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Smart toilet 2.0: Investigadores criaram “sanita inteligente” que deteta sinais de várias doenças

Desde as sanitas que transformam urina em água potável e fezes em cinzas, até aos assentos sanitários de alta tecnologia que podem detetar insuficiência cardíaca, não faltam oportunidades para dar mais serventia a um vaso sanitário. Agora, investigadores americanos, desenvolveram uma nova sanita inteligente que deteta sinais de várias doenças, através das fezes e da urina de uma pessoa.

A equipa da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, revela que é uma sanita comum, mas equipada com um conjunto de tecnologias.


Sanitas que podem fazer análises e detetar doenças

Conforme pode ser lido no estudo dos investigadores, as sanitas convencionais são equipadas com tecnologias específicas. Entre elas, por exemplo, estão um sensor de movimento, tiras para a realização dos testes e câmaras. Após a recolha, a amostra é automaticamente enviada para um servidor protegido.

Posteriormente, as amostras de urina e fezes são capturadas em vídeo e, em seguida, processadas por um conjunto de algoritmos. Este vai distinguir a normal urodinâmica (taxa de fluxo, tempo, volume, entre outros) e a consistência das fezes. Segundo Sanjiv Gambhir, professor e presidente de radiologia da faculdade, é admissível que as pessoas fiquem céticas quanto à ideia, até porque esta é “um pouco estranha”.

 

Testes já avançaram e pode ser uma realidade em casa de cada um em breve

A partir de um estudo piloto completo, com 21 participantes, a equipa tornou realidade um projeto com mais de 15 anos. O estudo foi publicado na revista Nature Biomedical Engineering, no dia 6 de abril.

A sanita enquadra-se numa categoria tecnológica de acompanhamento contínuo da saúde, como é o caso dos gadgets vestíveis. De modo a fornecer feedback preciso e individual, a equipa teve de garantir que o equipamento reconhece e distingue cada indivíduo. Primeiramente, optaram pela impressão digital, detetada aquando a descarga. No entanto, aperceberam-se que a pessoa que usa a casa-de-banho pode não ser a mesma que a limpa.

Assim, a opção foi colocar um scanner na máquina que recolhe a impressão anal. Por se tratar de uma parte muito mais íntima que a impressão digital, Gambhir assegura que ninguém tem acesso às imagens.

O dispositivo pode interessar particularmente a indivíduos geneticamente predispostos a determinadas doenças, como insuficiência renal, cancro da próstata e síndrome do cólon irritável. Para além disso, Gambhir prevê que possa ser integrado em sanitas comuns, funcionando como um complemento. Acredita ainda que o facto de toda a gente possuir e usar uma sanita “aumenta o seu valor enquanto dispositivo de deteção de doenças”.

Em tom de alerta, a equipa relembra que o dispositivo não substitui a consulta de um profissional. O sistema está preparado para, ao notar alguma anomalia, enviar os dados ao responsável de saúde do utilizador, ficando os próximos passos nas suas mãos.

 

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