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Artigo de Opinião: A Humanização das TI

Depois do consumismo…

Na década de 40, o antigo Presidente da IBM, Thomas Watson, alegadamente previu que o mundo apenas necessitaria de cinco computadores. Durante a última década, esta afirmação tem sido ridicularizada à medida que o consumismo na tecnologia resultou na criação de um número estimado de 2,35 mil milhões de dispositivos (PCs, tablets e telemóveis) até 2013.

Na realidade, existem, atualmente, crianças que possuem os referidos cinco dispositivos que Watson acreditava serem suficientes para satisfazer as necessidades de processamento do mundo inteiro!

Quer Watson tenha proferido as já infames palavras, ou não, poucos previam o impacto dramático das TI sobre o mundo ou a nossa sede, enquanto consumidores, pela tecnologia. Enquanto o mundo desenvolvido já está repleto de computadores e de smartphones, a revolução está apenas a iniciar-se nos países em desenvolvimento, alargando ainda mais a «Internet of Things» – um número de dispositivos ligados em rápido crescimento que estão sempre a gerar mais dados.

O dilúvio de dados

Como geralmente acontece em casos de crescimento inesperado, surgem problemas imprevistos. Como lidamos com todos os dados constantemente gerados por esta rede de dispositivos? Apesar das técnicas de análise de dados serem utilizadas há décadas, o que agora enfrentamos está num novo patamar. A primeira duplicação dos níveis mundiais de dados levou aproximadamente um século. Atualmente, estão a duplicar-se a cada 14 meses. A este ritmo, os níveis mundiais de dados superarão os 40 zettabytes até 2020 – equivalentes a 5.200 GB de dados por cada homem, mulher e criança na terra.

Tanto as empresas como os consumidores têm muito a ganhar se encontrarem formas de processar estes dados. Embora os volumes totais de dados sejam intimidantes, acreditamos que a «humanização das TI» proporcionará a próxima etapa de desenvolvimento tecnológico, bem como a resposta aos nossos desafios na área da análise.

O Natural Analytics

Essencialmente, a humanização das TI será a prova do surgimento de tecnologia que necessita de pouca ou nenhuma formação para ser utilizada e que corresponde às nossas capacidades analíticas inatas. Para além da tecnologia, os seres humanos são, por natureza, capazes de processar, de forma automática, milhares de elementos de informação por segundo.

O cérebro humano esforça-se para fazer associações. As nossas mentes, de forma constante, categorizam e ligam, procurando as conjunturas de caraterísticas importantes e as anomalias significativas. Além disso, não desistimos simplesmente, uma vez feitas estas associações.

Por último, tal como entendemos o presente com base nas nossas experiências do passado, antecipamos, de forma constante, o futuro.

A democratização da tecnologia e dos dados

Ao humanizar as TI, os líderes empresariais poderão capacitar toda a força de trabalho – não apenas uma meia dúzia de eleitos com aptidões tecnológicas – através da capacidade de analisar grandes conjuntos de dados. O motor de pesquisa do Google constitui um exemplo perfeito do que é possível – um tipo de tecnologia apelativa aos nossos sentidos inatos. A sua interface intuitiva é utilizável por praticamente qualquer pessoa. Contudo utiliza como base algoritmos complexos que o tornam capaz de processar enormes volumes de dados globais.

Os smartphones e os tablets são também ótimos promotores para tornar as TI mais acessíveis a todos, dando mais um passo em direção à análise de dados no mundo natural. Os gestos de toque e «swish» (ligeiro movimento com a ponta dos dedos) num ecrã são muito mais instintivos e, por isso, mais utilizáveis do que o rato e o monitor antiquados que dominavam as décadas iniciais da tecnologia de consumo.

Com as ferramentas e os comportamentos naturais já existentes, as empresas necessitam de proporcionar sistemas humanizados que promovam as nossas capacidades analíticas inatas. As recompensas para melhor entender os dados das empresas, dos clientes ou dos utilizadores são grandes e podem ir muito além do mundo corporativo – para ajudar na resolução de problemas maiores ou até de questões sociais (como, por exemplo, no campo da saúde ou da pobreza). Se isto não acontecer, permaneceremos submersos debaixo do dilúvio de dados sempre em crescimento.

Rodolfo Vale, Territory Sales Manager da Qlik

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