Pode parecer uma façanha faraónica, mas nada que não esteja ao alcance dos chineses. Para conseguir “contar as árvores”, os investigadores usam sensores laser e drones, com um total estimado de 142,6 mil milhões. Foram utilizados sensores laser LiDAR e drones para mapear uma área de 1.400 quilómetros quadrados desde 2015.
China: 142 mil milhões de árvores?
O software Lidar360, baseado em inteligência artificial, estimou a densidade florestal.
Alguns dados recolhidos desta ação:
- A China tem 142,6 mil milhões de árvores;
- Foram usados drones com LiDAR a partir de 2015 para medir as florestas do ar;
- A inteligência artificial estimou a densidade florestal;
- Média nacional: 689 árvores por hectare;
- Distribuição mapeada com alta precisão;
- Limitações técnicas: árvores sob copas densas não são bem detetadas;
- Reflorestação massiva com o projeto Grande Muralha Verde;
- Objetivo: travar a desertificação e armazenar carbono;
- Grande potencial para a sustentabilidade global.
Os cientistas chineses atingiram um marco ao estimar o número total de árvores no país: 142,6 mil milhões, o que equivale a cerca de 100 árvores por habitante.
Para isso, recorreram a tecnologia avançada baseada em LiDAR (deteção de luz e distância por laser), montada em drones.
Desde 2015, os investigadores recolheram dados sobre uma área de 1.400 km². Com o software Lidar360, conseguiram calcular a densidade florestal dessa zona e extrapolar os valores para todo o país.
Resultados de alta resolução, mas conservadores
A estimativa revela uma densidade média de 689 árvores por hectare, um valor inferior ao Inventário Nacional de Recursos Florestais de 2019, que indicava 1.052 árvores por hectare.
A diferença deve-se a limitações técnicas do LiDAR aéreo, que não consegue detetar árvores que crescem sob copas densas. Melhorias futuras podem incluir LiDAR terrestre para captar a vegetação inferior.
Apesar destas limitações, os resultados estão alinhados com estudos anteriores e representam o primeiro mapa de alta resolução da densidade de árvores em toda a China.
Além da contagem de árvores, a equipa gerou um mapa detalhado da distribuição florestal, fundamental para a tomada de decisões ambientais e climáticas.
Com esta informação, é possível estimar com precisão o carbono armazenado pelas árvores, um dado essencial para estratégias de mitigação das alterações climáticas.
A Grande Muralha Verde: reflorestação em larga escala
O número de árvores pode aumentar ainda mais, pois a China está a plantar em grande escala. O destaque vai para o projeto Grande Muralha Verde, iniciado em 1978, que visa travar a expansão dos desertos do Gobi e Taklamakan.
Este cinturão florestal, previsto para 2050, poderá alcançar 100 mil milhões de árvores, muitas delas plantadas por drones.
Atualmente, já foram plantadas mais de 66 milhões de árvores, tornando-se a maior floresta plantada do mundo. Apesar das discussões sobre a sua eficácia contra a desertificação, o potencial deste projeto é inegável.
O impacto global da tecnologia LiDAR e drones
A combinação de drones, LiDAR e inteligência artificial pode transformar a gestão ambiental global:
- Monitoriza ecossistemas com precisão sem intervenção humana direta.
- Otimiza a reflorestação, identificando as áreas mais adequadas para plantar.
- Mede com exatidão o sequestro de carbono, essencial para estratégias climáticas.
- Pode ser replicado noutros países, promovendo a cooperação global para a sustentabilidade.
Em mãos de governos comprometidos com a transição ecológica, esta tecnologia pode acelerar a restauração dos ecossistemas e o combate às alterações climáticas, contribuindo para um futuro mais verde, mais inteligente e mais sustentável.