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Análise TMN A1 – O Android da TMN

Vindo ao encontro da aceitação que os modelos da HTC com Android têm obtido ao nível mundial, surge assim o TMN a1. A empresa líder na área de telecomunicações móveis nacional, reconhece o potencial e as oportunidades de negócio proporcionadas pelo sistema operativo open source.

Existem provavelmente duas questões na mente dos nossos leitores: será que existe um termo de comparação entre este a1 e por exemplo o Magic da HTC?

E será que compensa realmente a diferença de preço entre o a1 e o Magic?

Veja as suas dúvidas respondidas na nossa análise.

Caixa e acessórios

O a1, traz um conjunto de acessórios que já nos habituámos a ver em ofertas do género. Mas comecemos também pela caixa, que merece desde já uma nota positiva, é compacta, preta com uma abertura à base de ímanes que nos distancia dos velhos tempos em que comprávamos um telemóvel e este vinha envolto em verdadeiras “ampolas gigantes” feitas à base de plástico ou acrílico. De facto hoje em dia, a forma como o telemóvel vem embalado e entregue ao cliente, é também alvo de um cuidado dos fabricantes ou empresas de telecomunicações móveis.

Quanto ao conteúdo da caixa em si, poderá esperar desde o cabo micro usb habitual, até à inclusão de headphones 2.5 mm. A componente de software relativa ao PC Suite, guia de utilizador e Dial Up (para ligação do PC à internet), é assegurada em formato Mini CD. É ainda incluído um folheto de iniciação rápida ao NDrive e um carregador de viagem. O que achámos curioso, foi o carregador viagem não ser mais que um adaptador para o cabo micro USB incluído.

Veja em detalhe o vídeo seguinte, acerca daquilo que lhe espera assim que abrir a caixa do a1.

Hardware

O Hardware por detrás do a1 é quase igual ao encontrado no HTC Magic, com algumas excepções pontuais. Poderá esperar que este smartphone seja movido a um processador de 528 MHZ, câmara de 3.2 MP autofocus, Bluetooth 2.0 com A2DP, Wi-Fi 802.11 b/g, GPS, acelerómetro e mesmo a navegação por “trackball” está assegurada no a1.

Até no ponto de vista da construção, o a1 é em tudo semelhante ao Magic. Mesmo no pormenor de ter um revestimento a plástico brilhante, que é um autêntico íman de “dedadas”, algo que já tínhamos observado na nossa análise ao HTC Magic. O azul escuro, como a cor predominante, dá um aspecto discreto mas ao mesmo tempo sóbrio ao a1 comparando com os tons de preto do Magic.

As diferenças no plano do hardware resumem-se ao a1 possuir um ecrã de 3.5 polegadas, uma vantagem, se não a grande vantagem, sobre o HTC Magic que apenas tem um ecrã de 3.2 polegadas. Como reparou referimos “apenas”, mas se estiver com os dois, lado a lado irá chegar à conclusão que se nota muito mais a diferença de tamanho de ecrãs do que o utilizador poderia esperar. Para albergar um maior ecrã, implica maior consumo de bateria e para manter o consumo ao mesmo nível dos seus rivais, o a1 traz uma bateria de 1500 mAh, comparada com a de 1340 mAh que traz o modelo da HTC.

Outra das diferenças existentes entre o a1 e o Magic é a memória interna. Enquanto o Magic tem 288 MB de RAM, o a1 tem apenas 190 MB. Se esta decisão foi uma forma da TMN, juntamente com a Huawei (o fabricante do a1), cortar nos custos e com isso poder oferecer um ecrã maior, compreendemos e aplaudimos. Caso contrário, não percebemos a razão porque o a1, não veio com pelo menos 256 MB de RAM, já que é natural que o Android como plataforma nos seus dias de infância, possa albergar cada vez mais aplicações, e estas aplicações podem ser mais pesadas e exigentes ao nível deste aspecto. Mas, sem querermos fazer futurologia, o TMN a1 neste aspecto será indicado para a maioria dos utilizadores no plano actual e a médio prazo.

O a1 orgulha-se ainda em incluir uma saída para auscultadores de 2.5 mm além da tradicional micro USB. Será importante? Bem, pode ser. Imagine que enquanto está a carregar o seu telemóvel, queria ouvir música no seu HTC Magic? Não podia, porque o único conector passível de ser usado para os auriculares era o da Micro USB. No A1 não terá felizmente este problema.

Do ponto de vista do Hardware, apenas temos ainda a realçar a disposição das teclas de controlo do Android. Para já, em vez do a1 se poder ligar pelo botão de desligar/rejeitar chamadas, utiliza um botão em separado na zona lateral esquerda. Nada temos contra esta disposição, mas se olharmos com atenção para a disposição das teclas, chegaremos à conclusão que faltam duas teclas, a tecla home e a tecla pesquisar.

Curiosamente são duas teclas que a Google recomenda que estejam disponíveis em todos os telemóveis Android (pelo menos aqueles que levarem estampados a marca Google). A HTC, Motorola por exemplo, cumpriram as recomendações, a Samsung e a TMN como intermediária da Huawei assim não o fizeram. Isto confunde o utilizador e prejudica a uniformização da experiência pelos vários telemóveis Android. Isto não é uma crítica à TMN ou aos outros fabricantes, mas sim à segmentação que por vezes o Android permite, devido à sua flexibilidade.

Ecrã

Um dos pontos fortes deste smartphone é o Ecrã. Contraste elevado, 320 x 480 pixels (HVGA), 65K de profundidade de cores com uma tonalidade adequada e 3.5 polegadas de tamanho, são argumentos de fazer inveja ao rivais da mesma gama.

O ângulo de visão está também ao nível dos ecrãs utilizados da HTC. O Ecrã é também bastante capaz no que toca à precisão no toque. Isto é, quer esteja a clicar no ícone de uma aplicação, a digitar uma mensagem SMS ou de Chat ou a escolher uma opção dos vários menus do Android, conte com uma sensibilidade e resposta elevada, mais uma vez ao nível dos modelos do mesmos segmento de mercado.

Contudo, não deixámos de reparar na textura mais áspera que o ecrã táctil do a1 tem em relação ao Magic. Esta propriedade da textura do ecrã prejudica a navegação?

Não, é uma questão de hábito, para fazer o paralelo seria a mesma coisa que comparar algodão com seda. Ambos têm uma textura suave, mas a seda é mais suave. O acabamento mais rígido do ecrã do a1, nota-se em operações de “scroll” e “swipe” (ou se quiser arraste por toque). Para quem não está habituado, a eficiência no a1 nestas últimas operações é bem mais afectada com a acumulação de gordura no ecrã, do que o Magic. Por isso aos futuros possuidores deste smartphone, aconselhamos que andem sempre no bolso com um material de superfície lisa, para limpar o ecrã e manter a eficácia deste em níveis aceitáveis.

O Seguinte vídeo relata um pouco das nossas impressões do hardware e ecrã.

Altifalante e Som

Neste aspecto, tivemos experiências distintas. O a1 comporta-se bem em reprodução de vídeo e música, utilizando o altifalante interno do smartphone. O som é suficientemente nítido e a amplificação é adequada. É contudo nas chamadas que damos conta do “calcanhar de Aquiles” no a1, isto na nossa opinião. A nitidez do som em conversação não é a ideal já que tem um grau de susceptibilidade considerável ao ruído. A amplificação do sinal, curiosamente no decorrer de uma chamada não nos parece suficiente.

O som reproduzido pelos auscultadores incluídos na caixa do a1, não é também o ideal e mais uma vez surge o problema de pouca amplificação. Pior do que isso, é quando estávamos a reproduzir vários MP3 convertidos com boa qualidade ao colocar o volume do máximo, transparece uma degradação significativa na qualidade do som. No aspecto da qualidade de som das chamadas, não há a mínima dúvida, o Magic está no mínimo um passo à frente. Contudo, não podemos afirmar se será um problema que poderá ser resolvido com futuras actualizações do a1 ou é indicio de um problema de hardware.

Câmara

Quanto à câmara não temos muito a dizer, a imagem seguinte vale mais que mil palavras. O a1 produz imagens com um nível de saturação adequado e note-se que esta fotografia foi tirada num ambiente fechado com condições não ideais ao nível de iluminação.

E se tomarmos em consideração que o telemóvel não tem flash para melhorar a iluminação das fotografias, consideramos o resultado bastante aceitável. Neste caso o elo mais fraco foi mesmo o fotógrafo, que tem mãos de gelatina. A fotografia na sua resolução original, pode ser encontrada aqui.

Quanto à própria câmara, realçamos a resposta rápida da função de autofocus, na maioria das imagens que recolhemos. Quanto ao vídeo não se pode esperar muito deste smartphone ou mesmo outros do mesmo segmento com a câmara de 3.2 MP.

De qualquer forma apresentamos de seguida, um exemplo.

O único ponto menos positivo que temos a apontar é a tecla lateral que invoca a câmara. Por vezes, tem que se pressionar com alguma força para o software da câmara ser lançado, outras vezes nem com mais ou menos força conseguíamos que a tecla respondesse. Reconhecemos, que isto possa ser um pequeno problema de sensibilidade na parte do software do Android que possa ser corrigido em futuras actualizações.

Software

Como já referimos anteriormente, o a1 traz como coração do seu sistema operativo o Android, mais concretamente a versão 1.5. A Huawei como seu fabricante, não incluiu nenhuma personalização à interface gráfica do Android tal como a HTC fez no seu Sense UI, do qual somos bastante simpatizantes. Contudo, há uma evolução no teclado virtual utilizado, o acesso rápido a smileys com o botão pressionado na tecla “12.,”, foi uma optimização preciosa que gostámos particularmente e bastante útil para mensagens de texto. Tem ainda simplificações como o teclado virtual da HTC, por exemplo a tecla “www.*.com” simplifica a tarefa chata que é estar sempre a escrever as partes invariantes de um endereço web.

Caso se mantenha qualquer uma das teclas do teclado alfanumérico pressionada, o utilizador pode ter ainda acesso aos números correspondentes, sem ter que carregar na tecla “12.,”. Quanto ao browser além da sua rapidez comprovada no vídeo anterior gostámos do seu sistema de separadores, misturando um pouco o conceito de Speed Dial, introduzido pelos browsers da Opera.

Relativamente às restantes aplicações, imagine o que aconteceria se pudesse substituir uma boa parte dos serviços Google por equivalentes do Sapo. O produto da sua imaginação é o a1, apesar dos serviços da Google estarem lá, o Sapo quando possível não deixou de apostar na prata da casa.

Destacamos a Banca Sapo, que já tínhamos apresentado aqui e da sua importância para qualquer pessoa se poder manter a par das últimas capas e notícias nacionais e internacionais. Além deste serviço a Google inclui ainda o Sapo Mobile, que não é mais do que um atalho para carregar a versão mobile do site do Sapo e inclui widgets de pesquisa no portal, um pouco à semelhança do widget padrão da Google. A banca do Sapo também inclui um widget que vai sendo actualizado com as capas do dia.

No seguimento da informação providenciada pela banca, o Sapo disponibiliza uma verdadeira aplicação obrigatória para os amantes de Futebol o Sapo Desporto. Esta aplicação permite-lhe obter informação do portal de desporto do Sapo, sobre as principais ligas europeias tendo sido recentemente actualizada com uma vertente de informação sobre o mundial 2010.

Finalmente realçamos uma aplicação bastante esquecida, mas não menos interessante, o TMN Pond. Embora já existam algumas soluções do mercado no género, o Pond faz de uma forma bastante simples aquilo que se propõe, isto é, agregar as feeds das principais redes sociais, tais como twitter, facebook e youtube, apenas numa única aplicação. É uma boa alternativa ao popular widget “Friendstream” dos modelos mais recentes de Android da HTC. É simples e intuitivo, talvez faltem por enquanto algumas funções mais avançadas de cada uma das redes sociais, mas é um projecto em crescimento que acompanharemos com atenção.

Existe ainda um serviço do Sapo que não pudemos testar e é outras das bandeiras deste a1, o MEO Mobile. Se quer ter acesso a canais do pacote MEO da PT no seu telemóvel e ver por exemplo as notícias da RTP, esta é uma aplicação para si. Infelizmente como não possuíamos um plano de dados 3G, não podemos testar esta aplicação, já que não funciona em redes Wifi com acesso à internet.

Veja no seguinte vídeo as nossas impressões no campo do software.

Conectividade e Bateria

Reparou que não referimos uma das bandeiras deste a1? Falamos da licença vitalícia do software de navegação GPS NDrive com a inclusão do mapa de Portugal. Bem, isto porque mais do que dizer que ele existe, decidimos fazer um pequeno “test drive” ao a1 para ver como se portava com o NDrive. O pequeno teste que fizemos foi bastante satisfatório e indicador de uma boa experiência de navegação. Não perdemos em nenhuma altura do percurso o sinal GPS, mantendo-se o comportamento do NDrive no a1, bastante estável e generoso em actualizar regularmente a posição.

O Software é tão preciso e prestável que nos chegou a dar indicações com bastante antecedência (4000 metros) para virar para o nosso destino. Também a combinação a1 / Ndrive, mostrou-se bastante paternal ao nos avisar inúmeras vezes quando estávamos a ir na direcção errada, oferecendo-se sempre para propor alternativas ou ajustá-las conforme o percurso que estávamos a fazer. Mais uma vez notámos algumas inconsistências no som do a1, algum ruído e desta vez não havia problemas de amplificação de som.

Ao nível da bateria, apesar de estarmos a falar de uma capacidade acima dos dispositivos concorrentes, esta tem um ecrã bastante maior para alimentar. Com os testes que fizemos, com utilização de Wifi sempre ligado, para de vez em quando ver vídeos no YouTube, navegar na internet, chat e sms e ocasionalmente algumas chamadas, conseguimos que durasse um dia sem grandes problemas, às vezes um dia e meio dependendo do uso mais ou menos intensivo de GPS. Com uma utilização moderada de qualquer um dos recursos e com uma redução de algum brilho desnecessário nas definições do ecrã, foi possível conseguir dois dias de autonomia. Mais uma vez neste aspecto, a autonomia do a1 em nada fica a dever à dos modelos equivalentes da HTC.

Falta nesta parte referirmos o comportamento da ligação à internet e principalmente do seu browser. Achámos-lo bastante rápido, aliás mais rápido do que julgávamos inicialmente. Por isso, para tirar as teimas de que velocidade estamos a falar e de modo a fazer um teste de acesso a uma rede sem fios, aproveitámos para fazer um frente a frente do a1 e o Magic (com uma Rom do Sense UI) a carregar o site PPLWARE.COM, vejam o resultado no seguinte vídeo.

Observações finais

Um dos objectivos da TMN que reservou para o seu A1, foi satisfazer um segmento do mercado português, que há algum tempo pedia um smartphone Android mais acessível à maioria da população portuguesa. E de facto conseguiu-o. Este a1 está à venda por um preço base de 199.90 euros. São 100 euros a menos que o HTC Magic.

Concluímos que o a1 traz algumas valias em relação aos modelos do mesmo segmento da HTC. São elas um ecrã maior e com um contraste muito bom, um sistema operativo Android que responde rápido em todas as operações que fizemos e uma qualidade de construção que até a nós nos surpreendeu. Onde a nossa opinião foi mais ou menos neutra, foi na textura do ecrã um pouco mais áspera, mas é uma questão de hábito, alguns botões como o da câmara nem sempre respondiam mas reconhecemos que possa ser um problema de software.

Onde nos mantemos um pouco mais cépticos é no som, que fica atrás do que nos é oferecido pelos dispositivos da HTC, dos testes que fizemos as limitações do auscultador do a1, transpareceram em mais ou menos grau. Desde situações de boa amplificação a reproduzir vídeos, distorção nas indicações de voz no Ndrive, até à deficiente amplificação do som em algumas chamadas. Torna-se difícil de aferir se existe um problema na própria qualidade do auscultador ou de software. De qualquer das formas, será um factor que a TMN mais o seu parceiro Huawei, terão que prestar atenção, já que se trata de um aparelho onde uma das suas principais funcionalidades é efectuar/receber chamadas.

Chegando à altura de optar entre o a1 ou no Magic… qual será a nossa escolha?

Da nossa perspectiva, se utilizar um smartphone com Android, para organizar as suas actividades no calendário, ver email, navegar na internet, mandar SMS e ocasionalmente telefonar ou receber chamadas, com o bónus de ter uma solução acessível de navegação GPS, pensamos que o a1 será capaz de desempenhar esta tarefa, com o grande incentivo de em breve a Huawei lançar a actualização para o Android 2.1 e além de ter como bónus um ecrã maior ficará com um sistema mais completo.

Se a condição financeira não for problema para si e um smartphone for antes de mais uma ferramenta para realizar tarefas à base de voz, seja efectuar ou receber chamadas via GSM ou VOIP, que seja uma ferramenta para utilizar todas as funcionalidades do Android (menos o MEO mobile e o Ndrive) e não se preocupar com um ecrã maior, os modelos da mesma gama da HTC merecerão uma ponderação da sua parte.

Deixamos os cordiais agradecimentos à TMN por nos ter emprestado uma unidade do a1 para análise.

Observação: Apesar de a informação avançada pelo site da TMN sugerir que o a1 tem 190 MB de Ram, como o utilizador Gonçalo Silva aferiu através de uma aplicação do Android, este trás mais memória Ram. Fica o reparo, embora não afecte a essência do artigo e as suas observações finais.

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