gramas.

Desenvolvimento e inovação

São muitas as grandes marcas que estão a criar aplicações, jogos e serviços destinados ao iPad. A exemplo disso é a EA, a maior empresa de criação de jogos do mundo. Agora pensem no mercado que este gadget irá conquistar.


Dispam a capa e limpem as ideias pré-concebidas do muito que se falou nos tablets, Kindle e outros ebooks. Pensem que este equipamento não existia e que está a ocupar um lugar nunca antes pensado. Não é competido ou concorrente com qualquer outro produto dentro de um segmento tecnológico e por isso tem um preço que, à imagem dos outros produtos Apple, não será nada meigo… mas a qualidade paga-se.

Desafio-vos a ver, como eu vi o Apple Special Event. Depois venham cá conversar sobre o assunto.

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