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Experiência revela microplásticos nas amostras de sémen humano testadas

Não estaremos a dar a importância devida ao problema, ao grave problema. Mas, na verdade, o corpo humano está totalmente poluído com microplásticos. Os cientistas referem que as descobertas são alarmantes. Agora foram descobertos microplásticos nas amostras de sémen.


Corpo humano totalmente contaminado com microplásticos

Nos últimos 5 anos, os tema microplásticos e nanoplásticos tornou-se mais presente, com incidente e, por outras palavras, mais preocupante. E desde então mais descobertas mostraram o nível de contaminação humano.

Pouco depois de investigadores norte-americanos terem confirmado que os microplásticos se infiltraram nos tecidos dos testículos humanos, investigadores chineses detetaram agora os poluentes também no esperma.

A equipa encontrou fragmentos microscópicos de plástico em todas as amostras de fluido seminal fornecidas por 36 participantes masculinos do interior da China.

Conforme refere a Science Alert, as partículas de poliestireno (PS) foram o tipo mais abundante encontrado, constituindo quase um terço do plástico identificado na amostra média. Os investigadores não têm a certeza, mas suspeitam que os fragmentos de poliestireno, polietileno e PVC tenham sido inicialmente ingeridos ou inalados.

Uma vez que os poluentes entraram na corrente sanguínea, podem ter atravessado a barreira sangue-testículo para as vesículas seminais.

 

Espermatozóides “danificados” não conseguem nadar

Os investigadores também notaram um número significativo de espermatozóides anormais a nadar no líquido seminal, juntamente com os fragmentos de plástico. Repararam com preocupação que muitas das células são curtas, dobradas, enroladas ou terem caudas irregulares, sendo que algumas pareciam ter dificuldade em mover-se corretamente.

Embora estas observações sejam convincentes, o estabelecimento de um nexo de causalidade direto entre a exposição a microplásticos e as aberrações nos espermatozóides ainda está para vir.

Referem os investigadores.

Os efeitos dos microplásticos no corpo humano para a saúde são atualmente desconhecidos, mas o seu potencial de toxicidade reprodutiva preocupa os cientistas.

Atualmente, a contagem de espermatozóides está a diminuir a um ritmo cada vez mais rápido em todo o mundo e, embora os cientistas ainda não compreendam totalmente a razão disso, a poluição química tem sido associada ao efeito.

Em cerca de 40% dos homens, a produção de esperma é afetada por razões desconhecidas. Alguns cientistas suspeitam que os microplásticos são um fator que contribui para esta situação.

A análise por microscópio Confocal Raman foi utilizada para identificar as moléculas nas amostras de sémen, detetando as assinaturas exclusivas dos microplásticos. (Li et al., Science of the Total Environment, 2024)

Cada vez há mais estudo a conformar o grave problema

Embora a dimensão da amostra do estudo atual seja pequena, os resultados juntam-se a dois outros estudos de 2023, um na China e outro em Itália, que também detetaram microplásticos no esperma humano.

No estudo de Itália, os investigadores descobriram que as amostras de sémen com a melhor qualidade de esperma eram também aquelas em que não foram detetados microplásticos.

No entanto, ao contrário destes trabalhos anteriores, os resultados recentes foram obtidos especificamente em indivíduos que vivem longe de instalações de fabrico de plásticos e da costa. No ambiente marinho, pensa-se que os microplásticos se acumulam em concentrações mais elevadas.

No entanto, a esta distância do interior, o esperma humano parece ainda absorver os restos de lixo decomposto, o que indica uma disseminação omnipresente de microplásticos no ambiente.

Dado o carácter inescapável destes poluentes, os investigadores chineses apelam a “mais investigação sobre os potenciais impactos reprodutivos da exposição a microplásticos”.

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