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Ultrassom mostra-se promissor para reverter danos provocados pelo Alzheimer

Está já em testes um tratamento, promissor, recorrendo a tecnologia ultrassom, que poderá reverter os efeitos da doença de Alzheimer. Estes testes clínicos serão executados em Brisbane, Austrália.

A técnica passou já para um nível avançado e será testado em humanos até finai de 2019.


Nova técnica parece ter bons resultados contra o Alzheimer

Desenvolvida por investigadores da Universidade de Queensland (UQ), a tecnologia surgiu pela primeira vez em 2015. Nos ensaios originais, o ultrassom foi usado para remover o beta amiloide (Aβ) do cérebro de um rato.

Aβ é o principal componente das placas amiloides encontradas nos cérebros dos pacientes de Alzheimer. Descobriu-se que o cérebro dos ratos de laboratório restaurava a memória e neutralizava o impacto degenerativo da doença.

Depois de revelado esse resultado, a técnica também foi testada com sucesso em mamíferos de alto nível e um teste de segurança de fase 1 num pequeno número de pacientes humanos deve ser realizado no final de 2019.

As ondas de ultrassom oscilam tremendamente rapidamente, ativando as células microgliócitas que digerem e removem as placas amiloides que destroem as sinapses cerebrais.

A palavra ‘avanço’ é muitas vezes mal utilizada, mas neste caso acho que isso realmente muda fundamentalmente a nossa compreensão de como tratar esta doença, e prevejo um grande futuro para esta abordagem.

Referiu Jurgen Gotz, professor da UQ, presidente do Centro Clem Jones para o Envelhecimento da Investigação de Demência.

Professor Jurgen Gotz (Crédito: UQ)

A técnica de ultrassom permite que a barreira hematoencefálica se decomponha temporariamente, permitindo que as placas Aβ sejam libertadas do cérebro pelas células da microglia.

O método não invasivo não requer medicamentos, o que significa que o tratamento tem o potencial de ser altamente acessível se chegar ao mercado.

A tecnologia abre temporariamente a barreira hematoencefálica para remover placas tóxicas do cérebro e reverteu com sucesso os sintomas de Alzheimer e restaurou a função da memória em modelos animais.

Os testes de segurança humana no final do próximo ano são o próximo passo, representando um investimento em investigação que já está em andamento.

Concluiu o professor Pankaj Sah, diretor do Queensland Brain Institute (QBI) da UQ.

O ministro da Saúde da Austrália anunciou um financiamento de 10 milhões de dólares para o avanço do tratamento. Isso, juntamente com doações filantrópicas significativas, aproximou o projeto da sua meta de 30 milhões de dólares para iniciar os testes clínicos.

Sem um grande avanço – seja por meio de uma técnica como esta ou a descoberta de uma nova droga – a incidência da doença de Alzheimer na população global deve aumentar drasticamente nos próximos anos.

O Relatório Mundial de Alzheimer de 2018 estimou que o custo social anual da doença já é de 1 bilião de dólares, e isso aumentará em conjunto com a crescente prevalência. A doença tem de ser parada.

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