Já ouviu falar do efeito McCollough? Se não ouviu falar, já esteve em contacto com esses truques estranhos que confundem o nosso cérebro. Lembra-se da mente ficar confusa depois de olhar para uma grade colorida (linhas alternadas), nessa altura o seu cérebro começou “a ver outras realidades”, deu um nó, como se diz na gíria popular.
Estas imagens que lhe mostramos a seguir são desse naipe: vão-lhe dar um nó ao cérebro.
Efeito McCollough, sabe o que é?
Estes truques já foram mais populares nos livros de antigamente, hoje povoam muitos posts nas redes sociais que levam as pessoas a tentar perceber o que realmente os seus olhos veem e o cérebro interpreta.
Diz-se que para desencadear o efeito, o utilizador simplesmente olha fixamente para o centro de duas “imagens de indução” coloridas por vários minutos, alternando repetidamente. Funciona melhor com linhas verdes ou vermelhas. Então, quando olha para linhas verticais em preto e branco, irá achar que parece vermelho, verde ou rosado nalguns lugares.
Inclinando a cabeça 90 graus pode diminuir ou melhorar. De facto, rodar as imagens de indução e encará-las novamente pode reverter o efeito. Quanto mais observa as imagens de indução originais, mais durará o efeito, pode durar horas, dias ou até alguns meses nalguns alguns casos.
Mas será verdade? Então o que causa esse efeito?
Basicamente estamos a confundir o nosso cérebro. Existem na Web imensos destes “truques” para iludir os nossos olhos e cérebro, contudo, este fenómeno distingue da maioria das ilusões de ótica porque poderá durar dias ou até meses até regressar ao normal.
Conhecido como efeito McCollough, em honra à neurocientista Celeste McCollough que o descobriu em 1965, este é uma ilusão proporcionada pela perceção da orientação e da cor na nossa retina e no córtex cerebral.
Quando olhamos de forma alternada para os dois padrões de linhas, o primeiro é uma teia de linhas horizontais vermelhas e negras e o segundo uma teia de linhas verticais negras e verdes. Para que a ilusão surja é necessário olhar alternadamente para cada amostra de desenhos, durante alguns minutos e terminar a olhar para a teia de linhas horizontais e verticais brancas e negras. Se tudo ocorrer conforme o esperado, as primeiras linhas brancas irão parecer-nos avermelhadas e as segundas ficaram esverdeadas.
Vamos testar o cérebro?
1º Passo – Olhe para as linhas brancas e pretas durante pouco mais de um minuto. Mas olhe mesmo durante esse tempo!
2ª Passo – Olhe agora, de forma alternada, para o centro das duas imagens seguintes durante três minutos. Não desvie o olhar, mantenha-se concentrado a olhar para o centro de cada uma delas durante vários segundos antes de olhar para a outra imagem.
3ª Passo – Agora, volte a olhar para a imagem a preto e branco. Se fez tudo como foi referido, irá notar que as linhas horizontais irão tornaram-se rosadas e as listas verticais parecem verdes. Quanto mais tempo praticar o disposto no 2º passo, mais sentirá o efeito.
4º Passo – Agora que já está um pouco assustado, para “reparar os seus olhos e desatar o nó no seu cérebro, olhe para a imagem seguinte e a sua visão regressará ao normal.
Há quem refira que existe a possibilidade de o cérebro entrar num erro depois de olhar para a imagem a preto e branco e, como sempre tenta fazer, procura compensar acrescentando cores onde elas não existem. Outros cientistas acreditam que a ilusão pode surgir em consequência de um retrocesso na perceção, quando o cérebro passa a associar linhas verticais ao verde e listas horizontais ao vermelho.
O efeito também é conhecido como um “after-effect”, o que significa que acontece uma espécie de efeito secundário após ter recebido o estímulo. Funciona com casais de cores complementares por uma propriedade do sistema visual chamada “antagonismo à cor” – quando estimulamos muito os recetores de uma cor, ao deixar de olhar sofremos uma espécie de apagão e surge a complementar. Aqui a grande diferença é que este efeito secundário costuma apenas durar alguns segundos e neste efeito o tempo em que se faz sentir é bem maior.
O antídoto
Se passou muito tempo a olhar para o vídeo em cima, bom, poderá estar a sofrer desse efeito, mas calma, não se preocupe que temos aqui o antídoto. Para reverter o efeito, olhe para o vídeo a seguir. Este tem as cores invertidas e por estas propriedades são tão incríveis quanto desconhecidas do cérebro, sim o efeito será compensado.
Informáticos sofreram deste efeito
Uma curiosidade no mundo da tecnologia diz respeito aos informáticos dos anos 80. Estes foram vítimas de uma variante deste efeito por culpa dos ecrãs de fósforo verde. As pessoas que passavam muitas horas diante de um texto negro sobre verde, e posteriormente iam ler um livro, por exemplo, afirmavam que o texto aparecia em cor rosa.
Esta curiosidade não é de agora, mas fica a dica para quando estiver a sofrer deste efeito fruto de muitas “variantes” que são colocadas nas redes sociais como desafio a saber a cor ou a forma de algum objeto.