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Análise ao Acer Aspire One

O surgimento de novos dispositivos móveis leves e fáceis de usar com uma ligação rápida à Internet, está a revolucionar a forma como cada um de nós comunica. Alguns destes dispositivos são os ultra portáteis que surgiram recentemente, tendo como pioneiro nestes dispositivos o Asus Eee PC 701. Pois bem, a Acer quis responder à Asus e assim nasceu o Aspire One, o qual irei analisar aqui.

Na embalagem, além do portátil, vem incluído um transformador, uma bateria de 3 células (2400 mAh), um CD de recuperação, um manual de aplicação, um guia rápido, certificado de garantia do portátil e a garantia Passport International Travelers.

Este modelo destaca-se devido às suas linhas elegantes e existe no mercado nacional em duas cores: azul e branco, talvez a pensar nos mais simpatizantes do aspecto dos portáteis da Apple.

Este modelo tem como dimensões 249 mm de largura, 170 mm de profundidade e 29 mm de altura, mas mais surpreendente do que as suas reduzidas dimensões é o seu peso, principalmente quando se sente pela primeira vez, pesando cerca de 900 gramas, o que o torna ideal para pessoas com necessidade de uma elevada mobilidade. Quando se abre a tampa do AAO, vê-se um ecrã de tela brilhante de 8,9 polegadas com uma resolução que vai até aos 1024 x 600 pixéis (WSVGA) e um contraste que faz inveja a muitos portáteis.

Por cima do ecrã encontramos uma webcam com 0.3 megapixel que utiliza a tecnologia Crystal Eye da Acer. Vem equipado com um teclado bastante robusto e não tão frágil como o seu rival da Asus. É pouco usual a disposição do touchpad, porque os seus botões apresentam-se numa disposição lateral e não em baixo como é standard. A razão a meu ver prende-se pelo facto de a Acer ter querido ganhar mais espaço no touchpad, provocando algum tempo de habituação. A zona de decoração exterior do ecrã em preto brilhante tem o pequeno inconveniente de ser um íman de “dedadas”, sendo muito sensível a qualquer tipo de contacto ou impurezas.

Quanto aos restantes extras, este portátil vem com 3 portas USB 2.0, uma slot de expansão de armazenamento através da inserção de um cartão SD, o que permite expandir os 8 GB de armazenamento SSD para o tamanho extra desse cartão. Traz ainda um leitor de cartões 5 em 1 (SD, MMC, MS, MSP, xD-PC), uma saída de vídeo para ligação a um monitor externo, saídas line-out para o uso de auscultadores, uma entrada RJ45 para rede com fios e vem ainda equipado com dois altifalantes situados na parte inferior do portátil.

Quanto às suas características técnicas, vem equipado com o processador Intel Atom a 1.6 GHZ, traz 512 MB de RAM DDR2 e uma placa gráfica Intel GMA950 que me parece suficiente para tarefas diárias, sendo assim capaz de correr alguns jogos não muito exigentes. Um dos calcanhares de “Aquiles” reside na autonomia da bateria de 3 células que vem incluída juntamente com o portátil.

A Acer afirma que a bateria pode durar até 3 horas, mas o uso do portátil para tarefas básicas como o acesso à Internet, processamento de texto e visualização de filmes no YouTube, levou a que a bateria me durasse cerca de 2h45m. A causa disto poderá ser também devido à placa wireless incluída, uma Atheros AR5BXB63, que é um modelo recente e ainda não tem suporte, até à data deste artigo, de gestão de energia por parte dos drivers disponibilizados pelo projecto open source MadWifi.

Quanto ao sistema operativo que vem de origem, é uma distribuição “lightweight” de Linux designada por Linpus Linux Lite. A sua interface é bastante intuitiva e minimalista, sendo ideal para o utilizador não muito familiarizado com computadores. Com este sistema padrão, o portátil demora cerca de 20 segundos a arrancar.

Assim que é lançado o Linpus Linux Lite, verificamos que este vem organizado em 4 áreas principais: Ligar, Trabalho, Diversão e Ficheiros. Em Ligar o utilizador poderá, entre outras funcionalidades, navegar na Internet (usando o Firefox), IM e consultar o seu correio electrónico.

Infelizmente, apesar de aparentemente o programa de IM suportar contas de conversação MSN Messenger, quando tentei configurar a minha conta deu-me um erro que esta não era suportada. No separador Trabalho, o utilizador terá acesso a ferramentas de produtividade (da suite Openoffice) como processamento de texto, folha de cálculo, etc.

No separador Diversão, o utilizador poderá fazer edição de imagens, tirar fotos com a sua webcam, ou jogar jogos. Dos jogos disponíveis destaco os clássicos de Linux: Super Tux e Frozen Bubble. Finalmente a secção Ficheiros, tem como objectivo ver e fazer a gestão de todos os ficheiros do sistema.

Os utilizadores mais avançados poderão constatar que a interface gráfica que vem por defeito será um obstáculo para realizar tarefas mais avançadas. Para estes, fica a possibilidade de poder activar o modo avançado do Linpus Linux, que transforma a interface gráfica num ambiente de trabalho normal com mais opções.

Os utilizadores mais aventureiros poderão através de uma das portas USB, instalar outras distribuições leves de Linux, das quais aconselho o Xubuntu, que usa o XFce (o mesmo ambiente gráfico do Linpus Linux). Há no entanto notícias que confirmam que o Ubuntu, OpenSuse, Fedora (sobre o qual o Linpus Linux é baseado) entre outras distribuições mais exigentes a nível de requisitos, correm bem no AAO.

Conclusão: O Acer Aspire One é um ultra portátil útil, para todos aqueles que necessitam de uma elevada autonomia. A sua performance ao longo das várias tarefas, como a navegação na Internet, processamento de texto, visualização de filmes no YouTube e jogos, revelou-se mais do que adequada para um utilizador normal, apesar deste modelo ter 512 MB de memória RAM.

É um ultra portátil com um aspecto bastante cuidado e uma construção bastante sólida para o que se vê normalmente em portáteis deste tamanho. Como pontos positivos e de maior relevância, tem um ecrã bastante maior que o Eee PC 701 e de elevado contraste, um teclado mais robusto e as duas slots para cartões de armazenamento são um excelente bónus para quem deseja expandir o armazenamento deste portátil.

Tem como contras a autonomia de bateria, que fica bastante aquém das cerca de 3h30 do Eee PC (com um uso mais intensivo não chega às 3 horas referidas pela Acer) e a configuração do touchpad um pouco invulgar que exigirá um esforço adicional de adaptação.

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