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Apple faz ultimato aos programadores de apps para iOS

Após a descoberta de várias apps populares para iOS que estavam a registar a atividade no iPhone ou iPad, a Apple emitiu um ultimato aos programadores de software. A menos que o utilizador esteja perfeitamente ciente das ações e intenções das apps, estas arriscam-se a ser banidas da App Store.

Mais ainda, a Apple fez saber que a privacidade dos seus utilizadores é uma prioridade para todo o seu ecossistema. Por conseguinte, para terem acesso aos dados dos utilizadores, os criadores das aplicações carecem do consentimento e autorização expressa. Condição essencial para poderem estar na App Store.


Tudo aquilo que o utilizador faça no seu iPhone, deve ficar apenas no seu iPhone. Contudo, tal como demos a conhecer na passada quinta-feira, não era isso que estava a acontecer em certas apps para iOS.

Sem que o utilizador soubesse, o iPhone podia ser vigiado

Após a investigação, descobriram-se várias apps para iOS que registavam tudo aquilo que o utilizador fazia no seu iPhone e iPad. Para que fosse possível estudar os hábitos de utilização e tendências dos utilizadores, a sequência de passos e uso do seu iPhone ou iPad era gravada.

Em seguida, essa informação era comunicada à agência de análise em questão para processamento dos dados. Assim, o intuito era essencialmente o estudo do consumidor e respetivos hábitos mas, pecavam pela ocultação das suas práticas.

A Apple não demorou a reagir e considerou inaceitáveis tais práticas. Mais concretamente, deixou bem claro que este modus operandi carece da aprovação explícita do utilizador final da app para iOS em questão.

A Apple vincou a necessidade de obter o consentimento expresso

Sem esta autorização e revelação total do será feito pela aplicação, esta não poderá operar ou estar sequer presente na App Store. A Apple foi assertiva neste ponto uma vez que tal constituiria uma clara violação da sua Política de Privacidade.

Entretanto, de acordo com a TechCrunch, a Apple afirmou que já entrou em contacto com os programadores em questão. “Notificámos os programadores que estão a violar os termos e política de privacidade e tomaremos medidas imediatas, se necessário”, aponta o porta-voz da tecnológica de Cupertino.

Nenhuma app para iOS o poderá fazer sem que o utilizador aceite

Recordamos que entre as aplicações (apps) para iOS que estavam a gravar tudo aquilo que o utilizador fazia no seu iPhone ou iPad eram as Air Canada, Abercrombie & Fitch, Singapore Airlines, Expedia e, por fim, a Hotels.com.

Estas foram as apps sinalizadas pela investigação inicial. Todas elas, mediante a aplicação de software fornecido pelas agências de análise e tratamento de dados, estavam a gravar o que utilizador fazia no seu iPhone ou iPad.

O problema? O utilizador não sabia que este tipo de gravação e tratamento de dados estava a ser feito. Não se chegou a colocar a segurança dos dados em questão, apenas a omissão das práticas. Algo que a Apple não tolerará.

A utilização do seu iPad ou iPhone era alvo de escrutínio

Entre as várias agências responsáveis por esta prática temos o exemplo paradigmático da Glassbox. De forma a compreender os hábitos dos utilizadores e sinalizar qualquer dificuldade que estes encontrem na utilização das apps para iOS, a sua utilização era cuidadosamente estudada.

Mais uma vez, tal como a publicação original deixa claro, há sem dúvida um risco para a segurança dos dados pessoais. Ainda que não se tenham registado roubos de dados e credenciais sensíveis, as empresas tinham acesso, por exemplo, aos números de passaporte e cartões de crédito.

Por outras palavras, existe um risco inerente para o mau uso ou roubo destas informações captadas pelo software de recolha de dados. Ainda que o seu propósito inicial possa ser o estudo dos hábitos do utilizador, o risco subsiste.

Assim, a partir deste momento, a menos que o utilizador conceda a sua autorização expressa, este tipo de tratamento de dados não poderá ser feito. A Apple foi inflexível neste ponto.

Por fim, relembro que alguns destes serviços também se estendem ao universo Android. A Glassbox, a título de exemplo, também fornece os seus préstimos aos programadores de apps para Android, ainda que a Google Play Store também seja rígida na salvaguarda da privacidade dos seus utilizadores.

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