Análise: Mi Notebook Air 12, o ultrabook da Xiaomi

Era inevitável que a Xiaomi, presente nas mais diversas áreas tecnológicas, se iniciasse no ramo dos computadores portáteis… e começou bem pelos ultra-portáteis ou ultrabooks, que são cada vez mais apetecíveis pelo público em geral.

Depois de algumas semanas de teste do ultrabook Xiaomi Mi Notebook Air 12, apresentamos a análise completa.

A melhoria na mobilidade é algo que todos os fabricantes procuram fazer ano após ano, numa luta incessante. Ao mesmo tempo que o peso, o bom aproveitamento das dimensões e as especificações e desempenho melhoram, procura-se também aumentar a autonomia, com o objectivo que uma carga dure pelo menos para um dia de trabalho.

O Xiaomi Mi Notebook Air 12, com ecrã de 12,5″, apresenta-se como um concorrente directo ao Apple MacBook Air 11″, com desempenho semelhante a este mas ligeiramente mais leve, mais fino, com mais 1,5″ de ecrã mantendo as dimensões, e com uma autonomia igualmente agradável, capaz de atingir o tal “dia de trabalho” com apenas uma carga.

 

1. Características gerais

Foram dois os modelos apresentados pela Xiaomi no final de Julho passado, um com ecrã de 12,5″ e outro de 13,3″. O Xiaomi Mi Notebook Air 12, o modelo em análise, apresenta-se como um ultrabook com excelente qualidade de construção. Integra um ecrã IPS FullHD de 12,5″, um CPU Intel Core m3, uma drive SSD de 128 GB, 4 GB de RAM e promete uma autonomia de 11,5 horas, recorrendo a uma bateria de 37Wh.

Tem um design simplista com 12,9 mm de espessura e pesa apenas 1075 g. Inclui uma ficha USB Tipo-C para carregamento, uma USB 3.0, jack 3,5mm e HDMI.

 

Vídeo de unboxing

 

2. Design

O Mi Notebook Air 12 é construído integralmente em alumínio, de textura ligeiramente áspera e resistente a dedadas. Todos os cantos são arredondados, de igual forma, e a tampa superior não é completamente plana, tendo uma ligeira curvatura na zona frontal e traseira, e não tem qualquer inscrição.

Todas as arestas são bem vincadas mas não causam qualquer desconforto, mesmo as interiores, onde são assentes as mãos para utilizar o teclado. Todos os “recortes” estão assim bem definidos, deixando um acabamento limpo e simples.

Na lateral esquerda encontra-se a saída HDMI e o jack de 3,5mm, e na lateral direita a ligação USB Tipo-C e uma USB 3.0.

Por baixo encontram-se os altifalantes AKG, a inscrição da marca e variada informação disposta em alguns autocolantes.

Por várias voltas que dei à estrutura deste ultrabook, em busca de um qualquer defeito ou acabamento menos bem conseguido, simplesmente não encontrei. Não tem qualquer imperfeição. Tudo está muito bem acabado, bem alinhado, e demonstra que o cuidado na produção deste primeiro ultrabook foi levado a sério.

 

Ao levantar o ecrã

Basta um dedo polegar para levantar o ecrã até à posição de funcionamento, sem haver necessidade de qualquer outra ajuda. A consistência da dobradiça está perfeitamente ajustada ao peso do computador e não tem qualquer tipo de folga, estabilizando o ecrã sem problemas.

A moldura do ecrã é fina, agradável de se ver, com 7 mm nas laterais e 12 mm no topo. Nesse mesmo topo encontram-se 2 microfones, para permitir cancelamento de ruído (algo pouco vulgar), e a câmara de 1 MP com um LED branco indicador de funcionamento, junto a ela. Na parte do inferior do ecrã tem apenas a inscrição da marca “MI”.

O ecrã é brilhante, cujo revestimento se sobrepõe nas molduras, e a qualidade apresentada é muito boa. As cores são equilibradas e o brilho máximo adequado a qualquer situação. Os pretos são razoáveis, com um ligeiro desequilíbrio no canto superior direito. Com o brilho no máximo, e fundo preto, pode ser visto algo como isto.

 

Teclado e Touchpad

O teclado tem o layout americano que, embora seja uma preferência para alguns utilizadores, outros são completamente avessos a este tipo de disposição, por razões óbvias. Não sendo comum utilizar este tipo de teclado diariamente, não encontrei qualquer problema em utilizá-lo, é apenas de uma questão de hábito e destreza em lidar com alguns símbolos menos comuns, que se ganha ao fim das primeiras horas de utilização.

À parte disso é um teclado confortável, com um toque agradável nas teclas e com retroiluminação em branco, cuja intensidade não é ajustável, infelizmente.

Quanto ao Touchpad, tem um tamanho generoso considerando o tamanho do chassis, e é clicável em toda a zona excepto no topo. A tecnologia é Synaptics ClickPad v4.0, com funcionalidades de até 4 dedos, e tem o comportamento desejado, sem qualquer problema a assinalar.

 

Som

Os altifalantes AKG, com tecnologia Dolby Audio Premium Surround, estão colocados na parte inferior mais próximos da frente, e o resultado conseguido é bom, já que o som é propagado convenientemente (quando está sobre uma superfície plana) e o efeito stereo é sentido sem problemas.

Num chassis tão pequeno, os altifalantes só podem contar com eles próprios, não há espaço para ressonância no chassis, e ainda assim a qualidade que chega aos ouvidos do utilizador é boa… e como com altifalantes deste tamanho não se esperam milagres, este é um ponto positivo no Mi Notebook.

 

3. Software

O Mi Notebook é distribuído com Windows 10 e, portanto, é este o suporte mais directo, com drivers disponibilizados individualmente para suporte de todo o hardware. O download dos drivers pode ser feito aqui.

O Mi Notebook é originalmente distribuído em duas versões, com licença activada do Windows 10 Home em chinês ou com o Windows 10 Home em inglês, mas sem licença, portanto não activado.

Qualquer um pensará: “ok, é só mudar o idioma, fácil!”. Pois, mas não é bem assim.

 

Licença chinesa

Uma licença do Windows 10, além de activar determinado tipo de versões (Home, Pro, Enterprise, Education), condiciona também a utilização de diferentes idiomas… e é o caso da licença em chinês distribuída pela Xiaomi, que funciona apenas e só para o idioma em chinês.

Ao tentar alterar o idioma, apenas uma quantidade muito limitada de palavras passa para o idioma escolhido, ficando a quase totalidade em chinês. Se a alteração for forçada a partir da linha de comandos, alterando também os registos necessários (procedimento semelhante a este), o Windows deixará de iniciar, surgindo um BSOD com um erro de “MUI_NO_VALID_SYSTEM_LANGUAGE”.

Resumindo, a menos que saiba chinês, não será possível utilizar a licença fornecida com outro idioma, no entanto, existe um método funcional mas que pode não ser completamente legal. Sem ter uma confirmação adicional acerca deste assunto, o guia com essas instruções está disponível aqui.

Se quer ter a certeza que está efectivamente legal, então será necessário adquirir uma licença ou optar por software livre e, no que a isto diz respeito, não foi testada qualquer distro Linux no âmbito desta análise, no entanto, funciona sem problemas segundo vários testemunhos.

 

4. Desempenho

Hoje em dia, tudo o que tenha uma Drive SSD tem um bom desempenho, isto é ponto assente. Depois, dependendo da exigência de utilização de cada um, o panorama vai mudando.

Quem compra um ultrabook não pretende um computador com desempenho gráfico de topo, para jogos exigentes. Pretende, acima de tudo, uma ferramenta de trabalho, com boa mobilidade, boa autonomia e bom aspecto… e o Mi Notebook cumpre isso tudo.

Comparando com o meu PC de trabalho diário, com um CPU Intel Core i7-4700MQ, 16 GB de RAM e um SSD, neste Mi Notebook com o Intel Core m3-6Y30 não senti diferenças significativas no desempenho a iniciar o sistema, a abrir e fechar aplicações, a utilizar vários separadores em simultâneo ou a ver vídeos. Mesmo com um monitor QuadHD, o Mi Notebook mostrou-se capaz de lidar com uma utilização intensiva do Chrome, com alguma edição de imagem. Também é capaz de renderizar vídeo sem aborrecimentos, à velocidade que pode. Reproduz correctamente vídeos 4K no YouTube, mas já não é capaz de reproduzir vídeos 8K.

Quanto a jogos, o GPU integrado Intel HD Graphics 515 não faz milagres, mas é capaz de correr títulos como o Half-Life 2 Lost Coast entre 40 a 80fps (High, 1080p), o Call of Duty MW3 entre 25 a 45fps (Low, 720p) ou o Battlefield 4 entre 15 a 25 fps (Low, 720p), este último impraticável.

No que diz respeito a testes de benchmark, foram obtidos os seguintes resultados:

• 3D Mark:
• Ice Storm: 30489
• Ice Storm Unlimited: 40103
• Ice Storm Extreme: 22522
• Cloud Gate: 3323
• Sky Diver: 2014
• PCMark:
• Home accelerated 3.0: 2897
• Creative accelerated 3.0: 3207
• Work accelerated 2.0: 3716
• Storage 2.0: 4953
• Geekbench
• CPU Benchmark: 2748/5164
• Compute Benchmark: 15368
• Crystal Disk Mark 5
• Seq Q32T1 R/W: 555,6 MB/s / 522,9 MB/s

 

5. Autonomia

Um dia de trabalho é a meta… mas, obviamente, depende do tipo de trabalho, e se for ler documentos PDF com o brilho no mínimo, talvez atinja as referidas 11,5 horas. De outra forma, é impossível.

Pelos testes realizados, com um tipo de utilização maioritariamente de Chrome, com criação de conteúdos no WordPress, gestão de várias redes sociais e analytics (com separadores sempre abertos), reprodução de alguns vídeos YouTube e brilho a cerca de 75%, a autonomia atingiu, aproximadamente, de 7 horas. Por outro lado, utilizando apenas um monitor secundário (ecrã do Mi Notebook desligado), nas mesmas condições de trabalho, a autonomia atingiu cerca de 9h30.

Bem, neste último teste, se há monitor por perto, então também haverá corrente eléctrica para carregar o computador, no entanto, com este teste apenas se pretendeu testar o impacto do ecrã no consumo energético do Mi Notebook. Em situações de maior necessidade, o brilho em níveis mais baixos permitirá um tempo adicional considerável na autonomia.

Quanto ao carregamento, o desempenho é muito bom, conseguido carregar 70% (de 10% a 80%) em apenas uma hora (e não de 0-100% em 50 minutos, como referido pela Xiaomi). O gráfico abaixo demonstra toda a evolução no carregamento.

 

6. Veredicto

Se precisa de um ultrabook bem construído, leve e com bom desempenho por cerca de 500€, então o Mi Notebook Air 12 poderá ser a escolha acertada, isto claro, se o layout do teclado não for um problema.

Um ecrã de excelência, drive de 128 GB SSD rápida, Touchpad generoso, autonomia garantida de pelo menos meia dúzia de horas, carregamento rápido, Wi-Fi ac com desempenho excelente, construção premium, leve e fino, colocam este ultrabook num dos melhores do segmento. E se 128 GB for pouco espaço, então existe um socket M.2 SSD livre para colocar uma drive SSD adicional, sem qualquer tipo de problema.

A versatilidade do USB Tipo-C permite que, em conjunto com um monitor como o Philips Brilliance 258B, seja transmitida imagem, som, ethernet, acesso a 4 portas USB adicionais e carregamento, tudo num único cabo.

A câmara cumpre com o que é suposto, sendo adequada para vídeo-conferências. O microfone duplo junto à câmara tem bons resultados, conseguindo eliminar correctamente o ruído e algum eco, quando existente.

Relativamente a temperaturas, mesmo em carga prolongada, o Mi Notebook aquece ligeiramente mas não incomoda. Em utilização normal mantém-se sempre fresco, considerando que é totalmente passivo e, por isso, 100% silencioso. Já quando está a carregar, devido à sua grande rapidez no recarregamento (70% em 1 hora), atinge temperaturas elevadas na zona da ficha USB Tipo-C, que é onde estará o circuito de alimentação, chegando quase até à zona central do chassis. Ter o Mi Notebook assente nas pernas enquanto é recarregado, não será boa ideia.

Para quem pretende mais desempenho, o Xiaomi Mi Notebook Air 13 tem um ecrã IPS FullHD, possui um CPU Intel Core i5-6200u, placa gráfica dedicada Nvidia GeForce 940MX, 8GB de RAM DDR4, SSD de 256GB e uma porta USB 3.0 adicionar, sendo de resto semelhante ao Mi Notebook Air 12. O Xiaomi Mi Notebook Air 13 está disponível por 809,35€.

O Xiaomi Mi Notebook Air 12 está disponível por 521,58 €, a partir da China e sem custos de alfândega, utilizando o método de envio Priority Line – Spain Express, chegando ao destino isento de impostos.

O Pplware agradece à GearBest a cedência do Xiaomi Mi Notebook Air 12 para análise.

Xiaomi Mi Notebook Air 12