PARTE 1
O Consultório Pplware recebe semanalmente as mais comuns dúvidas e pedidos de ajuda a nível tecnológico e um dos temas mais comuns é o PC com o Windows.
Ao longo das edições constatamos que algumas das perguntas enviadas se repetem uma e outra vez. Por outro lado, existem também questões que não dão para responder pelo que a ajuda de um profissional pode ser a solução final. Direccionado claramente para os utilizadores Windows, apresentamos hoje os primeiros 5 tópicos de respostas de ajuda, gerais, que os leitores podem ter como referência quando alguma eventualidade surgir.
1. Ecrã azul da morte (Blue Screen Of Death – BSoD)
Estar com um trabalho importante entre mãos e, de repente, o nosso ecrã exibe um desconcertante ecrã azul é normalmente um motivo de desespero. Pior que isso é quando este ecrã passa a ser procedimento normal no uso do nosso PC com frequência, ora isso demonstra claramente um problema mais grave por detrás.
Depois de surgir um destes ecrãs azuis o passo a seguir é reiniciar o computador, ponto básico. Antes de o fazer há um pequeno truque que podemos aplicar: anotar o número de registo do BSoD no espaço INFORMAÇÃO TÉCNICA e tentar procurar mais informação sobre o mesmo na Internet para um conselho mais específico sobre a mesma.
Neste campo, existe um programa muito interessante, o Bluescreenview, cuja principal função passa pela captura dos célebres blue screen e guarda-los numa pasta local do nosso computador. Uma vez realizada a captura é possível aceder aos screenshots para depois poder interpretar o que realmente pode estar a causar esses problemas no computador.
A procura por soluções num motor de busca pode ser uma excelente ideia. Contudo, se mesmo assim não resultar, é possível recorrer a outras ferramentas como:
- Memtest86+ – verificação da saúde da memória RAM;
- SlimDrivers – Actualização dos drivers;
- HDScan – Diagnóstico do disco rígido.
2. Como recuperar ficheiros apagados
Os ficheiros às vezes pregam-nos algumas partidas, ora estão numa determinada localização ora desaparecem – de quem é a culpa? Geralmente dos utilizadores. Mas onde estão afinal os ficheiros dados como desaparecidos? A verdade é que os mais variados ficheiros podem esconder-se na Reciclagem ou em sectores «em branco» do disco rígido mesmo que tenham sido eliminados.
Conselhos a seguir para tentar encontrar e/ou repor ficheiros:
Reciclagem: este é o primeiro lugar a procurar por ficheiros desaparecidos. O Windows armazena ficheiros que tenhamos eventualmente eliminado como medida de segurança. A Reciclagem do Windows encontra-se, modo geral, disponível através de um ícone no canto superior esquerdo do ecrã. Com o botão direito carregamos e podemos restaurar: os ficheiros como que por «magia» regressam à sua posição original.
Cópia de segurança: se o utilizador fizer uma cópia de segurança do disco rígido, ou pelo menos às bibliotecas, com frequência então a probabilidade dos ficheiros desaparecidos estarem por lá é elevada. Existem vários programas de backup que nos podem ajudar, uns mais completos que outros, mas é um dos passos que se recomenda a todos os utilizadores sem excepção: do mais básico ao perito de topo.
Software de recuperação de ficheiros: mesmo tendo eliminado todo o conteúdo da Reciclagem do Windows é possível recuperar um ficheiro que estivesse lá dentro. O Windows não substitui os ficheiros realmente até que outro ficheiro necessite efectivamente do espaço em disco. Por isso devemos evitar o uso do PC, tanto quanto possível, logo após nos apercebermos que eliminámos algo que nos fazia falta. Existem vários programas de recuperação mas um dos que mais se destaca é o Recuva na sua versão portátil: é fácil de usar e apresenta uma taxa de sucesso de recuperação muito boa, para nem falar que é totalmente gratuito!
No caso de tudo o resto falhar, sobra apenas uma derradeira possibilidade: contratar ajuda profissional de recuperação de dados. Os utilizadores devem ter em conta que este tipo de serviço apresenta, regra geral, um valor bastante acima da média para um típico serviço informático, pois requer um trabalho especializado com a recuperação do equipamento por vezes recorrendo a hardware próprio para o efeito. Existem vários serviços pelo país que o fazem, recomendando-se o pedido de um orçamento prévio para evitar surpresas contas desagradáveis.
3. Cópias de segurança
A verdade é que este é um dos tópicos que poucos leitores questionam. Na lógica é uma das soluções mais comuns para os nossos problemas. Regra de ouro deste tópico: nunca tenha apenas uma unidade dos seus conteúdos, mantenha pelo menos o original e uma cópia.
É OBRIGATÓRIO fazer backup dos nossos ficheiros todos os dias. É difícil e trabalhoso, reconhece-se, mas é uma das formas mais eficazes de manter toda a nossa informação actualizada e em segurança. A partir daqui é responsabilidade de cada um.
Guardar documentos, fotos, folhas de cálculo, músicas, vídeos, etc pode parecer trabalhoso mas só vai custar a primeira vez, porque nas seguintes vai ser uma questão de actualização e apenas os novos dados ou modificações serão consideradas.
Podemos também recorrer ao backup do sistema em si, neste caso do Windows e respectivas aplicações. Esta pode ser uma opção mais interessante pois se um grave desastre tornar o Windows inutilizável, os nossos backups vão servir de ajuda para personalizar as configurações e reinstalar todos os programas sem perder os dados em muito menos tempo e com muito menos esforço.
O Windows 7 e 8 trazem os seus próprios programas de backup no Painel de Controlo -> Sistema e Segurança -> Cópia de Segurança e Restauro. Existem outras opções, é uma questão de procurar num motor de busca fiável.
Mas e onde guardar toda esta informação? Actualmente temos duas possibilidades. Ou guardamos num disco rígido secundário externo ou não – face aos preços actuais, estão bem acessíveis, – ou guardamos num serviço online estilo cloud. As ofertas hoje em dia são mais que muitas e, importante, gratuitas.
4. Protecção da privacidade enquanto navega
Se num passado recente chamaríamos de louco a alguém mais preocupado com a segurança online, actualmente passou a ser prática comum. Claro que por muito que nos protejamos, há sempre forma de dar a volta, mas se pudermos dificultar melhor ainda.
Privacidade perfeita ou segurança efectiva podem ser ensaiados com muitos truques que, por exemplo, permitem proporcionar um grau razoável de anonimato. Podemos inclusivamente usar o modo de privacidade do navegador e ainda complementar com add-ons de segurança extras. As tácticas são imensas.
Um dos elementos mais simples é a instalação de add-ins no browser. Cuidado não exagerem. Add-ins como o MaskMe (pago) ajuda a esconder o nosso endereço de email. Existe ainda o conhecido Ghostery, cuja função é detectar os trackers que pretendam obter a nossa informação e afins bloqueando conteúdos indesejados e tentativas de controlo de informação.
Para casos mais extremos, que nos ajudam a manter o anonimato podemos sempre optar pelo conhecido TOR. Um projecto internacional que disponibiliza as mais variadas ferramentas para nos manter no anonimato enquanto navegamos. Para quem não conhece existe o browser TOR que oferece um explorador (Firefox) já modificado e preparado para garantir uma navegação segura.
Ainda neste campo o Comodo Dragon pode ser uma boa alternativa.
Existem ainda soluções mais completas como o uso de uma Proxy ou uma VPN (Virtual Private Network) mas que costumam apresentar um custo associado por se tratar de um serviço mais específico para ligações entre PC seguras e normalmente dependente de terceiros. A verdade é que este pode ser um dos métodos mais eficazes, mas as velocidades de navegação podem apresentar-se com alguma lentidão – tudo depende da necessidade de cada utilizador e da vontade para sacrificar a relação velocidade/anonimato.
5. Acelerar o PC sem adquirir novos componente de hardware
Um computador rápido transforma-se num verdadeiro «caracol»… É normal que isso aconteça com o tempo: a instalação de aplicações e/ou jogos, a não limpeza dos conteúdos com uma base regular conduzem ao acumular de «lixos» no registo do Windows e não só que culminam na lentidão de qualquer PC, sem excepção.
É claro que podemos sempre fazer actualizações ao PC de forma a minorar o problema: adicionar RAM, actualizar a CPU ou até mesmo substituir o disco rígido com um SSD, podem ser soluções. O grande problema é que estas substituições custam dinheiro e muitas vezes chegamos a reconhecer que a diferença é mínima ou que o nosso hardware de base até é bastante potente para o uso que damos ao PC e não havia qualquer necessidade.
Então o que fazer? Existem alguns passos que podemos dar antes de pensar em adquirir novo hardware. Por exemplo:
Procure processos que estejam eventualmente a absorver memória. Sem que nos dêmos conta o nosso PC pode estar a executar um processo de raiz mal-programado e este estar a monopolizar mais recursos do que aqueles que realmente devia. Clique com o botão direito do rato na barra de Tarefas e seleccione Iniciar Gestor de Tarefas. Procure o separador Processos e clique na coluna CPU.
Os itens em primeiro lugar serão aqueles que podem estar a tomar conta do CPU. Neste caso, se encontrara algum «suspeito» feche de imediato o programa marcando-o e clicando em Terminar.
No caso do Gestor de Tarefas existe ainda outra coluna que podemos consultar: a da Memória. Clique nesta coluna e consulte de forma descente os programas que mais ocupam para aqueles que menos ocupam: pode ser possível encontrar um verdadeiro «comilão» de memória.
Por outro lado, podemos sempre dar uma vista de olhos nos programa de arranque. Muitas vezes, após a instalação de algum software, seja ele legítimo ou não, nem nos apercebemos que autorizamos que com o arranque do Windows desse início a uma aplicação. Ora essa aplicação, multiplicada muitas vezes por 2 ou 3 ou 4 vezes, acabam por tornar o PC bem mais lento do que o esperado. Nesta situação o truque reside na criação de uma lista Windows com os carregamentos de programas automáticos e activando-os e desactivando-os, reiniciar, e assim para poder descobrir quais deles podem estar eventualmente a causar o problema.
Assim, no Windows XP, Vista ou 7 basta clicar em Start (Iniciar> Executar no XP), escrever MSCONFIG e carregar em Enter. Depois da configuração do sistema aparecer, clicamos no separador do Iniciar(Startup). O funcionamento é simples: para desactivar um processo basta desmarca-lo. No Windows 8, clicamos com o botão direito do rato na barra de tarefas e seleccione Iniciar Gestor de Tarefas. Aí podemos ver um guia de inicialização. Depois clicar em Mais detalhes, e em seguida, Startup. Para activar ou desactivar o funcionamento é o mesmo do descrito acima
Se depois de tudo o PC continuar lento, então podemos pensar sempre no caso de podermos estar, talvez, infectados com algum tipo de malware. Existem várias ferramentas no mercado. Nós deixamos a nossa recomendação AQUI. Os leitores poderão deixar outras soluções, serão certamente bem-vindas e acima de tudo agradecidas.
Mais duas dicas…
Após todos estes passos, restam apenas mais duas dicas. Por um lado a questão do multi-tarefa o facto de não nos apercebermos que a utilização de muitos programas ao mesmo tempo pode ser a raiz do nosso problema devido ao facto de o nosso PC não ser o suficiente ponte para suportar com tal.
O bom senso do utilizador tem de imperar: se não posso trabalhar com 4 aplicações então trabalho apenas com duas e, mediante a necessidade, vou abrindo e fechando as outras duas – é uma questão de hábito. Por outro lado, desde o Windows Vista que foi incluída a tecnologia Aero e que nos permitiu obter uma melhor aparência do sistema operativo especialmente através das transparências incluídas mas, e há sempre um mas, traz consigo uma grave deficiência: o Aero atrasa os movimentos do PC seja qual tipo de PC seja devido ao elevado consumo de memória. Ora para o desactivar no Windows 7 basta clicar com o botão direito do rato no ambiente de trabalho e clicar em personalizar.
De seguida descemos pelos vários perfis de aspectos e clicamos em Windows 7 Basic para deixar de ter o Aero activo. Dentro desta categoria, ao lado, existem ainda outros temas sem o aspecto Aero, basta escolher ou até personalizar.
Estas são as primeiras 5 dicas que esperamos que ajudem na resolução daqueles que são os problemas mais comuns dos utilizadores do dia a dia. Em breve publicaremos as restantes dicas que preparámos.
Que outras dicas acrescentariam a este artigo?