Uma das novas tecnologias que pouco se tem falado e que ainda não singrou duma forma maciça no mercado nacional é a da Realidade Aumentada.
Quando se fala acerca desta tecnologia e suas potencialidades existe uma tendência para que no final persista uma ideia … de que se trata duma tecnologia demasiado futurista ou demasiado ambiciosa.
Nada mais errado. A Realidade Aumentada não só é um tecnologia bem actual como também existem variados exemplos da sua utilização, ou conceitos semelhantes, no nosso dia-a-dia, e que muitas vezes passam quase despercebidos.
Alguns exemplos disso podem ser, os videojogos. Jogos como o antigo EyeToy para Playstation 2, o EyePet mais recente, o WonderBook da Sony Playstation, Pokémon: Radar para a Nintendo DS, Spirit Camera para a 3DS e alguns outros são exemplos de integração da tecnologia de Realidade Aumentada com o mundo dos videojogos e apesar de nem todos terem tido o mesmo sucesso, certo é que fica mais que comprovada a utilidade e flexibilidade desta tecnologia.
No entanto os exemplos de aplicabilidade não se ficam pelos jogos. Outro exemplo que facilmente pode ser dado corresponde ao que se pode encontrar na Força Aérea dos E.U.A.. Em finais do século passado passaram a ser incluídos nos sistemas de navegação dos principais caças da USAF (United States Air Force), mecanismos de Realidade Aumentada na forma de detecção e lock de alvos inimigos. Muitas vezes, criticamos o que se vê nos filmes indicando que é demasiado futurista ou efeitos especiais mas, neste capitulo há aqui algo de palpável. Os caças norte-americanos possuem, hoje em dia, sofisticados sistemas de detecção de caças inimigos e é a Realidade Aumentada que lhes permite fazer o Lock On dos mesmos para os misseis.
Mas … o que é a Realidade Aumentada?
O conceito de Realidade Aumentada é extremamente simples e deveras interessante. Basicamente corresponde à interacção e integração, com recurso a uma câmara e software específico, de conteúdos do mundo virtual com o mundo real, mas com uma forte componente interactiva com algo. Aliás, essa é parte fundamental no conceito de Realidade Aumentada, a interacção com algo, ou seja, não é algo estático, como por exemplo, colocar uma linha a marcar o fora de jogo numa transmissão televisiva de futebol. É algo que necessita de uma ignição, dum motor de arranque.
Lembram-se de filmes como Minority Report? As cenas nas quais Tom Cruise manuseia virtualmente com as mãos, menus, opções, fotos e outra informação podem ser considerados um bom exemplo de Realidade Aumentada (neste caso, Realidade Imersiva). No entanto, não se trata de algo demasiado futurista e apenas existente em filmes.
Não. Realmente é algo que já pode perfeitamente acontecer e à nossa frente. Mas atenção, há algo que é fundamental compreender antes de nos aprofundarmos no conceito de Realidade Aumentada, que é o facto inultrapassável de que a Realidade Aumentada depende da existência da Realidade. A Realidade Aumentada depende do real ou de algo real.
Muitas vezes no nosso dia-a-dia, ouvimos dizer em comentários de café ou outras ocasiões, que a tecnologia irá substituir a realidade e que qualquer dia deixaremos de ter vidas sociais para ter vidas virtuais. Ok, não digo que tal não possa vir a acontecer, mas no caso muito particular da Realidade Aumentada, o que acontece é que a tecnologia existe para complementar o que é real. É fundamental entender isto: A Realidade Aumentada só existe se a própria Realidade existir. A Realidade Aumentada pega em algo real e completa-o, complementa-o, revestindo-o com novo conteúdo e/ou contexto.
E então, o que é preciso para uma App de Realidade Aumentada funcionar? Existem 4 peças fundamentais que se encaixem numa aplicação de Realidade Aumentada:
- Câmara fotográfica- que possibilite ao utilizador captar o marcador (identificado mais abaixo) e o ambiente circundante.
- Marcador – é algo que seja identificado pelo software e que funcione como a ignição duma experiência de Realidade aumentada. Por exemplo, um código QR, uma imagem…
- Aplicação de Relaidade Aumentada– por detrás de tudo isto, é óbvio que tem de haver uma ferramenta ou aplicação que seja responsável pelo processo. Terá de ser capaz de identificar a imagem que a câmara lhe passa e interpretar de que se trata dum marcador conhecido e a partir daí, despoletar um ou mais eventos no ecrã, e sobre o que a câmara esteja a captar na altura.
- Utilidade – Como em tudo na vida, o que não tem Utilidade tem destino traçado e morre. A Realidade Aumentada funciona assim também. Se não houver um objectivo claro e prático para a sua aplicabilidade então a sua existência deixa de ter consistência.
Com tudo isto, podemos afirmar que a tecnologia por detrás duma aplicação de Realidade Aumentada, além de ter uma componente divertida e curiosa pode, efectivamente apresentar outros trunfos e coloca-la numa posição de grande relevo no que toca a potencialidades futuras.
A meu ver, acredito nesses outros trunfos e creio que num futuro, não muito longínquo, talvez se venha a verificar esse crescendo de importância.
Por exemplo, a Realidade Aumentada é, com toda a certeza uma tecnologia amiga do ambiente. É uma tecnologia verde e isto pode facilmente ser identificada com alguns exemplos teóricos. Por exemplo, uma aplicação que tenha a possibilidade de, com recurso a esta tecnologia, de entregar conteúdos a determinada pessoa ou grupo de pessoas, evita o uso de papel e tinta, por exemplo.
Aliás, essa mesma aplicação acaba inerentemente por trazer outra mais-valia, que é a contenção de custos.
Imaginemos esta tecnologia direccionada à Publicidade. Além das vantagens acima identificadas teremos ainda uma outra que se reveste de grande importância, especialmente para o consumidor final. Ao contrário da publicidade que inunda as nossas TVs, e que muitas vezes apresentam conteúdos que, pura e simplesmente não nos interessam, uma aplicação de Realidade Aumentada terá o condão de ser usada quando e apenas quando o utilizador a quiser accionar e com conteúdos mais fidedignos.
Os conteúdos duma aplicação de Realidade Aumentada trazem consigo essa outra vantagem importantíssima. Uma vez que esses mesmos conteúdos são direccionados e manipulados pelas próprias entidades para o consumidor final, existe uma maior probabilidade de serem correctos e sem erros. Por exemplo, uma aplicação de apoio ao estudo para alunos da Primária. Se essa aplicação apresentar conteúdos, com base num manual desse aluno, certamente que o seu conteúdo será mais válido (se a entidade patrocinadora dessa aplicação for o Ministério da Educação, por exemplo) que grande parte das pesquisas anárquicas feitas na Internet. Não digo que na Internet esses mesmos conteúdos não existam, pois existem, mas adicionalmente existem milhares ou milhões de outros conteúdos incompletos ou errados, ao invés que uma aplicação utilizada para esse efeito terá conteúdos específicos e de maior credibilidade.
Aos poucos e poucos, vamos ficando com a ideia cada vez mais solidificada de que a Realidade Aumentada poderá ser extremamente importante no nosso dia-a-dia e que o seu uso e acesso serão bastante fáceis. E isso é a verdade.
Aliás, uma das principais mais-valias da Realidade Aumentada, pelo menos nestes primeiros passos que dá, é a sua extrema simplicidade de utilizar e portabilidade, na óptica do utilizador final. Uma aplicação de Realidade Aumentada, basicamente é uma aplicação que se tem de instalar uma vez apenas (Smartphone, Tablet , PC, …) e que a partir daí praticamente apenas necessita de tirar fotos para se aceder aos conteúdos. Nada mais simples, certo?
No entanto e após vermos tudo isto, a Realidade Aumentada ainda se encontra pouco difundida no nosso país apesar de já ter dado provas por esse Mundo fora. Os EUA (conforme indicado no exemplo acima, por exemplo) ou o Japão, são dois exemplos de países onde os conceitos e a prática se unem em inúmeras formas distintas, quer seja no ramo da medicina, publicidade por exemplo.
Cá, por terras lusas, ainda encontramos poucas empresas apostadas na criação e desenvolvimento de projectos e conteúdos nesta área. Exemplos como a Ydreams e IT People correspondem a algumas pioneiras nesta área e que já se aventuraram no desenvolvimento de produtos usando a Realidade Aumentada como tecnologia principal.
Neste âmbito, a IT People lançou recentemente em parceria com os CTT portugueses, uma aplicação mobile denominada CTT Filatelia, que é um perfeito exemplo do que acabei de mencionar.
A aplicação desenvolvida pela IT People é baseada na plataforma própria denominada Next Reality, que permite, a quem tenha um dispositivo mobile com iOS, Android ou então que tenha um BlackBerry, viver uma experiência de Realidade Aumentada com determinados selos comemorativos lançados pelos CTT. Duma forma simples, quando o utilizador foque um desses selos com a câmara fotográfica, a aplicação detecta e interpreta esse mesmo selo e mostra um conjunto de informações adicionais sobre o selo e quem se encontra reproduzido no selo.
Este é um exemplo apenas do que a Realidade Aumentada permite. Conforme se pode ver neste exemplo acima indicado, a Realidade Aumentada é um óptimo meio de passar mensagens e conteúdos duma forma não intrusiva aos utilizadores, apresentando assim imenso potencial em áreas dedicadas ao Marketing e Publicidade.
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