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Tecnologia baseada em IA pode transformar o tratamento de aneurismas

A tecnologia tem contribuído largamente e potencializado a medicina. Agora, sabe-se que o tratamento de aneurismas pode ser revolucionado por um software alimentado por Inteligência Artificial (IA).


Um aneurisma cerebral é, de forma simples, “uma zona de fraqueza da parede de um vaso sanguíneo intracraniano que tende a dilatar-se, ficando preenchido com sangue”. Geralmente, os aneurismas formam-se “na zona da bifurcação das artérias, por ser a zona mais frágil da sua estrutura”. Quando falamos de aneurisma cerebral, em caso de rompimento deste vaso, o desfecho poderá ser fatal.

Por sua vez, um stent é um tubo, utilizado para desviar o fluxo sanguíneo, evitando a pressão adicional que poderia causar a rutura do aneurisma.

Katerina Spranger, fundadora da Oxford Heartbeat

Segundo Katerina Spranger, fundadora da Oxford Heartbeat, atualmente, “há muito trabalho de adivinhação” na colocação do stent: são colocados a partir de um cateter na virilha e é utilizada uma radiografia para o introduzir no corpo. Durante o processo, podem surgir complicações.

Se o dispositivo for, por exemplo, subdimensionado, pode desprender-se dos vasos sanguíneos e começar a deslocar-se pelo sistema circulatório do corpo, o que constitui uma enorme complicação. Ou, se for demasiado grande, pode quase romper o vaso.

Partilhou Spranger, de acordo com o Sky News.

 

IA revoluciona o tratamento de aneurismas

Na sequências destes problemas, surge o PreSize, com assinatura da Oxford Heartbeat: um programa que fornece uma imagem exata do cérebro do doente, bem como “gémeos digitais” que se comportam como um stent real para prever o que acontecerá “se colocarmos um determinado dispositivo num determinado local”.

Aliás, um estudo publicado no BMJ Journal of Neurointerventional Surgery concluiu que o sistema era mais exato na previsão do local onde um stent iria “aterrar” no cérebro.

Este programa, alimentado por IA, pode ser utilizado no bloco operatório, permitindo a experimentação de diferentes stents, de modo a ver qual funciona melhor.

Os investigadores que criaram o PreSize descobriram que era mais preciso a colocar uma endoprótese do que cirurgiões experientes. Isto é importante, pois “uma fração de milímetro pode fazer ou desfazer uma cirurgia”.

Até agora, o PreSize foi utilizado em operações de 375 doentes, em sete hospitais, em Inglaterra e na Escócia, bem como na Alemanha, Finlândia e Ucrânia.

O National Institute for Health and Care Research (NIHR) reconhece que existe um “enorme potencial para as tecnologias de IA acelerarem o diagnóstico e o tratamento, e melhorarem os resultados para os doentes”.

O NIHR está a financiar uma série de projectos de IA, incluindo este, juntamente com o NHS AI Lab, para reunir as provas necessárias para levar esta tecnologia a mais pacientes no futuro, em todo o NHS.

Os investigadores constataram que os clínicos humanos tinham uma taxa média de exatidão de 81%, ao passo que o PreSize conseguia 95%.

A IA tem o potencial de revolucionar os cuidados de saúde, mas antes de a adotarmos temos de testar rigorosamente os novos sistemas.

Empresas de software de dispositivos médicos como a nossa devem ser responsabilizadas para lidar com qualquer desconfiança sobre a IA.

Explicou Spranger, assegurando que mais investigação será levada a cabo, no sentido de tornar a tecnologia inequivocamente segura.

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