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Novo sensor permite detetar Alzheimer com 17 anos de antecedência

Em Portugal, estima-se que existam cerca de 200 mil pessoas com demência, das quais 60 a 80% têm Alzheimer. Ter esta doença significa perder progressivamente a função mental, caracterizada pela degeneração do tecido do cérebro. Como tal, a deteção precoce é fundamental no tratamento no seu tratamento, mas isso nem sempre é possível. Agora, uma equipa de investigadores alemães desenvolveu um novo sensor capaz de identificar sinais da doença no sangue 17 anos antes de se manifestar nos primeiros sintomas clínicos.

De acordo com um comunicado de imprensa da instituição responsável, o dispositivo deteta o dobramento incorreto do biomarcador de proteína beta-amiloide que causa depósitos característicos no cérebro.


Um simples teste de sangue para revelar o risco de desenvolvimento da Alzheimer

O investigador Klaus Gerwert, diretor fundador do Centro de Diagnóstico de Proteínas (PRODI) na Ruhr-Universität Bochum, referiu que o objetivo desta investigação é determinar o risco das pessoas desenvolverem a demência de Alzheimer numa fase posterior, com um simples teste sanguíneo mesmo antes das placas tóxicas se poderem formar no cérebro. Com isso, será possível assegurar uma terapia atempada.

Os investigadores analisaram o plasma sanguíneo retirado dos participantes entre 2000 e 2002 e depois congelado. Nessa altura, os participantes ainda não tinham sido diagnosticados com a doença de Alzheimer.

Os investigadores selecionaram então 68 indivíduos que tinham sido diagnosticados com a doença de Alzheimer durante os 17 anos em que foram seguidos e compararam-nos com 240 indivíduos que estavam no mesmo sistema de controlo, mas que não tinham sido diagnosticados com a doença.

O seu objetivo era descobrir se os sinais da doença de Alzheimer já podiam ser encontrados nas amostras de sangue no início do estudo.

Os investigadores combinaram então a concentração beta-amiloide e GFAP para aumentar ainda mais a precisão do teste na fase sem sintomas. Agora a equipa tem planos muito ambiciosos para o seu novo dispositivo.

Parte da equipa de investigação da Universidade de Bochum: Klaus Gerwert (à esquerda) e Léon Beyer )à direita).

Um método de rastreio eficiente para pessoas idosas

A equipa de cientistas planeia utilizar o teste de diagnóstico de deformação para estabelecer um método de rastreio para pessoas idosas e determinar o seu risco de desenvolver demência por Alzheimer. Segundo Gerwert, esta é a visão da startup betaSENSE, um projeto cujo objetivo é parar a doença numa fase sem sintomas antes que ocorram danos irreversíveis.

Os resultados do estudo foram publicados na revista Alzheimer’s Association.

 

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