O planeta precisa de soluções energéticas limpas. Cada vez o ser humano consome mais energia e as fontes de produção não podem ser poluentes. Como tal, a aposta na produção de eletricidade limpa é já uma obrigação em todo o mundo. No entanto, nem toda a energia que se diz “limpa” é realmente limpa. Conheçam os 10 países que efetivamente produzem a eletricidade mais limpa do mundo.
O poder das energias renováveis é cada vez mais evidente nas fontes de eletricidade em todo o mundo. A energia hidroelétrica continua a ser o pilar das redes de eletricidade mais limpas, embora a energia eólica, solar, geotérmica e nuclear também tenham uma presença notável.
A Agência Internacional da Energia (AIE) prevê que, em meados deste século, 90% da produção mundial de eletricidade provenha de fontes renováveis. Embora ainda haja algum caminho a percorrer. Em 2022, somente 46% da produção mundial de eletricidade era isenta de carbono, de acordo com a GlobalData.
O conceito de “energia limpa” para este artigo inclui tanto a energia nuclear como as energias renováveis.
Os dez países mais ricos em eletricidade limpa
Há países que produzem mais de 95% da sua energia a partir de fontes limpas. Utilizando dados da GlobalData, as dez redes de eletricidade mais limpas foram selecionadas com base nos países com a maior proporção de fontes de energia sem carbono na sua capacidade de produção de eletricidade ligada à rede.
Estas fontes de energia são a hidroelétrica, a geotérmica, a eólica, a solar, a biomassa e a nuclear.
Todos os países entre os dez primeiros têm em comum o facto de dependerem da energia hidroelétrica, que é obtida através do aproveitamento do fluxo de água. Segundo a GlobalData, a energia hidroelétrica representou 16% da produção mundial de eletricidade em 2022, ocupando o terceiro lugar no ranking das fontes de energia, depois do carvão (26%) e do gás (24%).
- Paraguai: 100% de energia limpa. É o primeiro país com um fornecimento de eletricidade 100% limpa, após o encerramento da sua última central térmica em dezembro de 2021. Com uma população de quase sete milhões de habitantes, este país sem litoral na América do Sul tem toda a sua eletricidade alimentada por energia hidroelétrica.
- Butão: 99,8%. Um pequeno país encravado entre a Índia e a China, quase iguala o Paraguai na produção de praticamente toda a sua eletricidade (99,7%) a partir de energia hidroelétrica.
- Lesoto: 99,3%. Em terceiro lugar está o Lesoto, o único país que também se encontra entre as dez redes elétricas mais pequenas do mundo, de acordo com a GlobalData, com uma capacidade total de apenas 73 MW. Quase toda a eletricidade do Lesoto é gerada por energia hidroelétrica, sendo o resto proveniente da energia solar e do petróleo.
- Nepal: 98,4%. Situado entre a China e a Índia, nas montanhas dos Himalaias, obtém quase toda a sua eletricidade (97%) a partir de energia hidroelétrica. Um dos principais problemas do país é o acesso à eletricidade.
- Etiópia: 98,1%. Situada no Corno de África, ocupa o quinto lugar, com uma mistura bastante diversificada de fontes renováveis: 75% de energia hidroelétrica, 10% de biomassa e 10% de energia eólica.
- Noruega: 98,3%. O sexto lugar cabe à Noruega, conhecida pelos seus poderosos fiordes e pela sua longa tradição de eletrificação a partir da energia hidroelétrica (84%). Segue-se a energia eólica com 13%.
- Suíça: 97,4%. Destaca-se pela variedade de fontes de energia limpa que utiliza: hidroelétrica 66%, solar 18%, nuclear 12%.
- Islândia: 96,2%. É o único país entre os dez primeiros que obtém uma parte significativa (26%) da sua eletricidade a partir da energia geotérmica. 70% de energia hidroelétrica.
- República Democrática do Congo: 95,5%. Em nono lugar está a República Democrática do Congo (RDC), que produz 95,5% da sua eletricidade a partir de energia hidroelétrica.
- Albânia: 94,8% de energia limpa. A fechar o ranking está a Albânia, na região europeia dos Balcãs Ocidentais, que obtém 94% do seu abastecimento de eletricidade a partir de energia hidroelétrica.
E Portugal, qual a percentagem de energia limpa produzida?
Em 2022, as energias limpas representaram 49% do consumo nacional de eletricidade (se considerarmos a biomassa), uma percentagem inferior à de 2021, quando atingiu os 59%. Ainda assim, o ano que passou ficará marcado pelo crescimento exponencial da produção fotovoltaica devido ao aumento no investimento na energia solar.
Os dados foram avançados pela REN – Redes Energéticas Nacionais que referiu que, do consumo total, 25% foi de produção eólica, 12% de hidroelétrica, 7% de biomassa e 5% de fotovoltaica, um valor que à primeira vista pode parecer pequeno, face ao top 10 apresentado, mas que de ano para ano o país tem apostado em mais infraestruturas de produção de energia limpa. Principalmente com a energia solar a ser cada vez mais a aposta dos portugueses.
O top dos dez países são um reflexo de como as energias renováveis estão a liderar a transição para um futuro mais sustentável, embora ainda haja muito trabalho a fazer para que o resto do mundo siga o exemplo.