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Pílula inteligente monitoriza a respiração e o ritmo cardíaco a partir do intestino

A ciência e a medicina avançam, recebendo importantes impulsos da tecnologia. Mais um exemplo disso é esta nova pílula inteligente, que monitoriza a respiração e o ritmo cardíaco a partir do intestino.


A síndrome de apneia obstrutiva do sono é um distúrbio respiratório do sono caracterizado pelo breve, mas frequente bloqueio das vias respiratórias, que provoca interrupções da respiração totais (apneias) ou parciais (hipopneias) durante o sono.

Segundo dados da CUF, esta síndrome afeta entre 9% a 24% da população adulta, homens acima dos 40 anos, mulheres pós-menopausa e crianças (2%). Além disso, estima-se que um milhão de portugueses sofre desta patologia.

Em certos casos, o diagnóstico é feito em hospitais e/ou clínicas, ligando-se o paciente a aparelhos que monitorizam a sua respiração, ritmo cardíaco e outros indicadores fisiológicos.

Contudo, agora, uma equipa de investigadores desenvolveu um dispositivo ingerível que pode permitir avaliar a apneia do sono em casa, sem fios e a baixo custo.

 

Pílula inteligente pode ajudar em casos de apneia do sono, mas não só

Giovanni Traverso do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e os seus colegas criaram um comprimido inteligente capaz de medir a respiração e o ritmo cardíaco a partir do interior do intestino. A partir daí, consegue diagnosticar a apneia do sono e até detetar overdoses de opiáceos.

Conforme se lê no New Scientist, o dispositivo tem aproximadamente o tamanho de um suplemento vitamínico e contém um acelerómetro minúsculo que mede a respiração e o ritmo cardíaco, através da deteção de vibrações no intestino.

Além disso, possui um implante de rádio, por forma a transmitir a informação a um computador externo.

A equipa testou a pílula inteligente em 10 pessoas, com uma idade média de 41 anos, que já estavam inscritas no West Virginia University Medicine Sleep Evaluation Center.

Após engolirem facilmente o comprimido, os participantes não sentiram qualquer efeito secundário. Uma vez no intestino, a pílula inteligente mediu a frequência respiratória com 93% de precisão e a frequência cardíaca com 96% de precisão.

A única pessoa no estudo com apneia do sono não controlada viu a síndrome detetada pelos investigadores, através das medições recolhidas pelo dispositivo.

Na sua forma atual, o comprimido é previsivelmente excretado no espaço de um dia, o que pode limitar a sua utilidade na deteção, por exemplo, de overdoses. No entanto, os investigadores esperam modificá-lo, para que possa permanecer no intestino durante mais tempo e, assim, servir mais fins.

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