Com o lançamento do novo HTC One, pudemos assistir à apresentação de mais um smartphone topo de gama. Apesar de todas as tecnologias e hardware que o dispositivo revelou, houve um entre todos que mais se destacou, a câmera com UltraPixel.
Mas afinal o que é isso do UltraPixel? Uma tecnologia inovadora que melhora substancialmente a qualidade das fotos ou apenas um mero conceito de marketing que chama a atenção?
Quando apareceram os primeiros conceitos – ultrapixel, entenda-se – de uma tecnologia RBG com um sensor de três camadas, ao estilo do Foveon 3X, tudo não passou de um logro. A verdade é que a tecnologia tinha os 4 MegaPixel mas não passava disso mesmo, apenas com melhorias «extra» que se obtiam com outras melhorias para além dos Megapixel anunciados.
A verdade é que os megapixels são nada mais que apenas uma das características técnicas da câmera, que não definem de todo a qualidade final da imagem. É tão ou mais importante a qualidade da lente, a sua luminosidade, o processador, a qualidade dos fotodíodos e a tecnologia de fabrico.
Mas no caso da HTC, a origem da elaboração deste artigo, a marca de Taiwan decidiu rumar por outro caminho. Assim, os Ultrapixels com a chancela HTC apostam em 2 características essenciais:
- Por um lado, um fotodíodo (píxel reduzido à sua unidade mínima) mas de tamanho maior do que o habitual – 2 mícron (µm), quase o dobro dos ditos «normais» (com uma superfície 3 vezes maior). Isto proporciona à partida uma superfície maior captura de luz e, portanto, explora melhor a luz disponível em qualquer situação, gerando menos ruído.
A própria marca revela que os seus UltraPixel captam até mais 300% de luz. O tamanho total do sensor é 1/3 de polegada, considerado como um valor standart num smartphone, incluindo ainda um processador de imagem dedicado, o HTC ImageChip. Com a utilização de fotodíodos de maiores dimensões, por lógica, irão encaixar menos na mesma superfície e, portanto, oferece uma resolução de 4 MegaPixel – correspondente a 2688×1520 pixels.
- Por outro lado, a HTC opta por uma lente de alta qualidade com um brilho máximo de F/2.0. Comparativamente com outros, o normal de uma lente é o F/2.8. Assim, o sensor recebe mais luz da cena e, portanto, apresenta um desempenho melhor (em ruído e cor) até mesmo com pouca luz, como por exemplo dentro de casa.
Como complemento, o HTC One acrescentou um sistema avançado de estabilização óptica de imagem que utiliza dois eixos de informação em giroscópio para compensar qualquer trepidação do telefone.
Ora toda esta panóplia de questões técnicas, melhorias e aproveitamentos de tecnologias já existentes, levam-nos a pensar que é possível uma câmera digital de 4 MegaPixel oferecer uma qualidade desconcertante.
No caso da HTC, conseguiu «vender» um conceito de UltraPixel com a melhoria de tecnologias já existentes, mostrando, pelo menos para já, à sua concorrência uma qualidade bastante superior, com apenas 4 MegaPixel. Um pouco de imaginação e uma combinação perfeita levam a todo um conceito que parece funcionar.
Resta aguardar e ver quem se segue, ou que smartphone se segue na luta dos UltraPixel?