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Chips dos testes de gravidez são quase tão poderosos quanto os dos primeiros PCs IBM

É curioso ver como a tecnologia evoluiu nestes últimos 50 anos. Basta vermos, por exemplo, que a tecnologia dentro de um carregador pode ser mais evoluída que o computador que levou o homem à Lua. Ou, mais simples ainda, um teste eletrónico de gravidez tem um chip tão poderoso como o chip dos primeiros computadores IBM, na década de 80, que custavam milhares de dólares.

Imaginem o que seria voltar atrás no tempo e dizer ao orgulhoso engenheiro da IBM Philip Donald Estridge, que o seu supercomputador tem tanto poder como um teste de gravidez… estanho verdade? Provavelmente até se sentiria insultado.


Tecnologia de usar e deitar fora tão potente como o primeiro PC IBM

Num artigo muito interessante partilhado recentemente, foi demonstrado que alguns testes de gravidez digitais, existentes nas prateleiras dos hipermercados, têm uma série de componentes eletrónicos comparáveis ​​em potência ao que os PCs IBM originais forneciam.

O famoso “antiquário” digital do Twitter @Foone, com utilizador, de sua alcunha @Xtoff, um especialista na área de segurança cibernética, dissecaram alguns destes testes. São muito similares aos que se usam sem a panóplia tecnológica no interior.

My wife had been checking if she was pregnant, initially with test strips, which can cost as little as 20 cents each. She got some positive readings, so wanted something “more accurate”, a digital test.

 

Microprocessador do teste é um excesso de tecnologia

Após uma investigação mais aprofundada, abriram os tais testes de gravidez digitais, que podem ser adquiridos por apenas 5 euros nalguns casos. Como resultado, os curiosos utilizadores descobriram que havia componentes eletrónicos dentro que pareciam exagerados para o propósito destes dispositivos.

De facto, no produto Clearvue foi descoberta uma unidade de microcontrolador (MCU, unidade de microcontrolador) HT48R065B fabricada pela Holtek e que funciona com uma frequência de 4 ou 8 MHz e que é alimentado por duas pequenas baterias 1,5 V L763F.

 

Testes de gravidez comparados com um computador IBM

Recorrendo ao Twitter, Foone fez um teste semelhante. Depois de analisar estes dispositivos apresentou a sua análise. Para que pudesse ter matérias de facto, Foone comprou um pacote de dois testes por 7 dólares, abriu-os e analisou cada elemento que os compunham.

Além de uma pequena bateria 3V CR1616, foi descoberto também um pequeno interruptor de ignição ativado por humidade.

Uma série de três LEDs e dois fotossensores são usados ​​para detetar as linhas das tiras de gravidez que de outra forma interpretaríamos a olho nu, e toda aquela parte digital simplesmente lê estas linhas para depois mostrar mais claramente se a pessoa que está a fazer o teste se está grávida ou não. No entanto, mostra com indicadores luminosos, em vez dos tracinhos de cor, os tipicos símbolos “||” ou “| +”.

O chip que controla tudo é, como no caso anterior, um MCU Holtek, embora o modelo mude ligeiramente. É o HT48C06, um microcontrolador de 8 bits com 64 bytes de RAM e 1.024 bytes de capacidade na sua ROM (não programável), mais 13 pinos GPIO.

De acordo com Foone aquele chip funciona a 4 MHz porque aquela bateria de 3 V não seria capaz de dar espaço para mais, mas de acordo com Foone, “isto provavelmente permite um processamento de números mais rápido do que o CPU do IBM PC original, e está em algo que a utilizadora vai urinar e depois deitar fora.”

 

Comprar, urinar e deitar fora a tecnologia

Assim, este tipo de “investimento” de tecnologia em algo tão descartável, poderá ser um sinal de alerta. Estamos a utilizar algo tão avançado tecnologicamente para trazer aos produtos algo que não acrescenta nada de especial. Conforme temos visto, os problemas no fim da linha de vida destes dispositivos vão pesar no que houve de proveitoso, dado ser tão efémero.

Portanto, na explicação do uso de tanta tecnologia em algo tão simples tem a ver com as pessoas com problemas de escolaridades ou problemas socioeconómicos.

Assim, toda esta tecnologia poderá fazer algum sentido. No entanto, integrar componentes eletrónicos e baterias para ajudar pessoas menos hábeis a ler um teste de gravidez poderá ser apenas mais um problema que aumenta consideravelmente o lixo eletrónico no planeta.

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