A semana passada mostrou que a Google se prepara para uma nova batalha complicada nos EUA. O DOJ colocou a gigante das pesquisas no banco dos réus e quer provocar uma revolução na empresa. Quer acabar com a sua posição dominante e a venda do Chrome poderá ser uma realidade. Agora a Mozilla, sua concorrente, quer que o Chrome seja mantido nas mãos da Google.
Mozilla vem defender a Google
A proposta do DOJ de obrigar a Google a controlar e até a vender o Chrome pode parecer uma vitória para concorrentes como o browser Firefox, da Mozilla. Mas a empresa diz que o plano corre o risco de prejudicar os browsers menores.
Esta visão chega agora pelas mãos de um dos seus maiores concorrentes, já com muitos anos de mercado. Nas palavras de um porta-voz da Mozilla, “instamos vivamente o Tribunal a considerar soluções que melhorem a concorrência nas pesquisas sem prejudicar os navegadores e os motores de navegador independentes”.
A Mozilla aponta para uma proposta importante, mas menos atrativa, do DOJ para regular o negócio de pesquisa da Google, que um juiz considerou ser um monopólio em agosto. Nas suas recomendações, os procuradores federais instaram o tribunal a proibir o Google de oferecer “algo de valor” a empresas terceiras para tornar o Google o motor de pesquisa padrão no seu software ou dispositivos.
DOJ quer o Chrome vendido
A criadora do Firefox entende que as soluções propostas visam acabar com as práticas ilegais da Google e abrir o mercado ao surgimento de rivais e novos participantes. O problema é que a Mozilla obtém a maioria das receitas com acordos de royalties – quase 86% em 2022 – fazendo do Google o motor de pesquisa padrão do browser Firefox.
Como resultado, a Mozilla afirma que a proposta do DOJ poderá impactar desnecessariamente a concorrência no mercado dos browsers. Se for implementada, a proibição de acordos de pesquisa com todos os browsers, independentemente do tamanho e modelo de negócio, terá um impacto negativo nos browsers independentes como o Firefox. Terá ainda efeitos indiretos para uma Internet aberta e acessível.
A Mozilla defende que as ações judiciais deveriam eliminar barreiras à competição e fomentar um mercado que priorize a escolha do consumidor. Importa lembrar que tanto a possível separação do Chrome do Google quanto restantes propostas do DOJ visam combater alegadas práticas monopolistas da Google. Apesar disso, ainda não há uma decisão definitiva, e o caso prolongar-se até, pelo menos, o final de 2025.