Por Bruno Rodrigues para o pplware.com
O Futuro hoje chama-se Internet das Coisas e é nesse ponto de fuga que o mundo da tecnologia se está a focar.
Muitas tecnologias distintas surgem todos os dias, mas nem todas conseguem vingar no mercado. A que vos apresentamos hoje é provavelmente uma das tecnologias que irá marcar o ano de 2014 em diante, a que tem demonstrado ser mais revolucionária e genial, como também a que mais se irá ouvir falar nos próximos tempos, iBeacon.
Esta nova tecnologia desenvolvida pela Apple, anunciada no Verão de 2013 (a nova API do iOS 7), permite às empresas, lojas e qualquer tipo de comércio, configurar transmissores que enviam para os smartphones ou tablets, próximos à sua presença, notificações com qualquer tipo de informação.
Onde é possível utilizar o iBeacon?
Micro-Localização (localização de interior)
Exemplo: É possível criar uma visita interactiva de um museu, onde a atenção do utilizador é direccionada para exposições especificas dentro do museu, pois com o iBeacon é possível saber onde está o utilizador, mesmo dentro de um edifício.
Pode ser também utilizado dentro de um aeroporto, permitindo uma navegação semelhante ao GPS, mas sem necessidade de ligação externa (triangulação de satélites), ou simplesmente indicar onde está o seu carro estacionado com um elevado grau de precisão.
Pode ainda ser usado no comércio tradicional, em estabelecimentos dos mais diversos tipos. Por exemplo, o iBeacon saberá que aprecia um bom cachorro e caso o seu snack preferido esteja com uma oferta promocional, o iOS 7 será notificado.
Mas como funciona o iBeacon?
De uma forma simples, esta tecnologia deriva de uma nova classe de pequenos transmissores de baixa potência e de baixo custo que podem notificar o iOS 7 – sem necessidade de Wi-Fi ou GPS – quando estes transmissores localizam os dispositivos. Funciona com o Bluetooth Low Energy (BLE), mais conhecido como Bluetooth 4.0.
Este é o Bluetooth desenvolvido para o futuro da indústria das aplicações, destaca-se na área da saúde, desporto, segurança e indústria de entretenimento, como o exemplo de pequenos aparelhos voadores controlados através do smartphone.
Em termos de consumo o BLE é muito mais económico e as distâncias de comunicação com os aparelhos físicos mantêm-se as mesmas. Com isto, passa por ser a melhor tecnologia que acompanha os iBeacons de forma a conseguir uma localização mais especifica e exacta. O nosso smartphone envia para os três iBeacons mais próximos, usando a triangulação, informações da sua localização, como estando a uma distância de 20 metros do 1º iBeacon, 10 metros do 2º iBeacon e 8 metros 3º iBeacon, o software irá logo saber a localização exacta. Torna-se num sensor em tempo real, sem fios, que identifica a nossa localização numa loja, por exemplo.
Com o iBeacon é possível permitir a passagem em determinados locais definidos para aquele utilizador (entradas de portas, etc), como também ao passar em determinado local receber um “alerta” sobre determinado serviço. Dessa forma, seria possível que os anúncios fossem mais específicos e direccionados aos clientes.
Esta tecnologia também é partilhada noutras plataformas. Qualquer smartphone com Android acima da versão 4.3 e com Bluetooth pode receber as mesmas notificações transmitidas pelo iBeacon.
As próprias lojas da Apple já estão a usar iBeacon nos Estados Unidos, chegando algumas delas a conter 20 iBeacons dependendo do tamanho. E, segundo algumas informações, não são necessariamente estes pequenos transmissores que enviam as notificações nas lojas da Apple, mas sim os próprios iPhones e iPads que foram configurados como iBeacons.
Há alguns dias a Apple deu um grande empurrão nesta nova tecnologia, sendo que deram início à implementação do iBeacon em mais de 250 lojas com sede nos EUA.
E quanto ao NFC? Tem aqui um grande concorrente!
Muitos têm visto o iBeacon como uma resposta directa da Apple ao NFC (Near Field Communications) que permite que telemóveis compatíveis enviem informações da mesma forma. As duas tecnologias são superficialmente muito diferentes, sendo que o NFC só funciona a distâncias especialmente curtas e exige um hardware especial no telefone para começar a funcionar. Ambas as tecnologias oferecem diversas maneiras de unir o mundo físico do mundo virtual, mas provavelmente, no futuro, só irá existir espaço para uma, a mais eficaz.
Em resumo…
O uso do iBeacon, desde que sensato, permitirá um avanço considerável entre a relação utilizador, telefone e meio envolvente. Com o iBeacon é possível desligar o som de um telefone quando entra numa sala de cinema e voltar a activar o som quando sair. Mas, o uso comercial deste recurso é o mais “apetecível”, sobretudo com as possibilidades que se abriram.
Existem já empresas que aproveitaram esta nova funcionalidade para desenvolver hardware e software, como é o caso da kontakt.
O famoso “blogger” tecnológico Steve Cheney afirma mesmo que esta tecnologia “irá mudar o jogo”.
A questão que se levanta é: a segurança da informação e dos próprios utilizadores estará em causa, ou é um “mal menor” tendo em conta as perspectivas de inovação?