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O que diz o seu equilíbrio sobre a sua saúde: consegue manter-se de pé sobre uma perna só?

Se tiver mais de 50 anos e conseguir manter-se de pé numa só perna durante pelo menos 30 segundos, os cientistas dizem que está a envelhecer muito bem, mesmo que se balance de um lado para o outro.


Um pequeno estudo encontrou evidência de que, à medida que uma pessoa envelhece, o seu equilíbrio deteriora-se mais rapidamente do que a sua força muscular ou a sua velocidade de marcha.

Tanto quanto sabemos, esta comparação é a primeira do género na população idosa.

Escreveu a equipa responsável pelo estudo, dizendo que este “sublinha a importância do teste de equilíbrio unipedal no acompanhamento de idosos na comunidade, independentemente do sexo”.

Um teste de equilíbrio unipedal é frequentemente utilizado em adultos mais velhos, uma vez que o equilíbrio é uma medida conhecida do envelhecimento neuromuscular.

Por exemplo, um estudo de 1997 revelou que as pessoas incapazes de se equilibrarem numa perna durante cinco segundos tinham mais do dobro do risco de sofrerem uma futura queda com ferimentos, o que indica o seu nível de fragilidade física. Este tipo de teste, também, pode indicar problemas neurológicos.

 

Quanto tempo deve uma pessoa ser capaz de se equilibrar?

O novo estudo, liderado pelo engenheiro biomédico Asghar Rezaei, da Mayo Clinic, investigou durante quanto tempo uma pessoa deve ser capaz de se equilibrar, tendo em conta a sua idade.

Num grupo de 40 indivíduos saudáveis, com 50 anos ou mais, os investigadores descobriram que o tempo que uma pessoa conseguia manter-se de pé sobre a perna não dominante diminuía cerca de 2,2 segundos por década, independentemente do sexo.

O tempo passado em pé sobre a perna dominante, por sua vez, diminuiu 1,7 segundos por década. O número de vezes que uma pessoa se balançava numa só perna não estava relacionado com a idade.

Embora a amostra seja pequena, este simples teste de equilíbrio mostrou declínios significativos relacionados com a idade – mais do que as medidas de força muscular, como a preensão, ou a extensão do joelho contra resistência.

A velocidade da marcha, por sua vez, não mostrou alterações significativas ao longo das idades.

Esta descoberta é significativa porque esta medição [do equilíbrio] não requer conhecimentos especializados, ferramentas avançadas ou técnicas de medição e interpretação.

Explicaram os investigadores, acrescentando que “pode ser facilmente ser realizada, mesmo pelos próprios indivíduos”.

Cada teste de equilíbrio realizado no estudo durou 30 segundos.

 

“O equilíbrio é uma medida importante”

Para o estudo, em primeiro lugar, os participantes foram convidados a manterem-se de pé sobre as duas pernas, com os olhos abertos e os braços ao lado do corpo. De seguida, faziam o mesmo com os olhos fechados.

Levantando a perna dominante, os participantes repetiam a tarefa durante o máximo de tempo possível, com os olhos abertos e depois fechados. A perna não dominante foi, também, testada.

Os participantes apoiaram-se numa placa que media o seu centro de pressão, para que quaisquer oscilações subtis pudessem ser registadas e analisadas.

Embora todos os sujeitos fossem capazes de manter facilmente o equilíbrio durante os testes de postura bilateral, os nossos resultados mostraram que os seus movimentos [de oscilação postural] aumentaram significativamente com a idade.

No entanto, quando se tratava de ficar de pé numa perna só, a oscilação não era um sinal de declínio relacionado com a idade.

Os resultados sugerem que a oscilação é uma parte comum da posição de pé numa só perna, mas quando ocorre durante a posição de pé com duas pernas, pode indicar um problema.

O equilíbrio é uma medida importante porque, para além da força muscular, requer a contribuição da visão, do sistema vestibular e dos sistemas somatossensoriais.

As alterações no equilíbrio são dignas de nota. Se tivermos um equilíbrio deficiente, corremos o risco de cair, quer estejamos ou não em movimento. As quedas são um risco grave para a saúde com consequências graves.

Explicou Kenton Kaufman, engenheiro biomédico, da Clínica Mayo.

Os autores esperam que os seus resultados possam melhorar os programas de treino para a população idosa, mantendo a sua independência física durante o maior tempo possível.

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