Foi com surpresa que muitos descobriram esta semana que a Google, ao contrário do que anunciava, estava a recolher a localização dos utilizadores, mesmo quando estes declaravam que queriam permanecer anónimos.
Apesar de não ser uma prática autorizada, a Google sempre se escudou na forma como detalhava esta funcionalidade. Agora, de forma não oficial, acabou por admitir que recolhe esta informação e que o estava a fazer sem o conhecimento dos utilizadores.
Ao contrário do que a maioria dos utilizadores esperava, foi descoberto esta semana que a Google continua a registar a localização dos utilizadores mesmo que estes desliguem o Histórico de Localização na zona de gestão da sua conta.
A descoberta foi revelada pela Associated Press, que mostrou que estes dados continuavam a ser registados e usados para apresentar aos utilizadores publicidade dirigida.
A Google mudou a informação dada aos utilizadores
Na altura a Google defendeu-se, indicando que a informação presente era clara, o que a maioria discordava. Agora, e para deixar claro o que acontece na realidade, alterou a informação apresentada, referente ao Histórico de Localização, como se pode ver nas imagens abaixo.
A imagem da esquerda revela a informação que era apresentada aos utilizadores antes da alteração e a da direita mostra a nova informação, que agora é clara. Ainda assim, não informa os utilizadores, de forma clara, como estes podem desativar esta recolha de informação.
Esta informação ainda só foi alterada no site de apoio em Inglês, estando ainda na versão anterior nos outros idiomas, como se pode ver no caso do português.
Google pode vir a ter problemas com a Europa sobre o RGPD
Esta recolha de informação esteve a ser feita de forma pouco clara e às escondidas dos utilizadores, o que viola de forma clara as regras do RGPD, o que pode trazer sérios problemas à Google, uma vez que a mesma esteve a ser tratada já durante a vigência deste regulamento.
Caso a Comissão Europeia decida investigar esta recolha de informações, algo que deverá ser uma realidade, a empresa arrisca-se a ser novamente multada, podendo este valor ir até 4% do seu volume de negócios anual.
Ainda há um mês a dona do Android viu a Comissão Europeia aplicar-lhe uma multa de 4,3 mil milhões de euros, a mais elevada até agora aplicada.
Com este problema a Google volta a perder a confiança dos utilizadores e ficar novamente no foco da atenção da Comissão Europeia, que tem procurado reduzir a sua posição dominante no mercado e terminar as práticas pouco claras que usa.