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Bipolaridade pode ser detectada através do smartphone

Os smartphones estão cada vez mais dotados de sensores que permitem ao utilizador recolher a mais variada informação e que se pode aliar à saúde.

De acordo com uma recente investigação, estes sensores permitem também avaliar as mudanças de humor dos seus utilizadores, de tal forma que poderão detectar precocemente doenças como a perturbação bipolar.

Um estudo levado a cabo por Venet Osmani no CREATE-NET, na Itália, indica que a combinação de sensores de smartphones pode detectar com precisão mudanças de humor extremos, sinais comuns em pessoas que sofrem de doença bipolar.

Os sinais que caracterizam as mudanças de humor destes pacientes são bem conhecidos pelo que se torna mais simples aplicar as funcionalidades de um smartphone actual à leitura destes sinais.

A fase maníaca de um bipolar é normalmente antecedida de episódios de hiperactividade que podem ser medidos com o auxílio do acelerómetro e por registos de som, já que normalmente também a fala se torna mais acelerada. As mesmas leituras podem ser consideradas no caso do paciente estar a entrar numa fase depressiva.

O investigador forneceu smartphones a 12 pacientes com perturbação bipolar, durante 4 meses e cada três semanas foram sendo avaliados clinicamente, pelos métodos convencionais.

Através da actividade e localização dos pacientes registada no smartphone, o investigador foi capaz de prever com precisão 94 % dos casos de mudanças de humor. Combinando estes dados com a análise aos telefonemas efectuados pelos pacientes, a taxa de sucesso de monitorização aumentou para os 97 %.

Quase todas as alterações foram detectadas e não houve quase nenhum falso alarme registado.

A intervenção prematura em casos de alterações do estado dos pacientes com doença bipolar é fundamental para a estabilidade do paciente, pelo que a detecção precoce ocupa aqui um papel fundamental no processo de tratamento.

É evidente que a amostra e o tempo da investigação são insuficientes para se retirarem conclusões precisas. Além do mais, o estudo foi realizado em 2012, e hoje os smartphones estão muito mais evoluídos em termos de sensores, que poderia oferecer resultados ainda mais precisos e fiáveis do que os registado no estudo. Por este facto, a investigação continua em desenvolvimento.

Fonte: Technology Review

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