Na divisão Advanced Supercomputing da NASA aterrou uma caixa negra, um supercomputador que se está a destacar dos supercomputadores que o mundo conhece.
A caixa é o D-Wave 2X, um computador quântico 100 milhões de vezes superior ao nosso computador cá de casa.
A D-Wave Systems Inc. é uma pequena empresa, a única que comercializa o único computador quântico do mundo. Esta empresa, em colaboração com a Google e com a NASA, tem desenvolvido o mais avançado computador quântico do mundo.
Já falámos este ano, em Julho passado, no projecto D-Wave quando o foram atingido os 1000 bits quânticos de processamento, um feito incrível.
Problemas complexos resolvidos num segundo, em vez de um ano
Os computadores quânticos dependem de princípios fundamentalmente diferentes dos computadores de hoje, em que cada bit representa um 0 ou 1. Em computação quântica, cada bit pode ser tanto um 0 como 1, simultaneamente.
Assim, enquanto três bits convencionais podem representar qualquer um dos oito valores (2^3), três qubits, como são chamados, podem representar todos os oito valores de uma só vez. Isso significa que os cálculos podem, teoricamente, ser realizados a velocidades muito mais elevadas.
A investigação ainda está nos estágios iniciais e a utilização comercial ainda está a décadas de distância, mas uma equipa de engenheiros da NASA e da Google anunciou na terça-feira passada que o computador D-Wave, a processar um problema de optimização, veio com uma resposta 100 milhões de vezes mais rápida do que um computador convencional, com um processador de um único núcleo.
A tarefa que a máquina D-Wave faz num segundo, levaria a mesma tarefa, numa máquina convencional, de um único núcleo, 10 mil anos a fazer.
Referiu o director de engenharia da Google durante a conferência de apresentação dos resultados.
Mas onde será útil este computador quântico?
Há problemas de grande complexidade nas missões espaciais da NASA, assim como há necessidade deste tipo de velocidade de cálculo nos modelos do controlo do tráfego aéreo – áreas onde a NASA investe esforços significativos em computação.
O problema usado para testar o computador D-Wave tinha cerca de mil variáveis.
“A Nasa tem uma grande variedade de aplicações que não conseguem ser resolvidas em supercomputadores tradicionais num prazo realista devido à sua complexidade exponencial, então sistemas que usam efeitos quânticos oferecem uma oportunidade de resolver tais problemas”
Referiu Rupak Biswas, director da exploração tecnológica no NASA Ames.
Estes detalhes do teste foram publicados na última segunda-feira pela Google num artigo científico.
A evolução dos computadores quânticos D-Waves
A empresa canadiana D-Wave Systems, que construiu o computador, trabalha no desenvolvimento deste projecto há vários anos mas foi em 2007 que apresentou o primeiro computador quântico baptizado de Orion. Este sistema era baseado em 16 qubits.
Em Maio de 2011, a D-Wave Systems anunciou o D-Wave One, um computador quântico que tinha um sistema baseado num processador que corria a 128 qubits.
No início de 2012 a D-Wave Systems revelou o D-Wave Two, uma evolução no processamento quântico, agora com um processador a correr nos 512 qubits.
No passado mês de Agosto, saiu a segunda versão do D-Wave Two. Agora o D-Wave Two X tinha um processador que corria a 1152 qubits . Agora voltou a ser actualizado o D-Wave Two e o poder de processamento situa-se agora nos 1907 qubits.
Estes resultados anunciados pela Google ainda têm de ser analisados pelos parceiros neste projecto, pelo que poderá ainda haver mais informação surpreendente destes resultados agora anunciados.