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Como montar um PC…Tintim por tintim

Por Mokoto para o Pplware.

Hoje vamos apresentar um guia muito minucioso, que nos levará à montagem peça a peça de um computador. Isto tem uma razão de ser, sempre que alguém vem ter comigo, é sempre para perguntar como se desmonta e se monta um PC ou qualquer dispositivo de hardware… estão a ver o filme certo? Quem acaba por fazer sempre o trabalho sou eu! Pois bem, hoje vou explicar como se monta um PC com direito a imagens reais e desta forma, encaminho-os para este artigo!


Antes de mais, todos sabem que o sistema difere se for AMD ou Pentium, e respectivos modelos e sockets.

Usarei um Pentium 4 Socket 478, muito usado há uns anos atrás e que foi substituído pelo socket 775.

Ora vamos ao que interessa:

Material :

Vamos necessitar de:

– Uma caixa para o PC – Não vai montar o PC numa caixa de papelão, como é óbvio. As caixas de alumínio são leves, baratas e dissipam melhor o calor dentro da própria. Se tiver tampas “arejadas”, tanto melhor.

– Motherboard (placa-mãe) – (Aquela placa que vai dar que falar para colocar todos os componentes). Não se esqueçam que o socket da motherboard tem de ser igual ao do CPU. Não vamos colocar um Athlon 64 num socket 775 nem um Prescott num Socket 939.


– CPU (processador) – Bem, isso fica à vossa escolha, se são anti-Intel, ou anti-AMD. Na minha opinião, os AMDs, mais concretamente a série Phenom II X3 ou X4 são melhores no que toca a qualidade/preço. Têm também os  Intel Core i7. Blá blá e mais blá, já disse que vocês é que escolhem.

– Memória RAM – Também depende se pretendem fazer overclock, se querem estabilidade, se querem performance, ou memórias de extrema performance. Não vou enunciar nada de complicado, mas digo que convém ter memórias com o sincronismo do FSB (Front Side Bus) do CPU. Se o CPU (AMD) tiver um FSB de 333, convém usar DDR 333. Também podem usar DDR 400 no caso, mas o bus da memória é automaticamente reduzido para 333. Isto porque o CPU não consegue “aproveitar” esses outros 67 Mhz. Agora se usarem um P4 com um FSB de 800 Mhz, aí sim, não há problemas de usarem DDR 400. Não usem é DDR 333. Não convém mesmo NADA fazer isso. CPU a 800 e DDR a 333 isso não. Mas mais dúvidas sobre memórias, podem sempre colocar depois do tutorial e ainda poderemos vir a falar da DDR2 e na DDR3.

– Placa gráfica – Sim, se são adeptos dos jogos vão ter que alargar os cordões à bolsa e mesmo que não sejam, a VGA on-board não chega. Tem de ter em consideração se a gráfica é uma PCI-express ou AGP, não tentem colocar uma gráfica AGP num slot PCI Express ou vice-versa.

– Disco RígidoIDE, SATA, SATA2, etc., isso está ao vosso critério também. É claro que se comprarem uma motherboard com só canais IDE, não vão comprar um disco SATA, mas hoje em dia é pouco provável que comprem uma placa que não possua portas SATA. Ah, e claro, as rotações do disco: 7200 rpm é a média dos actuais, mas se quiserem rapidez, gastem €€€ em discos de 10.000 rpm ou mesmo 15.000 e façam algo como RAID0. Os gigabytes que precisam, vocês sabem.

– Drives ópticas – Um leitor de CD-DVD e uma unidade de gravação CD-DVD/R-/+RW são normalmente suficientes.


– Placas adicionais – Se são entusiastas do som, claro que o chip de som da motherboard nunca será suficiente, para além de consumir recursos do CPU. Uma placa de som à maneira faz toda a diferença, e isso nota-se nos jogos. Claro que há mais placas, como as de TV, de rede, de Firewire, e por aí fora. No caso destas últimas, não vale muito a pena, porque as motherboards já trazem LAN integrada e Firewire para colocar na frente da caixa.

– Fonte de Alimentação – Óbvio que normalmente as caixas já trazem fonte de alimentação, mas a compra de uma fonte de alimentação melhor, é um investimento para o futuro. Para além de serem melhores, mais potentes, e estáveis, são mais silenciosas. Não se esqueçam que não são só os Watts que contam. Os Volts também. Não vale de muito comprar uma fonte de 600 Watts com 14A na linha dos +12V. Mas também não abusem, para não rebentarem com o quadro eléctrico da vossa casa. Entre 24A e 38A é mais que suficiente.

– Ventoinhas – Claro que as ventoinhas que vêm com a caixa nunca são decentes, por isso, nada como comprarem umas duas bem melhores, nem que seja só para dar estilo, cor e iluminação ao chassis.

– Cabos e parafusos – Sem isto, nunca irão ligar o PC, por mais que tentem. Cabos redondos ajudam no fluxo de ar da caixa e diminuem a temperatura da caixa e do sistema.

– Chave de fendas – Dá um jeitão!

Foto do material que vou usar:

Bem, vou começar por fazer uma pequena modificação na motherboard. Quase todos sabem que a motherboard tem um cooler no Northbridge, o qual não aparece nas fotos do material. Acontece que a pasta térmica que os fabricantes colocam para fazer a passagem de calor do chip para o cooler, é francamente “ranhosa”. A opção passa por comprar um tubo de pasta térmica decente e limpar a plasticina ou leite que vem do fabricante.

Passo a explicar:

Aqui o Northbridge sem o cooler.

Já limpinho claro. Agora o cooler do NorthBridge:

E a térmica imprópria que vem de origem:

Limpa-se e tenta-se que a base do cooler esteja assim:

Depois disso, coloca-se um pouco de pasta térmica (eu usei Artic Silver 5) no Northbridge e espalha-se, até fazer uma camada fina e homogénea. Eu usei a base do cooler para espalhar.

Coloquei em cima do Northbridge e espalhei:

Depois é só montar, prendendo o cooler.

Passemos agora a outra fase: a colocação do CPU.

Parece simples, mas segue vários critérios. Não, não é só meter o CPU e travar a alavanca.

Socket com alavanca para cima:

CPU:

Não se esqueçam que o triângulo do CPU tem de coincidir com o do socket, caso contrário, o CPU não encaixará.

E depois, com cuidado, colocar o CPU.

Ele tem quase que descair em cima do socket.

E certificar-se que fica bem preso.

Depois, travar a alavanca, empurrando-a para baixo.

Ficou bem preso? Espero bem que sim, não vá eu agora esmagar o CPU com o cooler que vou usar para o efeito. Os coolers que vêm com o CPU (os chamados cooler in-box), não valem rigorosamente nada, porque para além de serem barulhentos, são normalmente muito fracos a dissipar o calor.

Neste caso vou usar um Zalman 7000Cu, mas já com uma falha. Não tem autocolante na fan, mas há mais versões deste cooler, como a versão da ventoinha com leds, versão 7700 que tem a ventoinha de 120 mm e a versão em alumínio e cobre. Esta é toda em cobre. Desde a base, que vai receber o calor do CPU, até às palhetas finas em cobre também. O cobre é bastante eficiente em dissipar o calor, acreditem os Zalman não deixam ninguém mal.

O cooler :

Passemos à colocação da pasta térmica, que vai fazer a transferência de calor entre o CPU e a base do cooler. Não, não usem aquelas pastas brancas, isso é leite! Algo como Artic Silver 5 é suficientemente bom. Aliás, não deve haver melhor e uma bisnaga desta famosa só custa 5€.

Eu usei a base do Zalman para espalhar a pasta.

E a base do cooler também ficou com uma camada muito fina de pasta, mas convém deixar assim.

Agora é só colocar em cima do CPU, usar os adaptadores se for o caso e aparafusar.

Agora vamos colocar as memórias.

Eu optei por duas de 512 MB DDR 333 (PC 2700), em dual Channel. DDR 333 porque o FSB do CPU é 533 (4×133 Mhz) e tem mais sincronismo.

Têm de colocar as patilhas para fora, assim:

Depois encaixam e apertam as patilhas. Para prender as memórias:

Depois de tudo isto, vamos colocar a Motherboard na caixa.

E vamos aparafusar:

De seguida colocamos  a ventoinha frontal, que enviará o ar para dentro da caixa.

E aparafusa-se:

Dependendo das ventoinhas, normalmente a forma das pás é a mesma para todas, logo o ar vai da parte da frente da fan, para a parte de trás. O ar passa assim, pelas pás. Geralmente, o autocolante é a parte de trás e deverá ficar assim:

Ah e não esquecer também de remover as entradas que só vão ser necessárias de forma a obter este aspecto, no painel traseiro onde encaixa a motherboard.

Vamos proceder à colocação da parte frontal.

Agora montemos as drives ópticas, drive de disquetes e disco(s) rígido(s).

Não se esqueçam que nunca devem colocar os discos rígidos no mesmo canal IDE das drives ópticas.

Se possuírem só um disco e um leitor de DVD, coloquem ambos em canais IDE diferentes. E também seleccionem os padrões Master e Slave. Os próprios cabos IDE dizem isso, nos SATA não é preciso nada disso.

Mais acima ou mais abaixo, isso fica a vosso gosto. Mais espaço entre eles corresponde a melhor arrefecimento.

Não se esqueçam de aparafusar de um lado e do outro e de ficar alinhado com a parte frontal da caixa – não vamos colocar um gravador 10 cm mais à frente que as bordas da caixa.

Coloquem os cabos IDE ou SATA  e arrumem-nos. Estes não deram para grande moldagem, porque são todos pouco flexiveis e os redondos estão no AMD. Mas a ideia percebe-se. Só usei o redondo da drive de disquetes, porque no AMD não tenho drive de disquetes. USB pen drives ao poder!

Colocação da gráfica, nada de complicado, colocar a placa no encaixe, AGP ou PCI-E conforme o caso e aparafusar à caixa. E não se esqueçam da alimentação da gráfica, caso precise.

Instalem as placas adicionais…

Coloquem a ventoinha traseira, para extrair o ar quente da caixa.

Montar a fonte de alimentação e ligar os molexs onde for necessário. Motherboard, drives e gráfica.

Por fim, “fechem” o PC.

Apertem bem as tampas, evitando ruídos em funcionamento, derivados de vibrações entre os metais.

Done.

E agora já têm o vosso computador montado peça a peça, totalmente ao vosso gosto. Caso surja alguma dúvida, coloquem aqui nos comentários ou coloquem a vossa dúvida na secção Hardware do nosso fórum.

PS: Não se esqueçam de ligar o PC e ver se tudo funciona!

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