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Apple decepciona na venda de iPhones e perde na Bolsa

Após ter apresentado nesta terça-feira os resultados obtidos no primeiro trimestre fiscal de 2014, os títulos em bolsa da Apple chegaram a cair 8,8%, a maior queda nos últimos 12 meses.

O cenário da diminuição de vendas de iPhones na época natalícia e um impacto abaixo do expectável na parceria com a China Mobile foram o mote para os receios dos investidores na marca de Cupertino.

O mercado estimou que a Apple no segundo trimestre de 2014 arrecadaria cerca de 46,1 milhões de dólares, contudo a empresa de Cupertino indicou que as vendas nesse trimestre fiscal serão entre 42 mil milhões e 44 mil milhões de dólares. Alguns investidores ficaram desapontados também pelo facto de a Apple não anunciar qualquer aumento do dividendo ou um programa de recompra de acções.

Com este cenário a empresa de Cupertino esteve a perder 43 mil milhões de dólares, algo como 31 mil milhões de euros. A cotação desceu até aos 502,07 dólares e fechou nos 506,50 dólares.

Em reacção aos números, muitos analistas apontaram o dedo ao do iPhone 5C que o empurrou para vendas muita abaixo do esperado. Embora seja um modelo mais barato do que o topo de gama iPhone 5S, este não teve a capacidade de conquistar o mercado dos seus rivais, um mercado mais barato, principalmente o mercado da mais directa empresa de equipamentos Android concorrente, a Samsung.

A vendas de iPhones ficaram aquém das expectativas dos analistas

“Não acreditamos que, com o iPhone 5C, a Apple tenha criado uma nova categoria de produto com expressão”, afirmou, num relatório, o analista Keith Bachman, da BMO Capital Markets, acrescentando que a Apple devia criar “um iPhone de preço médio com mais impacto” e mais barato do que o 5C, lançado em Setembro.

“A Apple tem a capacidade para baixar o preço do iPhone para concorrer mais agressivamente na média gama e acreditamos que a elasticidade resultante permitirá uma melhoria nos lucros”, afirmaram analistas da Goldman Sachs.

“O mercado de telemóveis de alta gama está saturado”, diz Van Baker, analista da Gartner Inc., citado pela Bloomberg. “A Apple vai ter de repensar a sua abordagem”, acrescenta o especialista.

Embora a Apple tivesse mantido a margem bruta de 37,9% no último trimestre, isso deveu-se claramente à escolha do iPhone 5S, os utilizadores assim levaram a que a Apple obtivesse uma margem maior do que aquela que conseguiria se optassem pelo 5C.

A estratégia, segundo alguns analistas, passará por lançar um iPhone low-cost, cobrindo os vários patamares de preço, competindo com os Androids. Estratégia que fez com que a Samsung atingisse 29,6% do mercado global de smartphones, à frente dos 17,6% da Apple, segundo dados da empresa de análise Strategy Analytics.

“O mercado para smartphones topo de gama parece simplesmente estar saturado”, escreveu o analista Rob Cihra, da Evercore. “Embora ter um telemóvel barato e de baixa gama não se encaixe no modelo da Apple, não ter um limita o crescimento”.

O mercado asiático ainda trará muitos milhões de dólares em vendas de iPhones até final deste ano

O futuro ainda não está traçado, embora a venda de iPhones tenha desiludido os analistas, a Apple poderá colher no próximo trimestre os frutos de uma parceria com o operador líder no mercado Japonês e pela crescente distribuição de iPhones pela China Mobile. Esta aposta ainda não está no seu auge, até porque o iPhone ainda não chegou às 340 cidades chinesas, que só o conseguirá até ao final do ano.

Actualmente, o maior operador chinês só comercializa o iPhone em apenas 16 cidades naquele país.

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