A robótica é e será uma extensão do ser humano em muitos cenários. Temos visto a utilização de robôs nos mais variados trabalhos, até mesmo em condições extremas, como na central nuclear de Chernobil. Grandes ou pequenos, os robôs conseguem ir onde não conseguimos, pelo menos com a facilidade e ausência de risco conforme podemos ver. Como tal, para inspecionar as pás das turbinas eólicas espalhadas pelo mar, uma empresa criou o BladBUG.
Estas estruturas, ao ar livre e sujeitas aos elementos marítimos, precisam de inspeções periódicas. Assim, um equipamento mecânico, pequeno e com tecnologia de monitorização, pode ser a solução.
BladBUG: o robô “inspetor” das lâminas das eólicas
À medida que a popularidade da energia renovável cresce em todo o mundo, os esforços para reduzir custos e aumentar o seu apelo de todas as maneiras possíveis continuam. Um robô de seis pernas inspirado nos insetos pode ter um papel a desempenhar nestas ambições.
Foi recentemente demonstrando como um pequeno “inseto mecânico” pode realizar inspeções às turbinas eólicas desempenhando uma observação atenta enquanto faz uma “caminhada de lâmina”. Conforme foi possível ver, esta é uma inédita caminhada.
Em causa estão enormes estruturas levantadas ao ar livre, “plantadas” na terra e no mar. Estas turbinas eólicas suportam o impacto de todos os tipos de condições climáticas, incluindo tempestades, temperaturas extremas e, claro, ventos fortes. Mantê-las em funcionamento requer inspeções regulares para detetar qualquer dano que possa ocorrer, o que leva os técnicos a escalar as turbinas usando sistemas de corda para segurança.
Uma possível alternativa que surgiu ao longo da última década é fazer com que robôs realizem este trabalho perigoso. Entre as tecnologias pensadas e em teste, está um robô de seis pernas chamado BladeBUG. Esta pequena máquina foi projetada para rastejar pelas pás da turbina usando os seus pés acolchoados a vácuo. Assim, o robô caminha lentamente, seguro e vai examinando a superfície à procura de fendas e deformações. Eventualmente, o robô poderá executar outras tarefas de manutenção nas pás.
O BladeBUG foi colocado à prova em torres de treino verticais e sessões da pá em terra seca. Contudo, recentemente a empresa de energia renovável Ore Catapult, que está a colaborar no desenvolvimento do robô, levou-o ao mar para ver como se saía.
Robô poderá significar menos 50% nos custos de manutenção das eólicas
Segundo a empresa, o robô tem estado à prova em várias saídas para ser testado em vários cenários em terra. As caminhadas nas pás permitiram que o robô cobrisse 50 metros numa lâmina posicionada verticalmente na instalação de Levenmouth da ORE Catapult na costa de Fife, na Escócia. O equipamento agarra-se à superfície da lâmina através da sucção e navega pelas curvas da pá varrendo a superfície com gravação de vídeo que envia para os técnicos no solo.
A empresa diz que o BladeBUG pode reduzir o custo das inspeções em 30%, ou até 50% nas turbinas de próxima geração.
O robô tem um potencial claro para cortar custos, reduzir a atividade humana nas turbinas e aumentar a vida útil das pás. Mas ainda não tínhamos visto como o robô se comportaria numa turbina real no mar. Eu considero a primeira caminhada do BladeBUG em Levenmouth como a ‘caminhada lunar’ nas eólicas – um marco histórico na evolução da indústria. A robótica veio para ficar e será um ingrediente essencial para operar parques eólicos em constante expansão, locais em águas mais profundas e turbinas maiores e mais rápidas nos próximos anos.
Referiu Chris Cieslak, CEO do BladeBUG.
O exercício faz parte de um projeto de investigação que pretende demonstrar a inspeção e reparação totalmente automatizadas de turbinas eólicas flutuantes, que envolveriam barcos autónomos, drones e braços robóticos para limpar e fazer o capeamento das pás.