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Google processa burlões de criptomoedas por terem carregado apps falsas na Play Store

A Google abriu uma ação judicial contra um grupo de burlões de criptomoeda, alegando que eles enganaram mais de 100.000 pessoas em todo o mundo ao disponibilizar aplicações de investimento fraudulentas e câmbio de criptomoeda na Play Store.


De acordo com a CNBC, a Google diz que é a primeira empresa de tecnologia a tomar medidas contra burlões de criptografia e está a fazê-lo como uma forma de criar um precedente legal para estabelecer proteções para os utilizadores.

O processo alega que os acusados fizeram “várias declarações falsas à Google para fazer upload das suas aplicações fraudulentas para a Play Store, incluindo declarações falsas sobre a sua identidade, localização e o tipo e natureza da aplicação que estava a ser carregada”.

A Google está a intentar as ações civis sob a lei Racketeer Influenced and Corrupt Organizations (RICO), bem como reivindicações de quebra de contrato, contra o grupo de burlões, que a empresa diz ter criado e carregado pelo menos 87 aplicações fraudulentas para enganar utilizadores.

Esta é uma oportunidade única para usarmos os nossos recursos para realmente combater os criminosos que estavam a executar um extenso esquema de criptografia para enganar alguns dos nossos utilizadores.

Só em 2023 vimos mais mil milhões de dólares nos Estados Unidos em fraudes e golpes de criptomoedas e este [processo] permite-nos não apenas usar os nossos recursos para proteger os utilizadores, mas também servir como uma espécie de precedente para futuros criminosos que não toleramos esse comportamento.

Disse Halimah DeLaine Prado, consultora geral da Google, à CNBC Crypto World, numa entrevista exclusiva.

O processo, aberto no Southern District of New York, indica que os supostos burlões, identificados como Yunfeng Sun, também conhecido como Alphonse Sun, e Hongnam Cheung, também conhecido como Zhang Hongnim ou Stanford Fischer, levam a cabo o esquema desde pelo menos 2019.

 

Burlões de criptomoedas processados pela Google

Alegadamente, os dois atraíam as vítimas para fazer o download das suas aplicações na Play Store e de outras fontes por meio de três métodos: campanhas de mensagens de texto usando o Google Voice para vítimas principalmente nos Estados Unidos e Canadá; vídeos promocionais online no YouTube e outras plataformas; e campanhas de marketing de afiliados que pagavam comissões aos utilizadores.

As aplicações eram concebidas, por forma a parecerem legítimas, mostrando aos utilizadores que mantinham saldos e que obtinham rendimentos dos seus investimentos. No entanto, os investimentos ou supostos ganhos não podiam ser levantados.

De modo a convencer os utilizadores de que as aplicações eram de confiança, os arguidos permitiam que eles levantassem, inicialmente, pequenas quantias de dinheiro. Por sua vez, outros eram alegadamente informados de que precisavam de pagar uma taxa ou de ter um saldo mínimo para levantar o seu dinheiro.

Segundo a Google, as abordagens serviam para roubar “ainda mais dinheiro a algumas vítimas”.

A Google foi alertada para as aplicações falsas pelas vítimas, que contactaram a empresa após esforços para levantarem os seus ganhos.

Na queixa, a Google afirma que, quando as aplicações eram retiradas da Play Store, os burlões criavam outras e enviavam-nas para a loja de aplicações, utilizando “diferentes infraestruturas de redes informáticas e contas para ocultar as suas identidades e fazendo declarações falsas à Google durante o processo”.

Com esta ação judicial, a empresa pretende obter uma providência permanente contra os arguidos por danos gerais, e impedir que criem contas Google e acedam aos seus serviços.

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