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Análise: Nokia N900

Depois da análise ao Nokia N97 mini, temos agora a oportunidade de testar o outro topo de gama da Nokia: o N900. Uma tablet – pois a Nokia não se refere a este equipamento como um smartphone – com o novo sistema operativo Maemo 5. Maemo que se juntou à Intel e chama-se agora MeeGo, a nova plataforma que promete ser um concorrente sério ao Android.

Este equipamento permite uma interacção exacta e muito elegante graças à potência do seu processador, à usabilidade do seu painel de controlo, às opções multi-tarefas, ecrã táctil, captura de fotos e vídeo, entre outros elementos que a seguir dissecamos.

Vamos começar por dar um aspecto geral do equipamento. Embora esta tablet  tenha um formato grande e eventualmente disforme em relação a outros Nokia, segue a tendência de mercado. Os smartphones são equipamentos grandes, com ecrãs generosos.

Especificações técnicas

Todas as especificações técnicas

Caixa

Conteúdo da caixa:

Não muda muito do interior desta caixa para o interior da caixa do N97. Os únicos destaques vão para o adaptador para os carregadores antigos da Nokia, que permite utilizar qualquer um dos antigos carregadores num telemóvel em que só tenha entrada micro usb, o que, quanto a nós já devia vir com todos os dispositivos da Nokia há bastante mais tempo. Acompanha também um cabo TV-Out que permite ligar o N900 à televisão de uma forma bastante simples, aproveitando todas as capacidades multimédia deste dispositivo.

Primeiras impressões

Esta não é a primeira tablet que a Nokia lança para o mercado. Mas podemos afirmar sem qualquer dúvida, que esta é a melhor de todas elas. Desde 2005 (lançamento da primeira tablet), muitas alterações surgiram, até que finalmente, se misturam tablets com smartphones e smartphones com tablets. Por esse motivo, não sei se o apelidamos de smartphone grande e pesado ou tablet pequena e elegante. Ficamos pelo smartphone.

É realmente grande e pesad0. Apesar de caber no bolso, toda a gente vê perfeitamente que está lá. Tem um design bastante curioso, uma vez que é todo preto e apesar da sua grandiosidade tem um teclado pequeno – pois o telemóvel não chega a abrir todo fica-se pela metade – o que faz com que o espaço de teclas seja exíguo.

A título de curiosidade: tem o dobro da espessura de um iPhone.

Índice:
  1. Especificações e primeiras impressões
  2. Hardware, teclado e botões e saídas
  3. Maemo, Internet e Ovi Maps
  4. Multimédia, câmara e conclusões

Quanto ao Hardware, muito pode ser dito sobre o N900. Para começar é feito de plástico e tem o mesmo “cromado” à volta tal como o N97, ou o iPhone. Quanto ao plástico, nota-se que não é de fraca qualidade e, no geral, está  um dispositivo muito bem conseguido. Já o ecrã é resistivo (não tem multi-toque) comporta-se muito bem pois tem, quanto a nós, uma precisão acima da média. Apontamos ao N900 na parte do hardware dois problemas: o do KickStand (suporte) e em parte o teclado.

Teclado

Começando então pelo teclado, que podia estar melhor. São 3 linhas com 38 teclas ao todo. Até aqui tudo bem, visto que o teclado do N97 também tem três linhas e escreve-se muito bem. Mas no N900 o espaço é apertado, as teclas estão muito juntas pois, quando desliza na horizontal, apenas metade do espaço é utilizado para o teclado, enquanto no N97 ,por exemplo, tem esse espaço aproveitado ao máximo.

Uma situação caricata: no decorrer da apreciação do o dispositivo deparamos-nos com a falta das teclas direccionais para cima e para baixo. Pois, ao que parece, da versão standard para a versão Portuguesa, ou melhor, Ibérica, não tem essas teclas em benefício de outras duas (o Ñ e o Ç). Se o Ç ainda lhe conseguimos ver utilidade, o Ñ não nos servirá para nada. Além do mais nas aplicações que são necessárias as tais setas, torna-se complicado activar as mesmas pois obriga a um toque no FN e um toque na seta da esquerda, se queremos ir para cima, ou na da direita, se queremos ir para baixo.

Layouts à parte temos de ser totalmente sinceros, poucas foram as vezes que precisamos das teclas direccionais.

KickStand

Este problema é um pouco diferente, ora vejamos. Na traseira do N900 temos um suporte para por o dispositivo quase como se fosse uma moldura. Se para ver vídeos é fenomenal e é uma ideia bastante funcional, já quando tocamos no ecrã, ou tentamos escrever, o mais certo é o smartphone cair, pois o tal suporte está colocado de lado, em vez do ideal, que seria no meio.

Botões e Saídas

Na parte frontal não encontramos nenhum botão físico, mas basta um olhar mais atento e já observamos 4 botões mais uma patilha para desbloquear o ecrã. Os botões são dois de volume, um para a câmara e, obviamente, o de ligar/desligar. Nada de mais, e é o suficiente para um dispositivo do género.

Quanto às saídas, são duas e estão posicionadas nas duas laterais do aparelho. (eu chamo laterais às extremidades e extremidades às laterais, pois este dispositivo é para ser utilizado na horizontal, mas já lá vamos). São elas uma saída micro-usb e uma TRS 3.5mm (para os fones). Quanto à micro-usb, é usada para carregar o telemóvel (via usb ou corrente eléctrica), ou para transferir dados. Já a saída TRS é utilizada para os fones e para o cabo TV-Out.

Índice:
  1. Especificações e primeiras impressões
  2. Hardware, teclado e botões e saídas
  3. Maemo, Internet e Ovi Maps
  4. Multimédia, câmara e conclusões

Maemo

Quisemos reservar umas quantas linhas apenas para falar no sistema operativo, pois acho que é um sistema pouco explorado pela Nokia mas que está bastante bem conseguido. Apesar de em princípio já ter “morrido” devido ao MeeGo, penso que conhecendo o Moblin e o Maemo, acho que o MeeGo só teria a ganhar se, pelo menos na versão para dispositivos móveis adoptasse mais a interface do Maemo.

Um pequeno aparte é o facto da mistura Maemo/MeeGo me fazer lembrar, em parte o Windows Mobile/Windows Phone. Os dispositivos com Windows Mobile vão ficando ultrapassados, pois a novidade é Windows Phone 7. O mesmo vai acontecer ao N900 que pode nem vir a receber a primeira versão do MeeGo.

O Maemo que já vai na versão 5, é um sistema operativo usado nas tablets da Nokia desde 2005 e é baseado em Debian. Imaginem uma mistura entre o poder do Linux e a experiência em dispositivos móveis da Nokia e aí têm o Maemo.

As novidades da versão 5 passam pelos 4 homescreens totalmente personalizáveis, com ícones ou atalhos, e também a integração com as redes sociais, muito em voga actualmente.

Vamos então começar a explorar o N900, onde vou ter inevitavelmente de comparar com o Symbian, pois as parecenças são notórias. Ainda assim, irei tentar explorar o Maemo ao máximo, explicando as características que me parecem mais pertinentes.

Podem ver neste nosso artigo mais sobre o Meego.

Homescreen

Começamos pelo início. São 4 homescreens, que podemos explorar e personalizar a nosso gosto. Podemos adicionar widgets, contactos e os nosso favoritos da Internet. Para além disso, não estamos sujeitos à grelha do symbian, pelo que as possibilidades são ainda maiores. Também no homescreen, o wallpaper e o tema do Maemo podem ser alterados. Quanto aos wallpapers, existem dois tipos: os normais , que poderão ser diferentes em cada homescreen e os packs, que são 4 wallpapers que enchem todos os homescreens.

Landscape

Já sabemos que o N900 é uma tablet, e já sabemos que o N900 tem acelerómetro. Assim sendo, aborrece ver que não conseguimos utilizar o N900 na vertical, pois só na horizontal (landscape mode) este funciona. A única altura onde se pode realmente utilizar o N900 na vertical é mesmo para telefonar, que, sejamos sinceros, é onde faz falta.

À parte disso, a navegação nos menus é fantástica e a interface é bastante finger-friendly. O leque de programas é um tanto ou quanto limitado e por isso nota-se um pouco a falta de developers para a plataforma.

Ao carregarmos no canto superior esquerdo, vamos parar ao menu. Esse ícone dá-nos também acesso ao painel das aplicações abertas, um pouco como no WebOS. Quanto ao menu, é idêntico ao symbian, muito simples com os ícones e os nomes por baixo. Quer-se algo simples para uma fácil utilização.

Por falar em simplicidade, podemos referir já as notificações. As notificações aparecem na parte superior quase como um balão que se sobrepõe a tudo. Podemos ver um excerto da mensagem e quem a enviou, por exemplo. O único senão é se tivermos uma chamada não atendida e se não prestarmos atenção à cor do Led indicador (que deverá ser azul e não branco), então nunca saberemos se existem ou não chamadas não atendidas ou mensagens por ler.

Browser

Temos de agradecer à Nokia pelo trabalho espectacular que fez com o Browser, está soberbo.

Para além da navegação ser esplêndida, é um browser que respeita os standards, visto que obteve nada mais nada menos que 94/100 nos testes Acid3, já para não falar do suporte ao flash. Mesmo não tendo absolutamente nada a apontar quanto ao browser, existe uma alternativa de alta qualidade que todos devem conhecer: Firefox. Esta versão, a meu ver, também está bastante boa como é apanágio da fundação Mozilla e traz algo realmente bom, que são os extras. Já existem alguns que vêm, evidentemente, ajudar a melhorar a experiência. Resumindo e concluindo, a Internet neste dispositivo é quase perfeita, de fazer inveja a qualquer outro dispositivo.

Ovi Store

É bom a Ovi Store estar disponível para as suas tablets e isso é mais que certo. Agora não deixamos de mostrar o nosso desagrado em relação à falta de qualidade e de aplicações na Ovi Store. Na nossa opinião não funciona bem, mas o que é bom nisto tudo é que as aplicações podem ser descarregadas de outros catálogos de aplicações espalhados por essa Internet fora, onde destacamos o portal oficial do Maemo, com aplicações bastante pertinentes.

Ovi Maps

O Ovi Maps está muito bem conseguido, de tal forma que até ganha a alguns GPS. Apenas peca pela falta das instruções “Vire à direita”, mas também já existe uma aplicação que trata disso.

O grande e único problema neste nosso teste foi pôr o GPS a funcionar. Foi um tormento encontrar satélites e isso intrigou-nos. Da porta para a rua, da rua para o descampado tudo foi testado e mesmo assim não foi fácil. Problema indagado e… onde estará o problema, no N900 ou nos satélites?

Infelizmente o problema não nos parece ser nem do N900 nem dos satélites, pois eles estão lá, a Nokia é que parece não querer usá-los. Ainda assim, ao fim de 20 minutos lá conseguimos sinal. 20 minutos que não deveriam ser mais que 30 segundos. Fora isso tudo bem, o Ovi Maps é bastante intuitivo e bastante simples de usar, tornando às vezes até simples demais.

Carências

Existem, é claro, diversas carências nesta plataforma, como a falta de MMSs, a não utilização da câmara frontal e a falta do portrait mode. É claro que estas três falhas podem ser resolvidas com aplicações, mas ainda assim penso que se sente a falta de programadores oficiais mais presentes e atentos às necessidades da plataforma.

Uma curiosidade passa pela câmara frontal, onde deu luta descobrir a sua existência, mais tempo gasto a tentar descobrir como se utilizava e finalmente, depois de uma pesquisa no fórum oficial, lá conseguimos deslindar o mistério: só se consegue activar via comandos Linux, comandos esse que estão mais simplificados nesta versão, o que é uma mais-valia para todos os power users.

Índice:
  1. Especificações e primeiras impressões
  2. Hardware, teclado e botões e saídas
  3. Maemo, Internet e Ovi Maps
  4. Multimédia, câmara e conclusões

Multimédia

A Nokia é exímia no que toca a multimédia, e este dispositivo não podia ser excepção. Temos uma área reservada “leitor média” dividida por música, vídeo, rádio por Internet e misturas músicas. Os menus são todos simples e a qualidade é excelente. Destacamos apenas o receptor FM que funciona francamente mal. Penso que uma simples aplicação corrige o problema, mas é claro que não é solução ideal. Já o emissor funciona bastante bem.

Câmara

As fotografias têm uma qualidade espectacular e o flash é sensacional, igual ao do N97 (existe até uma aplicação a fazer de lanterna). Não há muito a dizer se não frisar os menus bastante simples mas com as opções necessárias. A única coisa que temos ainda a referir é que as fotos tiradas com luz artificial e sem flash saem (pelo menos no nosso simples teste) com muito ruído.

Conclusão

Pros:

Contras:

Se criticamos o N97 mini por ser um smartphone de mainstream que poderia não agradar ao power user, aqui temos a situação inversa, o que (no nosso ponto de vista) é excelente por parte da Nokia dar-nos escolhas de tão alta qualidade.

O Maemo, tal como esperávamos está muito bom. Tem algumas coisas que o Symbian não tem e vice-versa, mas, no geral, gostamos mais da experiência que tive com o Maemo, que certamente é um sistema muito pouco aproveitado pela Nokia e que ainda não está totalmente polido, infelizmente. É para nós dos melhores smartphones/tablet que testamos, mas a falta de alguns pormenores pode deixar o potencial comprador de pé atrás.

No entanto queremos deixar bem expresso o receio da “evolução” para o MeeGo, poderá significar uma estagnação do Maemo, o que é pena, pois o Maemo é uma plataforma muito bem conseguida e que tira todo o proveito do hardware.

O N900 por si só é também um bom dispositivo, um pouco grande para aqueles que procuram portabilidade acima de tudo, mas garantimos que cabe no bolso. Se eram fãs do Symbian mas acham que está na altura de mudar, este N900 é uma excelente razão, mesmo com as algumas limitações, tem um poder fantástico e uma jovialidade que fazia falta no Symbian.

Por fim queremos agradecer à Nokia, por ceder este dispositivo.


Homepage: Nokia N900

Índice:
  1. Especificações e primeiras impressões
  2. Hardware, teclado e botões e saídas
  3. Maemo, Internet e Ovi Maps
  4. Multimédia, câmara e conclusões
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