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iPhone 5 com ecrã de 4” e formato 16:9?

Quem acompanha o mundo da tecnologia conhece, e está de certa forma habituado, aos diversos rumores que antecedem um grande lançamento. Os lançamentos da Apple são talvez os maiores “alvos” destes rumores, e muito se tem vindo a especular acerca das características do próximo iPhone (ou Novo iPhone, ou iPhone 5).

Quase 2 anos depois do lançamento do iPhone 4, espera-se que design do próximo iPhone a chegar ao mercado seja completamente novo, e uma das características de que mais se tem falado e especulado é a dimensão do ecrã. Enquanto os outros fabricantes têm vindo a aumentar cada vez mais as dimensões dos seus dispositivos, chegando inclusive a ultrapassar a barreira das 5 polegadas, a Apple mantém o seu iPhone com um ecrã de 3,5” desde a sua primeira versão.

Não estará na altura de o ecrã do iPhone aumentar? Como poderá a Apple fazer isso? Quais serão as novas dimensões, qual será o formato adoptado, como ficará a densidade de pixeis (e consequentemente o retina display) com um aumento do ecrã? Fique a saber neste artigo algumas possíveis respostas!

 

Como já referi, muitas ideias têm surgido acerca da opção que a Apple irá tomar no que toca ao ecrã do iPhone. De todas as ideias, sugestões, rumores e especulações que têm aparecido nas últimas semanas, há uma que se parece estar a destacar: a possibilidade de o ecrã do iPhone aumentar apenas verticalmente, ficando com um formato 16:9 e uma resolução de 1136 x 640 pixeis.

Pessoalmente, a primeira vez que li sobre esta opção e vi alguns “esboços” do iPhone com um ecrã assim, não me pareceu de todo viável, por diversas razões: uma nova resolução significa mais trabalho para os programadores, maior fragmentação, e o aspecto do iPhone nas imagens que começaram a surgir parecia ridículo.No entanto, pensando um pouco mais sobre o assunto e analisando as possibilidades do aumento nessa forma específica no ecrã, vejo que talvez possa ser um caso a pensar melhor, e que poderão haver, entre as desvantagens, algumas vantagens interessantes.

O site iMore, dedicado a assuntos relacionados com a Apple e os seus produtos, analisou a fundo as possibilidades, vantagens e desvantagens de um ecrã 16:9 no iPhone, chegando a conclusões interessantes. Embora ainda não exista nenhuma informação por parte da Apple acerca do tamanho do ecrã do próximo iPhone, chegam por variadas fontes alegadas fugas de informação que dizem que a Apple está a testar diversos protótipos, entre eles um com o mesmo tamanho, 3,5”, e outro com aproximadamente 4” (e resolução 1136 x 640, formato 16:9).

Mas como conseguirá a Apple tornar apetecível este novo formato? A empresa da maçã é conhecida por não mudar as coisas, principalmente no que respeita ao design, apenas porque sim, ou apenas para ser novo. A Apple apenas muda algo se tiver a certeza absoluta que será para melhor, que a mudança irá tornar o produto melhor, mais funcional.

 

Um espaço dedicado ao Sistema Operativo

Uma das possibilidades seria o uso do novo espaço extra para novas funções do iOS.

Esta seria a melhor opção para os programadores, pois as aplicações continuariam com a resolução actual (960 x 640), e os 176 pixeis que esta nova resolução traria seriam usados pelo SO, ficando localizados acima do “ecrã principal”, abaixo, ou dividido entre os dois locais. Este espaço “reservado” poderia ser usado pelo iOS de diversas formas, e muitas novas funções poderiam surgir daqui.

 

Doca / Barra de Multitarefa fixa

Um dos possíveis usos para o espaço dedicado ao SO é a criação de uma doca fixa, sempre visível, ou uma barra de Multitarefa (como a já existente), igualmente fixa e sempre visível.

Já existe uma doca actualmente, no entanto esta desaparece quando se abre qualquer aplicação. Esta nova doca, ou barra, estaria sempre visível e sempre acessível, mesmo com aplicações abertas.

No entanto é uma opção que poderá apresentar claros problemas: um toque acidental num ícone nesta doca abriria imediatamente outra aplicação, fechando a actual, e em landscape faz pouco sentido a existência da mesma.

 

Espaço fixo para Widgets

Outra opção, semelhante à anterior, é a utilização desse espaço extra não para uma doca mas sim para widgets.

Actualmente está disponível um número muito limitado de widgets, que estão sempre escondidos, ou na barra de multitarefa ou no centro de notificações. Este espaço extra traria os widgets para a “linha da frente”, possibilitando a visualização de informação de uma aplicação quando se tem outra aberta, e abrindo portas ao desenvolvimento de mais widgets, algo já bastante pedido pelos utilizadores.

Como anteriormente, em landscape parece “estranha” a forma como este espaço para widgets fica posicionado, no entanto é uma coisa que pode ser trabalhada para algo mais funcional.

 

Centro de notificações fixo

Ainda outra possibilidade para o espaço extra seria o seu uso para centro de notificações, ficando aquele espaço reservado para as notificações.

Isto evitaria o actual problema de as notificações “caírem” em cima de alguns botões (como por exemplo o retroceder), e abriria diversas possibilidades, como a interacção com a notificação (ou melhor, com a aplicação referente à aplicação) sem sair da aplicação que está actualmente aberta (exemplo: respostas rápidas no iMessage). Esta opção tem igualmente problemas: aquele espaço estaria inutilizado quando não houvessem aplicações, seria igualmente estranho em landscape.

 

Espaço reservado para gestos

A possibilidade de o espaço extra ser usado como um espaço reservado para gestos é pouco provável. Com uma área sensível ao toque tão grande (são 4” de ecrã!).

É pouco provável que isto seja implementado, pois seriam basicamente pixeis “mortos”, sem utilidade a não ser o toque (que já pode ser feito no ecrã).

 

Todas as anteriores!

Espaço fixo alternado entre várias funções. Juntando todas as possibilidades acima deixadas, é perfeitamente viável pensar também na possibilidade de várias delas, ou mesmo todas, serem implementadas. Todas elas podem co-existir naquele espaço reservado ao Sistema Operativo, possibilitando dessa forma várias ou todas as funções anteriores.

Ou… nenhuma das anteriores!

As opções acima apresentadas abrem espaço a ideias bastante interessantes, algumas melhores, outras piores, mas é sempre interessante pensar no que poderia ser feito. No entanto tudo isto vai muito pouco de encontro ao que é e tem sido sempre a filosofia da Apple: design simples e limpo, tanto em hardware como em software. Aquele espaço, aquela informação, estaria sempre lá, mesmo quando não fosse necessária. Posto isto, vamos ver as opções que são mais “prováveis” quando se pensa num aumento de ecrã: aumento do espaço útil para utilizarmos o sistema operativo.

 

Apenas um ecrã maior

Esta é sem dúvida a possibilidade mais lógica, a primeira em que se pensa quando falamos num aumento do ecrã. Maior ecrã significa mais pixeis, mais espaço. Basta optimizar o software para estas novas dimensões, e está tudo bem! Ou será que não?

Embora pareça simples, este aumento pode ser problemático em determinadas circunstâncias. Como a dimensão dos pixeis se mantém, o texto mantém igualmente a dimensão actual, tal como os botões/controlos, todo o espaço a tocar ficará igual.

As aplicações que usem os elementos do SDK do iOS (como botões de retroceder, actualizar, etc) não terão praticamente nenhuma alteração, apenas terão mais uma linha para mostrar, seja ela uma linha de ícones, uma linha de uma tabela, lista, etc. A única diferença estaria apenas na quantidade de informação mostrada. O Safari será capaz de mostrar um pouco mais de uma página, o Mail conseguirá mostrar mais um email, ou mais informação de um email, etc. Mas então e aquelas aplicações que não usam estes elementos básicos?

As aplicações com uma User Interface (UI) mais própria e costumizada, como os jogos, terão grandes problemas com este aumento do ecrã (e consequentemente da resolução). Se os programadores fizerem novas versões para preencher o espaço extra, essas versões não poderiam ser utilizadas nos iPhones anteriores. Para isso os programadores teriam que fazer 2 versões das aplicações, o que resultaria num aumento do tamanho das mesmas, visto que uma aplicação universal teria que conter os elementos para iPhone, iPad, e para o novo iPhone com maior resolução.

É uma opção sobre a qual se pode pensar um pouco, mas é também uma opção que não está de acordo com o que a Apple costuma fazer. Iria levar a uma fragmentação da plataforma, muito trabalho para os programadores e, no fim de contas, as vantagens não são tão relevantes que valham a pena as contrapartidas.

Não só no software há contrapartidas. O próprio design teria que sofrer alterações mais ou menos drásticas para permitir este ecrã, a começar pelo botão Home e pelo espaço para ele reservado (caso contrário teríamos um iPhone muito comprido), entre outros pormenores físicos que teriam que ser alterados.

De qualquer forma vamos ver uma análise mais detalhada das alterações que seriam feitas na possibilidade da implementação deste ecrã 16:9.

 

Aplicações “básicas”

Como já foi referido, as aplicações que usem os elementos básicos da interface do iOS apenas beneficiariam do aumento do ecrã, havendo a possibilidade de mostrarem mais informação no novo ecrã mais longo.

A visualização em landscape não tira tanto partido disto, mas não não apresenta qualquer aspecto negativo ou contrapartida (dá apenas a sensação de espaço mal utilizado).

 

Teclado

O teclado ficaria bastante semelhante ao actual, mas com benefícios.

Por um lado podia ficar com mais  espaço para visualizar o texto, por outro podia ser adicionada uma linha de “teclas”, podendo ser adicionados os algarismos de 1 a 0, ou teclas especiais.

Em landscape o leque de opções possíveis é mais vasto. O teclado nesta posição podia ser mantido do mesmo tamanho, aumentado em ambos os sentidos (horizontal e vertical), esticado na horizontal, separado (como no iPad). Várias possibilidades existem aqui.

 

Aplicações com interface própria (Jogos)

Aqui está o maior problema do aumento da resolução apenas num sentido, como já foi referido. As aplicações que não usam os elementos básicos do iOS teriam que ser adaptadas, perdendo retrocompatibilidade (ou obrigando a maior trabalho por parte do programador para a manter).

Até serem actualizadas essas aplicações não ocupariam o ecrã na totalidade, ficando ao centro do ecrã.

 

Web e Web-Apps

Neste campo pouco é alterado. As Web-Apps têm grande facilidade em se adaptar à dimensão do ecrã, mostrando mais ou menos informação.

No caso dos sites com dimensão fixa, em portrait pouco se altera, e em landscape o site irá aumentar para ocupar o espaço extra, mostrando menos informação na vertical.

 

Vídeo

Apenas vantagens se podem esperar no campo do vídeo.

Estando o 16:9 cada vez mais massificado no que respeita a vídeo, com quase todos os filmes mais recentes neste formato ou mais largo, esta resolução apenas benificiará o utilizador, diminuindo ou eliminando as barras negras em cima e em baixo.

 

Retrocompatibilidade

O suporte aos dois tipos de ecrã, 3:2 e 16:9, não seria fácil, e ninguém iria gostar de ter as aplicações desenhadas para o novo ecrã cortadas nos ecrãs antigos (iPhone 4S ou anterior). A separação das aplicações entre novos e antigos iPhones não é algo que vá de encontro ao que tem sido a filosofia da Apple, apresentando diversos pontos negativos, sendo por isso pouco provável. A opção de as versões diferentes serem implementadas numa única aplicação universal também tem aspectos negativos, desde a complexidade ao tamanho da aplicação para o utilizador final (visto que uma aplicação universal teria que conter os elementos para iPhones antigos, novos iPhones e também iPads).

 

Porque optaria a Apple por um ecrã 16:9?

 

1. Os iDevices, e neste caso específico o iPhone, têm como parte mais importante o ecrã. A Apple desenha estes produtos para dar a maior ênfase possível ao ecrã. Reparem que há sempre o mínimo de “tralha” próximo do ecrã, pois é este o centro do dispositivo. O utilizador interage com o ecrã, é o ecrã que “responde” ao utilizador, que dá toda a informação, toda a utilização é centrada no ecrã. Com um ecrã maior, mais conteúdo pode ser entregue ao utilizador, e se houver uma forma prática e viável de aproveitar o espaço extra dado pelo aumento do ecrã, porque não?

2. O design é parte muito importante do iPhone. As últimas versões do iPhone e iPad já alteraram praticamente tudo o que havia para alterar, talvez esteja na altura de a Apple alterar igualmente o ecrã, aumentando-o. E sendo claro que não se quer um aumento em demasia das dimensões do iPhone, um aumento do ecrã na tentativa de manter as dimensões actuais (ou pelo menos aproximadas) seria um desafio tecnológico como a Apple bem gosta. E um aumento do ecrã nestas condições significaria uma diminuição da moldura em volta do ecrã, ou seja, o ecrã tornar-se-ia ainda mais o centro de todo o dispositivo.

3. A procura de mais clientes, um ponto chave para qualquer empresa. O iPhone continua a vender mais que qualquer outro dispositivo, mais que qualquer outro smartphone, mais que qualquer Android com ecrã maior. A Apple não precisa de um ecrã maior por razões competitivas, isso é claro. No entanto isso não significa que não seja importante ir de encontro aos requisitos de outros clientes, ou mesmo atender aos pedidos dos actuais clientes de aumento do ecrã. Só porque os clientes compram mais iPhones com ecrãs de 3,5” que Androids com ecrã maior, não significa que prefiram ecrãs de 3,5”. Significa apenas que preferem o iPhone. E enquanto há pessoas que se privam de um ecrã maior para usarem o iPhone, há da mesma forma quem se prive do iPhone para usar um ecrã maior. Sendo assim, se a Apple conseguir um iPhone com ecrã maior que mantenha aproximadamente as mesmas dimensões, conseguirá um maior público alvo, que se traduz em mais vendas, o grande objectivo de uma empresa como a Apple.

 

Ainda há muito tempo pela frente até Outubro, data prevista para o lançamento do novo iPhone, e até lá a Apple irá com toda a certeza testar, testar, e voltar a testar muitas dimensões de ecrãs. Da mesma forma muitos rumores vão continuar a circular pela blogosfera. Até lá muita coisa pode mudar, e cá estaremos para acompanhar. [via]

 

E o leitor, o que pensa desta possibilidade do iPhone com ecrã 16:9? O que trará de novo o próximo iPhone?

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