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Estudos sobre a lava sugerem que o núcleo da Terra está a vazar

Cientistas do Caltech e do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) descobriram provas de que o núcleo da Terra está a vazar. Foram encontrados níveis elevados de um determinado isótopo de hélio em fluxos de lava no Canadá, que a equipa propõe terem origem no núcleo do planeta. E qual é o impacto para a nossa vida?


O núcleo da Terra está a verter e quem o diz é o “hélio”

Embora seja associado a uma forma divertida de uso, quando enchemos os balões para a festa, o hélio é relativamente raro na Terra. Porquê? Porque literalmente flutua na atmosfera superior e normalmente escapa-se para o espaço. No entanto, existem algumas reservas deste material nas profundezas do subsolo, no manto e no núcleo da Terra, que são uma relíquia do tempo em que o planeta se estava a formar a partir de uma nebulosa que também deu origem ao Sol.

Numa nova investigação,  publicada na revista Nature, os investigadores do Caltech e do WHOI investigaram fluxos de lava na ilha de Baffin, no Canadá, onde equipas anteriores tinham encontrado vestígios de hélio-3, um isótopo de hélio que é particularmente raro na Terra. Os cientistas descobriram que o rácio entre o hélio-3 e o muito mais comum hélio-4 era mais elevado do que em qualquer outra parte do planeta – 67 vezes mais elevado do que o rácio na atmosfera.

O manto terrestre parece ser o provável culpado, mas os cientistas dizem que isso não funciona com os rácios isotópicos específicos de hélio, estrôncio, neodímio e chumbo que detetaram. Em vez disso, as suas provas apontam para o núcleo da Terra como a fonte mais provável.

Ilustração esquemática da transferência do núcleo para a pluma. Crédito: Nature (2023)

É claro que ainda há mais trabalho a fazer para confirmar se o núcleo da Terra está ou não a verter este hélio para a superfície. Mas a equipa diz que, a ser verdade, outros materiais na área também devem ter vindo do núcleo, o que pode dar aos cientistas uma visão inestimável de uma parte do planeta que, por razões óbvias, é difícil de estudar.

Para a nossa vida estes dados apenas nos ajudam a perceber o que estará a acontecer no interior do nosso planeta, onde a atividade rege tudo o que hoje nos parece normal acima da Terra e além dela.

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