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Análise: Nexus 6, perfeitamente grande

O Nexus 6, lançado sob a marca da Motorola, foi um dos smartphones mais aguardados do final de 2014. As expectativas eram enormes e hoje a curiosidade por este equipamento continua a ser elevada por parte dos nossos leitores.

Como tal, desafiámos um dos nossos leitores, Gil Mendes, utilizador de um Nexus 6, a desenvolver uma análise completa a este smartphone mas numa visão diferente do habitual aqui no Pplware.

Em primeiro lugar há necessidade de contextualizar a opção de compra do Nexus 6, tendo em conta que era um utilizador Apple há vários anos. Assim, no início estive bastante indeciso entre permanecer no mundo do iOS ou partir para o Android, tal como já havia feito com o meu tablet Nexus 7 2013.

Qual foi a dificuldade na escolha?

A dificuldade teve a ver com o abandonar do tão estável ecossistema da Apple, mas como eu já avistava uma possível mudança, precavi-me e mantive sempre os meus dados sincronizados entre a Apple e a Google.

O Nexus 6, lançado a meados de Outubro, ao lado do Nexus 9 e do novo Android Lollipop, chegou a Portugal em exclusivo pela Vodafone, ainda que desbloqueado a qualquer operadora e sem qualquer bloatware instalado pela operadora.

Se até agora os dispositivos Nexus eram vistos como os dispositivos Android de melhor relação qualidade-preço, mas este Nexus 6 vem alterar ligeiramente essa ideia e está um pouco mais caro, ainda assim, a um preço que paga as suas novas características e que coloca o Nexus 6 na posição de um dos melhores smartphones do mercado.

Especificações completas

  • Ecrã
    • AMOLED de 5.96″, resolução 1440 x 2560 píxeis (~493 ppp)
    • Protecção: Corning Gorilla Glass 3
  • Processador
    • Qualcomm Snapdragon 805, Quad-core 2.7 GHz Krait 450
    • GPU: Adreno 420
  • Rede
    • GSM / CDMA / HSPA / LTE
  • Sistema Operativo
    • Android 5.0 (Lollipop)
  • Memória
    • Memória RAM: 3 GB
    • Memória interna: 32/64 GB
    • Memória externa: Não
  • Câmara
    • Principal (traseira): 13 MP com foco automático, estabilizador óptico de imagem e dual-flash LED
    • Secundária (frontal): 2 MP
  • Funcionalidades da câmara
    • Captura dupla, geo-referência, foco manual, detecção de rosto/sorriso, panorama, HDR
  • Vídeo
    • Gravação: 4K (2160p@30fps), estabilização óptica
  • Sensores
    • Acelerómetro, bússola, sensor de proximidade, giroscópio, barómetro
  • Dimensões e peso
    • 159,3 x 83 x 10,1 mm, 184 g
  • Conectividade
    • Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, dual-band, Wi-Fi Direct, DLNA, hotspot
    • GPS: Yes, with A-GPS, GLONASS
    • v4.1, A2DP, LE
    • USB: microUSB v2.0 (SlimPort), USB Host
    • NFC
  • Bateria
    • 3220 mAh Li-Ion
  • Cores
    • Azul escuro, branco
  • Preço (Vodafone)
    • 589,90€

 

Tamanho

Todos os anos temos assistido a um aumento de tamanho dos diferentes dispositivos móveis e todos os anos dizemos que acima deste tamanho já é um exagero para um smartphone, mas ainda assim acabamos por gostar dos novos modelos. Mas desta vez é definitivo, a cima deste tamanho já não estamos a lidar com um smartphone, mas sim com um tablet.

Como sempre, a Google escolheu uma marca para fazer parceria na produção do seu novo device com o sistema operativo Android no seu estado mais puro. Desta vez, a empresa escolhida foi a Motorola, que tem produzido equipamentos com design e especificações cada vez mais atractivos. Por isso, pegaram no Motorola Moto X (2ª geração) e criaram o Nexus 6 o mesmo design, mas maior.

Para quem sempre utilizou iPhone, pegar num smartphone de 5.96 polegadas é uma diferença abismal (obviamente se não falarmos nos seus mais recentes modelos).

Ele consegue ocupar a mão toda com os seus 83 milímetros de largura e 159 milímetros de comprimento, com uma espessura de 10,1 milímetros no seu ponto máximo. E não sendo só um smartphone grande, é também um smartphone de peso, com 184 gramas.

Pode parecer impossível pegá-lo na mão com estas dimensões, mas o seu design curvo e o material de que é feita a parte traseira, fazem com que seja muito agradável segurar. Sou sincero, nos primeiros dias é estranho termos uma coisa destas no bolso das calças, já que estava habituado às dimensões do meu antigo iPhone 5, mas passado alguns dias é como nada tivesse mudado.

Ainda assim, para as minhas necessidades, estas são as dimensões perfeitas.

 

Design

O design é muito parecido com o Moto X (2ª geração). Este equipamento está disponível em duas cores, midnight blue ou branco.

O smartphone é contornado por uma ligeira curva em alumínio, melhorando a sensação de toque, que ainda é favorecida graças ao plástico muito suave na parte de trás. Na traseira vem ainda gravado o logótipo da Nexus em cinza juntamente com o símbolo da Motorola.

O ecrã é protegido com a já conhecida tecnologia Corning Gorilla Glass 3 e é ligeiramente arredondado nas bordas.

A cima e a baixo do ecrã existe um par de colunas stereo que também são bastante grandes e têm um som que eu nunca vi num smartphone, o que torna o Nexus 6 um excelente equipamento para media (vídeos, música, podcasts e rádio).

 

Ecrã

Basicamente, o Nexus 6 é todo sobre o ecrã. O ecrã é grande mas muito bem aproveitado, já que quase não existem bordas laterais. Esta gigante beleza está equipada com um ecrã AMOLED, protegido com Gorila Glass que proporciona verdadeiros pretos e o mais alto contraste.

Ao usar este tipo de tecnologia AMOLED, é possível aumentar o tempo de bateria, mas eu notei alguns problemas: quando a luminosidade é baixa as cores tendem um pouco para o rosa e quando vemos o ecrã a partir de um ângulo extremo notamos uma espécie de arco-íris, nada que prejudique a sua qualidade.

Voltando aos pontos fortes do ecrã, a resolução é Quad HD, o que significa que obtemos uma resolução de 1440 x 2560 píxeis, acompanhado por uma ridícula densidade de 493 pontos por polegada, o que faz deste ecrã um dos melhores do mercado.

 

Desempenho

Por norma, os produtos Nexus recorrem a tecnologia de ponta e o Nexus 6 não é diferente.

Dentro deste “monstro” encontra-se um Snapdragon 805, a correr a 2.7 GHz com 3 GB de RAM e um GPU Adreno 430 que basicamente é o mesmo que se pode encontrar no Samsung Galaxy Note 4. Com este hardware os gammers vão delirar.

 

Câmara

Ao contrário do que acontece a outros equipamentos da gama Nexus, a Google ouviu a comunidade e a câmara deste modelo é bastaste boa, mas ainda não tão boa quanto a de um iPhone ou de um Samsung S5, mas a meu ver talvez seja a inexistência de software adequado. A câmara é bastante rápida tendo apenas um pouco de delay ao tirar fotos com pouca luminosidade.

O Nexus 6 conta com uma câmara traseira com resolução de 13 megapíxeis, f/2 para uma boa exposição da foto, gravação de vídeo a 4K, estabilização óptica de imagem (OIS) e um flash em forma de anel com dois LED.

 

Bateria

Eis uma das maiores preocupações dos dias de hoje e um dos problemas que teima em não ser resolvido, as autonomias limitadas dos nossos aparelhos, por vezes, levam-nos à loucura, mas o Nexus 6 tem alguns detalhes interessantes no que toca a esta área.

Este equipamento conta com uma bateria de 3 220 mAh capaz de durar uma média de 2 dias numa utilização diária normal.

Mesmo com as melhorias no Android Lollipop a bateria deste Nexus drena mais rápido do que um iPhone 6 Plus (para ter uma comparação à altura).

Uma vez que estamos a falar de um Nexus e os termos de garantia comuns não se aplicam aqui, uma boa forma de aumentar a autonomia do equipamento é instalar a versão do kernel do português Francisco Franco (o Cristiano Ronaldo do mundo Android) criador do tão famoso “Franco Kernel”.

Um outro ponto forte é que o Nexus 6, além de ter carregamento por wireless, traz a tecnologia da Motorola que permite, em 15 minutos de carregamento, obter quase 6 horas de autonomia, o Turbo Charger.

 

Outros aspectos

Como se esperava de um smartphone com este preço, o Nexus 6 contém tecnologia de conectividade do melhor que se faz.

O Nexus 6 é um dispositivo 4G de categoria 6, suportando assim ligações até 300 Mbits/s de download e 50 Mbits/s de upload. Vem com Wi-Fi 2×2 MIMO 802.11ac que permite ligações de grande velocidade graças às suas duas antenas de recepção e de emissão de sinal. O NFC está incluído, bem como o Bluetooth 4.1 e o SLimPort HDMI output através da porta USB do smartphone.

Em termos de armazenamento interno, temos as opções de 32 GB e de 64 GB. Por agora só a versão de 32 GB está disponível em Portugal a um preço de 589€.

Para finalizar, a qualidade das chamadas é bastante boa, mas por vezes apresenta pequenas falhas, que devem ser corrigidas com um futuro update. De resto, a tecnologia de anulação de ruído funciona bastante bem, permitindo que as pessoas do outro lado da linha nos consigam ouvir mesmo em locais mais barulhentos.

 

Considerações finais

Como comecei por dizer, esta foi uma das minhas melhores compras, por agora não me arrependo em nada da minha escolha e na troca de iOS por Android. Este é sem duvida um dos melhores smartphones do ano, ao lado do OnePlus One.

O Nexus 6 surpreendeu-me bastante e pode ser que seja o incentivo que precisava, e assim que tenha mais tempo livre, para actualizar a minha aplicação meteorológica, lançar o meu gestor de ficheiros com suporte para funcionalidades root, entre outros projectos que tenho relacionados com o Android.

O Pplware agradece ao Gil Mendes a disponibilidade paro o desenvolvimento da análise ao Nexus 6.

Nexus 6

 

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