É já considerado o maior iceberg do mundo e voltou a movimentar-se depois de 3 décadas aterrado no fundo do oceano na costa da Antártica. O A23a, como é chamado por cientistas, tem cerca de 4000 km² de área e 400 metros de espessura. Pense num bloco de gelo com a área do Algarve a vaguear pelas águas…
Um gigante de gelo em movimento: Icebergue A23a
Agora, impulsionado por fortes ventos e correntes oceânicas, o A23a dirige-se rapidamente para norte da Península Antártica.
A sua trajetória está a ser acompanhada de perto pelos cientistas, uma vez que é raro observar um icebergue de tal magnitude em movimento. Espera-se que o A23a seja levado pela Corrente Circumpolar Antártica para o Oceano Austral, seguindo uma rota conhecida como “beco dos icebergues”, onde já se encontram outros icebergues gigantes.
Impacto ambiental e preocupações
A deslocação do A23a cria incertezas. É possível que volte a ancorar, desta vez perto da ilha Geórgia do Sul.
Esta situação poderá ser problemática para a vida selvagem da Antártida, uma vez que milhões de focas, pinguins e aves marinhas se reproduzem na ilha e se alimentam nas suas águas.
Um acontecimento semelhante ocorreu em 2020 com o icebergue A68, embora a crise tenha sido evitada quando este se partiu em pedaços menores. No entanto, o A23a, devido à sua enorme dimensão, tem potencial para sobreviver durante muito tempo no Oceano Antártico, podendo mesmo deslocar-se para norte, para a África do Sul, o que poderia interferir com as rotas marítimas.
A título de curiosidade, a A23a desprendeu-se da costa da Antártida pela 1.ª vez em 1986, mas encalhou no Mar de Weddel, transformando-se numa ilha de gelo. Agora, o enorme pedaço de gelo, que já abrigou uma estação de pesquisa da União Soviética, está à deriva.