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As mulheres e a resistência à informática

O mundo da tecnologia parece ser um mundo para os homens e por eles dominado. Bill Gates, Steve Jobs, Mark Zuckerberg. A maioria dos nomes associados à tecnologia é de homens.

Só que nem sempre foi assim. No início dos anos 80, quando a informática começou a ganhar uma nova expressão, muitos dos nomes da programação eram femininos e, durante alguns anos, a percentagem de mulheres nesta área estava a crescer. Mas em meados da década algo mudou, e o número de mulheres no mundo da informática começou a decrescer. Qual terá sido o motivo para este decréscimo?

Desde os anos 70, que a participação das mulheres nas mais variadas áreas da ciência tem vindo a crescer e durante a última década tem-se mantido mais ou menos estável. Contudo, apesar do crescimento do número percentual de mulheres ter crescido na informática até meados dos anos 80, a partir daí esta percentagem entrou em declínio.

Porque é que uma área, em tempos marcada por uma presença feminina de quase 40%, hoje conta apenas com uma participação de menos de 20%?

Na verdade, não existe uma resposta concreta para este facto, mas existem alguns acontecimentos que o podem ajudar a explicar.

A participação das mulheres na informática começa a decrescer ao mesmo tempo que nos Estados Unidos os computadores começam a invadir os lares.

Estes computadores pessoais serviam inicialmente para momentos de lazer, principalmente para jogos e, muito pouco para processamento de texto. Mas facto é, que os primeiros computadores tinham como destino os consumidores do sexo masculino, pequenos e graúdos.

Vivendo nós num mundo de culturas que se influenciam, começou a instalar-se a ideia de que os computadores eram uma “coisa para rapazes”.

Desde os primeiros filmes da história do cinema sob o tema da informática, que surgiram nos anos 80, que as histórias se repetem: existe um rapaz na escola, o “Nerd”, que utiliza os seus atributos tecnológicos para conquistar uma rapariga.

Uma prova de que durante anos se instalou a ideia de que os computadores não eram coisa de meninas, é um estudo desenvolvido por Jane Margolis que, durante os anos 90, inquiriu estudantes de informática da Universidade de Carnegie Mellon, e concluiu que as famílias ofereciam mais facilmente um computador aos rapazes do que às raparigas, mesmo que elas se revelassem realmente interessadas em ter um.

Muitos dos grandes nomes actuais da informática desenvolveram as suas aptidões com os as experiências que foram fazendo em casa com os seus computadores pessoais, mesmo antes de ingressarem na universidade.

A maioria das raparigas que entrava para a universidade nos anos 80 para estudar informática, nunca tinha tido um verdadeiro contacto com computadores e as dúvidas básicas que os professores nos anos 70 respondiam em introdução ao curso, eram começadas a ser encaradas como questões do senso comum que já não mereciam resposta.

Fonte: NPR

Este factor poderá ter afastado muitas mulheres desta área de formação, mas será que agora, que todas as casas têm um computador pessoal, a presença feminina na informática vai voltar a crescer?

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