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Android cai e iOS cresce. Que se passa com o mercado Android?

Ao longo destes últimos anos, o mercado dos smartphones tem mostrado todo o potencial fazendo nascer centenas de empresas, empregando milhares de pessoas e vendendo milhões de unidades o que se traduz em lucros incríveis. Há máquinas que são o expoente máximo da tecnologia dos tempos modernos, verdadeiras jóias. Facilmente damos exemplos, basta ver o fantástico LG G4, o elegante Samsung Galaxy S6 Edge, o Sony Xperia Z5 Premium, que foi o primeiro dispositivo a ser lançado com um ecrã 4k, o iPhone 6, entre muitos outros que todos conhecemos.

Mas… por trás deste aparente sucesso à escala mundial, continuará este mercado de boa saúde? Ou podemos estar preste a assistir ao declínio do mesmo?

Declínio, pode sem dúvida ser uma palavra muito forte, mas a verdade é que os resultados deste segundo trimestre foram terríveis para todos os fabricantes que distribuem dispositivos móveis Android. Contudo e em sentido contrário, este segundo trimestre correu de vento em poupa para a Apple, que continua com um crescimento contínuo.

 

Mas o que significa isto em números?

A verdade é que no mesmo período de 2014, empresas como a Samsung, HTC, LG, Sony, Motorola e Lenovo, expediram cerca de 129,4 milhões de smartphones, num total de 301,4 milhões, o que representa 43% do mercado mundial. Este ano e terminado o segundo semestre, estes números baixaram bastante, tendo este mesmo grupo de fabricantes expedido apenas cerca de 114.7 milhões de dispositivos num total de 337.2 milhões, o que mostra que foram expedidos mais produtos a nível mundial, mas que este grupo de fabricantes não conseguiu acompanhar de forma adequada esse aumento.

Legenda: mm – Mil Milhões | $ – Dólares | m – Milhões

Olhando para esta tabela de resultados, a análise deixa várias perguntas, mas há uma muito directa: Qual a razão para estes resultados?

A Samsung tem vindo ao longo dos últimos tempos, de há um ano para cá, a perder fôlego. A marca sul coreana, embora tenha dos melhores dispositivos do mercado, não consegue atrair o utilizador para preços sobre dispositivos que rapidamente caem na banalidade, isto porque o mercado Android tem tanto de promissor como de carrasco. Os últimos exemplos são claros, quer o Galaxy S6 quer o Galaxy S6 Edge têm vendas muito abaixo das expectativas, mesmo sendo neste mercado duas grandes bandeiras… mas então saiu o Note 5 e…

No caso da HTC, a explicação pode estar no facto da empresa apresentar o mesmo produto durante três anos seguidos. Os consumidores Android gostam de novidades também no aspecto visual, querem que a marca marque uma posição vincada em determinado nicho do segmento Android e a HTC tem tentado mas em vão, mesmo com um smartphone com materiais de alta qualidade.

Já a LG, pode ter outra, ou outras explicações. A marca coreana lançou o G4, que tem uma das melhores câmaras fotográficas do mercado, tem estado também muito abaixo das vendas expectáveis. Mas as inovações que tem feito, entre elas os ecrãs curvos, não tem conseguido um impacto acolhedor no mercado. Depois os preços são igualmente um factor que pode levar o consumidor a pensar bem. Com o preço de um G4, poderá o consumidor comprar melhor?

Tabela de produtos expedidos dos últimos três anos (em milhões de dólares):

Legenda: m – Milhões | 2T – Segundo Trimestre

 

A Apple na China e a China no Android

Como podemos ver por estes resultados, a verdade é que enquanto a empresa de Cupertino continua num crescimento sustentado, vendendo de ano para ano cada vez mais dispositivos, embora que no último ano foi a China que garantiu lucros recordes. Em contra-mão, os fabricantes de smartphones Android têm vindo a expedir menos dispositivos, o que também está associado ao aparecimento de grandes fabricantes chineses como a Huawei, Xiaomi, OnePlus, Oppo, entre outras, que têm vindo a produzir equipamentos muito completos, bonitos e mais económicos. Aliás, uma tendência que desde 2014 já se estava a antever.

Estas marcas têm a capacidade de criar dispositivos com tecnologia usada pelas ditas marcas líderes, como é o caso da Huawei, têm a criatividade de criar ansiedade entre os utilizadores, como consegue a OnePlus e têm a habilidade de juntar o melhor software e hardware num pack de preços jamais conseguidos pelos fabricantes da linha da frente, como consegue a Xiaomi.

 

E a crise económica na China?

Há umas semanas, quando o crash na bolsa chinesa abalou os mercados, as opiniões dividiram-se. Muitos especialistas acreditam que o impacto é preocupante mas que a China terá capacidade para ultrapassar as dificuldades na economia interna, principalmente porque tem indústrias muito poderosas, com produtos facilmente escoados pelo mercado internacional. Um desses mercados é o dos smartphones e electrónica.

Este cenário poderá ser benéfico para marcas que não dependem tanto do mercado interno chinês. A Apple, por exemplo, foi fortemente alavancada pelo mercado chinês, mas vê agora a economia norte-americana a começar novamente a crescer e isso pode atenuar a crise chinesa, no que toca à venda de tecnologia.

Nesta recta final do ano de 2015, os fabricantes que têm expectativas altas de milhões de unidades de venda, vão contar com um cenário complexo, mas este mercado dos smartphones é também coadjuvado por outros dispositivos, como os smartwatches, é somente necessário saber trabalhar a oferta, dado o número incrível de players também nesta nova moda da “alta electrónica”.

E quanto a si, qual pensa ser a razão para esta queda de vendas?

 

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