A Google mostrou ao mundo as suas mais recentes novidades para o segmento tablet, trazendo um novo sistema operativo mobile, o Android Honeycomb.
O evento, como havíamos anunciado ontem, trouxe algumas novas funcionalidades ao conhecimento público deste novo sistema operativo, o que potenciou algumas “futurologias” quanto ao domínio desta área mobile.
Mas o que há de novo no Honeycomb?
Reportando as primeiras impressões de quem teve a possibilidade de o conhecer pessoalmente, o hype não foi assim tanto, não houve um “wow” quanto às novas funcionalidades, no entanto o que foi mostrado potencia um excelente arranque para uma nova era no segmento tablet.
Estas foram algumas das novidades apresentadas:
A Action Bar
Esta foi, provavelmente, a maior novidade na estrutura do novo Android. O desenho desta barra e a supressão dos botões físicos do tablet, configuraram uma alteração profunda no modo como se comporta agora o sistema operativo mobile da Google.
Esta barra de acção tem a particularidade de se adaptar, de uma forma dinâmica, às alterações de conteúdos, isto é, se por exemplo o utilizador abrir o navegador, o Google Chrome, os separadores serão abertos nesta barra de acção. E se por sua vez estiver com o editor de vídeo, as opções estarão nesta barra e, se segurar por uns segundos sobre a mesma, aparecerão grupos de funcionalidades. Nesta barra estão posicionados algumas funcionalidades, como por exemplo o botão das opções.
É portanto o mais importante sector de desempenho do Honeycomb.
Browser
Como seria de esperar, o browser é o que de melhor pode existir num tablet, pois a experiência de navegação é comparada à de um computador convencional. O Chrome é rápido e, ao nível das funcionalidades, está muito mais avançado, em relação ao Safari apresentado no iPad.
Os separadores e o modo de navegação incógnito, são funções importantes e que destacam este browser da concorrência.
Gmail
Nesta ferramenta, a Google tomou como base de trabalho a estrutura de mail do iPad, mas sem o “lag” que se faz sentir ao abrir o correio no iPad. Devo lembrar que esta é uma importante ferramenta nos tablets logo, a Google tinha noção que este ponto seria fundamental para atrair o utilizador profissional.
Copiar & Colar
Esta funcionalidade, embora seja usada, serve muito mais de arma de arremesso quando não existe, para criticar a empresa que desenvolve a estrutura do que propriamente como argumento fundamental num sistema operativo, no entanto, esta função no Android 3.0 está mais evoluída e madura.
Para quem está familiarizado com o Android Gingerbread, facilmente reconhecerá algumas das opções agregadas a esta função. Há uma evolução em termos de agilidade na utilização, permitindo agora com um botão, escolher onde queremos depositar o texto copiado.
Android Market
A UI, ou o interface gráfico do Android Market, foi renovado para esta versão tablet. Esta renovação e a quantidade de verde existente, não tem agradado aos utilizadores Android, isto quando comparado com a App Store desenhada para o iPad, no entanto tem um desempenho à altura das necessidades.
Pode ver aqui uma análise das novidades.
Movie Studio
Existe um pacote de ferramentas desenhadas para este novo SO, o editor de vídeo é uma dessas ferramentas. Traz o básico sem ser estonteante ou até cativante. O seu aspecto é rudimentar mas permite executar as tarefas normais, básicas, de uma edição de vídeo, obtendo um resultado final satisfatório. É um primeiro passo nesta área dentro do ambiente Google.
Performance
Na generalidade o sistema é rápido, como pode ser visto no vídeo, em nenhum momento existiu uma arrastamento nas transacções entre ecrãs, não se notou desfasamento entre o arrastar dos widgets e a resposta do sistema, como em versões anteriores se notava. Penso que foi compensada esta funcionalidade. Claro que o facto do Xoom estar equipado com 1GB de RAM significará um aumento de performance face ao actual iPad.
Facilidade de utilização
Uma das grandes questões que se coloca a este sistema operativo, é a acessibilidade. Um dos fortes motivos que levam as pessoas a adoptarem o iPad, além do gosto pela tecnologia, da adoração à marca ou da curiosidade em ter equipamentos moderno, é a facilidade de utilização. Quem usa um iPad não tem de se preocupar com avisos constantes de segurança, com complicadas acções de actualização ou processos de instalação complexos… não… as pessoas compram iPads porque querem ter acesso rápido ao mail, à internet a ferramentas simples de usar, a bibliotecas de música e vídeo com um clique apenas… e nisso este sistema operativo da Google ainda não consegue contornar. Além de mais complexo ainda não é tão intuitivo quanto às funcionalidades.
Um dos pontos logo de maior foco é a falta de um botão home, em vez disso tem 3 “botões” por software, colocados à esquerda no fundo do tablet que fazem aquelas tarefas que o Android traz desde a primeira versão estável. Falta aquele botão que nos traz à “casa da partida”.
Depois, as várias novas funções, como widgets, como um atalho directo a alterar o fundo do wallpaper e outras acções rápidas… confundem o utilizador que pretende um tablet “limpo” e simples. Estas são algumas considerações retiradas por aqueles que já experimentaram o Android Honeycomb, e são impressões que se retiram do que é mostrado.
Há claramente novas filosofias de ferramentas touch para os ambientes de trabalho, novas grelhas de funções e uma barra de acção muito bem aproveitada, essa é a outra face da medalha.
Para quem pretende um tablet mais poderoso que o iPad, e tem necessidade de mais funções parecidas com aquelas que usa no computador… então o Android Honeycomb será a melhor opção. Terá um ecrã povoado de avisos de novo email (curioso é o aspecto dos avisos, são muito parecidos com Growl existente no Mac OS X), terá as redes sociais espalhadas pelo ecrã, widgets, duas barras a balizar o desktop e mais agitação com os vários ecrãs de acções.
Mais notificações, mais acessibilidade pelos widgets e mais flexibilidade nos ecrãs… são actualmente as vantagens sobre o iOS… veremos o que nos traz a próxima versão do iOS para iPad em resposta.
The Xoom Hardware
Esta demonstração foi sobre um tablet Motorola XOOM com Android 3.0.
O primeiro tablet Honeycomb é o Motorola Xoom e estará disponível para venda, provavelmente, só no próximo mês (data ainda não anunciada). Na perspectiva do hardware este tablet está no na medida certa. Não é espectacular, parece um pouco pesado para o seu tamanho ( 730gr.) e em termos de resolução de ecrã (1280×800) poderia ser melhor, já que a ideia era inovar — mas parece bom, o suficiente para as pessoas adoptarem o tablet Android como ferramenta de trabalho e de lazer, sem problemas de desempenho… como outros lançados com versões anteriores de Android.
Claro, e como vimos da CES, estão para chegar muitos modelos e marcas equipados com este Android. Se não gosta deste, então espere pois virão muitos mais.
Características:
- Sistema Operativo: Android 3.0
- Ecrã: 10.1 polegadas, res. 1280×800
- Processador: Dual Core 1 Ghz CPU NVIDIA Tegra 2
- Memória: 1GB RAM
- Disco: 32 GB e slot para microSD
- Autonomia: 10 horas de vídeo
- Peso: 730 Gramas
- Câmara: 5MP traseira com Flash e captura de vídeo em 720p HD 2MP frontal para vídeo conferência
- Conectividade: Wifi(n) Bluetooth 2.1, 3G , 4G
Em resumo…
Neste evento foram apresentados argumentos fortíssimos para o segmento que será o mais badalado em 2011. A Google lança assim um sistema operativo talhado de raiz para os tablets, com isso posiciona-se ao nível da Apple e tentará um ataque à liderança.
Vimos a apresentação de uma nova Market que, supostamente, será mais simples e mais intuitiva de utilizar via touch, em relação a esta novidade apresentaremos um trabalho sobre a mesma, onde serão divulgadas algumas características preciosas.
Resta agora à Google ter em atenção o hardware que irá suportar o Honeycomb, pois é neste ponto que a Apple garante uma supremacia no segmento mobile.
Boas novidades, grandes expectativas… está aberta a guerra pelo poder dos tablets. [via Techcrunch]