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Colapso no mercado nas criptomoedas: “F#di com isto tudo…” diz CEO da FTX

Não está nada favorável o mundo dos criptoativos. Aliás, o multimilionário Bill Gates, fundador da Microsoft, mencionou, esta quarta-feira, que o valor das criptomoedas e do NFT se baseia a “100% na teoria do maior idiota”. Para reforçar esta ideia, o mercado sofreu uma nova pancada com o colapso de uma das maiores bolsa de criptomoedas, a FTX.

Com um buraco de oito mil milhões de dólares por preencher, o CEO da FTX.com, Sam Bankman-Fried, foi ao Twitter pedir desculpas aos clientes e investidores pelo rombo que deixou o mercado de criptomoedas em queda livre e varreu mais de 200 mil milhões de dólares em valor dos ativos digitais.


Criptomoedas baseiam-se a “100% na teoria do maior idiota”

O mercado das criptomoedas está em crise e a desconfiança está a levar muitos investidores a aumentar o nível de cautela. A juntar a estes “sinais de perigo” estão declarações como a de Bill Gates, que numa conferência organizada pelo site TechCrunch, o fundador da Microsoft disse que “esse tipo de [cripto] ativos é 100% baseado na teoria do maior idiota, de que alguém vai pagar mais por aquilo do que eu” ao qual acrescenta “e tem uma anonimidade associada, em que se evitam impostos, regras governamentais… Não estou envolvido em nada disso”.

Os sinais de preocupação aumentaram depois de uma das maiores bolsas de moeda digital, a FTX, ter entrado numa crise de liquidez, levando-a a pedir ajuda à rival Binance. Num primeiro momento, esta plataforma admitiu comprar a FTX, mas acabou por se tirar. O cenário agravou ainda mais uma crise neste segmento.

“I’m sorry. That’s the biggest thing. I fucked up, and should have done better.” | Disse Sam Bankman-Fried, CEO da FTX

FTX entra em colapso e abala o mundo das criptomoedas

Nas últimas horas os investidores de criptoativos viram novamente sinais fortes de grande volatilidade no mercado das criptomoedas. O valor de várias moedas digitais, incluindo a bitcoin, caiu significativamente nos últimos dias devido à fuga de clientes da FTX, uma das maiores bolsas mundiais para compra, venda e armazenamento destas divisas.

Conforme foi eco por todo o mundo, no início desta semana, a empresa das Bahamas solicitou ajuda à sua rival Binance, após ter recebido um pico de pessoas a retirar dinheiro da bolsa e originar uma crise de liquidez. Inicialmente a concorrente aceitou a proposta, contudo, nesta quarta-feira mudou de ideias.

Segundo informações do Wall Street Journal, que cita um comunicado da Binance, a empresa de CZ diz que:

A nossa esperança era podermos apoiar os clientes da FTX para lhes garantir liquidez, mas os problemas estão fora do nosso controlo e para lá da nossa capacidade de ajudar.

A CoinDesk, fonte da Binance, explica que recuou no negócio pelas notícias de que a FTX poderá ter usado fundos de clientes de forma indevida e por causa das investigações por parte das agências reguladoras dos Estados Unidos.

Conforme pode ser lido no Twitter, em resultado da auditoria jurídica, bem como das últimas notícias relativas a fundos de clientes extraviados e alegadas investigações de agências americanas, a Binance decidiu que não prosseguirá com a potencial aquisição de http://FTX.com.

Mais um abalo nas criptomoedas

Com este cenário, o mercado tremeu de novo e levou a que a bitcoin caísse para o nível mais baixo em dois anos. O valor rondava os 16 mil dólares. A moeda da FTX — a FTT — perdeu esta quarta-feira metade do seu valor.

É um facto que desde há algum tempo que as criptomoedas já estavam em queda. Contudo, os problemas da FTX foram mais uns pontos perdidos.

O caso envolve algumas situações que poderão ainda estar por esclarecer. O colapso da plataforma de comercialização de moedas digitais FTX levou as autoridades dos EUA a investigar a empresa por violações potenciais das regulamentações dos títulos e os analistas a anteciparem mais problemas para este mercado.

Já na ressaca do colapso, O CEO da FTX.com, Sam Bankman-Fried, foi ao Twitter pedir desculpas aos clientes e investidores pelo rombo estimado em 8 mil milhões de dólares.

Desculpem-se. Isto é o principal. F#di com isto tudo e deveria ter feito melhor.

Disse Sam Bankman-Fried.

O CEO garante que o dinheiro está seguro e que está a tentar resolver a situação, mas fontes contactadas pelo jornal britânico Financial Times notam que a FTX precisa de 8 mil milhões de dólares (7,8 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual) para resolver a crise de liquidez.

Estes problemas apanharam os investidores de surpresa. Isto porque desde o início de 2022, a bolsa estava avaliada em 32 mil milhões de dólares, após ter angariado 400 milhões de dólares numa ronda de financiamento – a gigante tecnológica japonesa Softbank estava entre os investidores.

Segundo informações, Bankman-Fried reunia-se frequentemente com legisladores norte-americanos para falar sobre o futuro das criptomoedas; em cimeiras de tecnologia, o executivo partilhava o palco com políticos como Bill Clinton e Tony Blair.

Contudo, na semana passada começaram a aparecer os primeiros sinais de alarme. Tudo aconteceu quando uma notícia publicada numa revista online sobre criptomoedas, a CoinDesk, alertou que o balanço da Alameda Research, um serviço irmão da FTX, era composto principalmente pela criptomoeda FTT. É a divisa oficial da FTX e dá aos titulares um desconto quando usam a plataforma. Quer isto dizer que o serviço de câmbio da FTX, a Alameda, dependia de uma moeda inventada pela empresa irmã.

Ora isso fez tremer a confiança e levou muitos utilizadores da Alameda e da FTX a retirarem os seus fundos das plataformas. Com o tempo, o movimento de saída dos serviços propagou-se, originando uma crise de liquidez.

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