Durante 10 horas, as instalações da Fundação Nacional de Ciência e do Departamento de Energia dos Estados Unidos da América (EUA) – em inglês, NSF-DOE – observaram profundamente o cosmos, usando aquela que é a maior câmara do mundo: gravaram comprimentos de onda quase ultravioleta, ótico e quase infravermelho. O Vera C. Rubin Observatory entregou imagens impressionantes!
O Vera C. Rubin Observatory divulgou as primeiras imagens captadas pela sua potente câmara, num passo para revolucionar a nossa compreensão do Universo.
[O observatório] irá captar mais informações sobre o nosso Universo do que todos os telescópios óticos da história combinados. Através desta notável instalação científica, iremos explorar muitos mistérios cósmicos, incluindo a matéria escura e a energia escura que permeiam o Universo.
Afirmou Brian Stone, diretor interino da NSF, conforme citado.
A primeira missão do Rubin passará por um mapeamento do céu noturno chamado Legacy Survey of Space and Time (LSST). Através da observação de todo o céu, registará cada secção cerca de 800 vezes, com a câmara de 3200 megapíxeis do telescópio, compilando um timelapse sem precedentes de 10 anos do Universo.
A missão foi concebida para captar tudo o que se move, brilha ou pulsa, podendo incluir-se asteroides, cometas, supernovas e pulsares.
Maior câmara do mundo será importante para a ciência
Nas suas primeiras imagens, divulgadas agora, o Rubin registou uma imagem extremamente detalhada e massiva das nebulosas Trifid e Lagoon da Via Láctea, duas densas nuvens moleculares.
Em 7,2 horas, o telescópio captou 678 imagens individuais para um mosaico final com pouco menos de 5 gigapíxeis.
Nebulosas Trifid e Lagoon captadas pela câmara do Vera C. Rubin Observatory. Veja a imagem original aqui.
Noutra imagem, o observatório mostrou a sua capacidade de ampliar uma parte do céu, revelando cerca de 10 milhões de galáxias num campo de visão bem focado em torno do cluster Virgo.
Por fim, a equipa revelou os asteroides do Sistema Solar que o telescópio conseguiu observar, incluindo 2104 pedaços de rocha em órbita nunca vistos antes.
O Vera C. Rubin Observatory é o primeiro do seu género: o design do seu espelho, o tamanho e a sensibilidade da sua câmara, a velocidade do seu telescópio e a sua infraestrutura informática são todos de uma categoria totalmente nova.
Disseram a NSF e DOE, acrescentando que “com os dados do Rubin, todos compreenderemos melhor o nosso Universo, registaremos a sua evolução, aprofundaremos os mistérios da energia e da matéria escura e revelaremos respostas a perguntas que ainda nem imaginamos”.
Embora nenhum dos asteroides descobertos pelo Vera C. Rubin Observatory represente um perigo para a Terra, as descobertas mostram que o observatório será uma ferramenta poderosa na defesa da Terra contra rochas espaciais perigosas.