Os discos rígidos mecânicos têm estado intrinsecamente ligados ao mundo da computação nos últimos 30 anos. Tem sido uma relação necessária e não há que negar que os disco rígidos mecânicos tiveram e continuam a ter um forte papel no que se refere ao crescimento e popularização dos sistemas informáticos e, mais recentemente, na rápida expansão do armazenamento na cloud.
Dada a dependência que os sistemas têm destes dispositivos de armazenamento e sabendo que a informação é vital… a questão coloca-se “Qual o tempo de vida útil de um disco rígido”?
A questão de saber qual o tempo de vida útil de um disco rígido é pertinente e todos nós sabemos que há muitas variáveis que podem influenciar esse período de vida funcional. É verdade que cada vez menos se ouve falar sobre discos com bad sectors, erros, etc, isto porque a tecnologia presente nos discos e sistema também evoluiu (ex. presença de sensores que bloqueiam o disco no caso de quedas, batidas, etc).
Mas afinal quanto tempo poderá durar um disco rígido?
O estudo foi realizado pela Backblaze (empresa na área da cloud), que tem actualmente no seu serviço cerca de 25 mil discos a funcionar a tempo inteiro.
Segundo os dados divulgados, 74% dos discos actualmente usados têm um tempo de vida superior a 4 anos… os restantes têm problemas nos primeiros anos.
Os dados revelados mostram que existem 3 fases críticas no que se refere a falhas:
- No primeiro ano e meio, período que corresponde a cerca de 5.1% das falhas
- Durante o próximos ano e meio (entre 1,5 a 3 anos) a percentagem de falhas desce para os 1.4%
- Depois de 3 anos a probabilidade de falhar sobe para os 11.8%
Numa análise rápida, a conclusão que tiramos é que nos primeiros 18 meses, 92% dos disco rígidos não têm problemas (De referir que no caso da Backblaze não existe reparações de discos…em caso de falhas estes são trocados de imediato por uma nova drive).
Extrapolando os dados anteriores, cerca de 80% dos todos os discos irá “sobreviver” mais de quarto ano.
Brian Beach, engenheiro na Backblaze especula que a taxa de falha no quinto ano pode rondar os 12% , o que, em traços gerais, corresponde a termos apenas 50% dos discos operacionais no sexto ano.
Beach recorre à Curva da banheira (Bathtub curve) – para identificar as 3 fases distintas de vida de um disco rigido:
- Fase I – Defeito de fabricação
- Fase II – Falhas aleatórias
- Fase III – Falhas relacionadas com o uso excessivo
Este é um estudo interessante que apresenta alguns estatísticas com base na experiência. Hoje os discos rígidos têm integradas muitas tecnologias que garantem a melhor performances mas também a melhor protecção.
Em resumo…se vão comprar um disco rígido hoje, há 90% de hipótese do mesmo ter um tempo de vida até 3 anos. Se o disco ultrapassar os 3 anos, então a probabilidade do disco “morrer” é de 12 %. De referir que na Backblaze estão criadas certamente as melhores condições ambientais (ex. temperatura nos servidores) para o bem funcionamento deste tipo de dispositivos, apesar do desgaste que resulta do uso excessivo (24/7). Este tipo de estudo não pode/deve ser aplicado a discos externos uma vez que, pelos mais diversos factores, o tempo de vida pode ser inferior mas também superior.
Já pensou que em cada 100 pessoas que compram um disco rígido, 10 deles podem ter problemas num espaço de 3 anos…
Qual a vossa opinião relativamente aos resultados? Qual a vossa experiência com este tipo de dispositivos de armazenamento?